Capítulo 40 - O retorno

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Lucas

Correndo o mais rápido que conseguisse, simplesmente avistei uma porta qualquer e adentrei por ela ainda escutando os passos daquele robô assustador. Olhando para os lados naquele quarto, eu procurava onde pudesse me esconder, ouvindo minha respiração alterada. Eu esperava que ele não conseguisse me ouvir dessa vez... Correndo pelo espaço, vi um tubo de ventilação, era grande, como o que entramos logo que a Reiven morreu. Sem hesitar, entrei ali e fiquei calado, não sabia se ele ainda estava me seguindo...

Sentia o suor escorrer pelo meu rosto, meus batimentos acelerados, e uma dor estranha no corpo... Eu odiava estar ali, odiava estar nessa situação infernal, eu... Precisava... Eu queria que tudo terminasse logo...

Ergui uma das mãos até meu rosto e limpei o suor dali, escorando minha cabeça para trás enquanto soltava um suspiro angustiado. Eu realmente não queria mais ter de lidar com tudo isso...

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???

Para chegar até eles eu não poderia estar em minha forma... Preciso atraí-los para esse lugar e enfim conseguir o que quero... E... Graças a minha amiguinha, terei isso facilmente.

Meus olhos a observavam de longe. Ela parecia perdida, decepcionada com algo, e, não parecia armada.

Ainda tenho forças, não estou tão ruim, mas mesmo assim é melhor que ela esteja totalmente desprotegida, para que eu a vença.

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Felipe

Nosso objetivo principal era chegar na sala do Henry e pegar o radar. Assim conseguiríamos ir tranquilamente até a sala do comandante tentar fazer contato com robôs da terra. Isso se ainda existisse. Eu realmente esperava que isso funcionasse, se a Annie ainda estiver viva, quero trazê-la para cá... Mesmo... Sabendo que aqui todos estamos em perigo... Eu... Eu realmente não sei como vamos fazer tudo isso... Mas preciso acreditar que conseguiremos.
Com sorte, no caminho encontraremos meus amigos, e juntos seguiremos nessa missão louca de acabar com todos os robôs.

- Não falta muito. O quarto dele fica nesse corredor. - Ouvi a voz do meu pai.

Era ele quem estava nos guiando, ainda com seu bastão na mão. Eu estava seguro, tecnicamente, mas ele não. Bem, na verdade estávamos em apuros de dois jeitos, ele com os robôs, e eu com os humanos... Não sei o que aquelas pessoas que nos peserseguiam estão fazendo agora, se ainda estão me procurando, ou se estão... Mortos... Mas de qualquer modo é bom ter cuidado por enquanto, até que tudo se resolva.

- Ali, ali está! Chegamos. - Ele disse apontando o dedo indicador para a porta do quarto. - Mas... Está aberta... Alguém esteve aqui...

Virando minha atenção a ele com uma interrogação em minhas feições, eu tentava imaginar quem poderia ser, torcendo dentro de mim para que o Henry ainda estivesse vivo e que o radar ainda estivesse lá.

Nos movendo para dentro do quarto, percebi que o local estava bagunçado, folhas para lá, gavetas abertas para cá, armários... Parecia que quem estava aqui antes procurava alguma coisa...

- Parece que andaram procurando algo por aqui...

- Sem dúvidas, era o que eu pensava agora. - O respondi sem olhá-lo, meus olhos estavam presos às pistas que poderia encontrar. - Você sabe onde ele poderia ter guardado?

- Henry e eu éramos próximos, ele me constatou quando seu quarto ficou pronto, queria me mostrar como estava satisfeito com nossa nave, venha. - ele me chamou indo para o quarto do homem, pois até então estávamos na sua sala/escritório. - Tem um armário escondido aqui, tenho certeza que é aqui que está o radar.

Nos abaixamos em frente ao pequeno armário, notando duas marcações com x no painel.

- Quem esteve aqui errou a senha duas vezes. Só temos mais uma chance de colocar a senha. Ao contrário, teríamos de esperar vinte e quatro horas para poder tentar novamente. - o ouvi dizer. E agora?

Isso não era muito bom. Só tínhamos uma chance de acertar a senha e, eu realmente não fazia ideia de qual poderia ser. E agora? Todo esse esforço e não adiantaria nada?

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Elisa

Com meus braços envolvidos pelas minhas próprias mãos, eu tentava tirar aquele arrepio estranho os esfregando. Um calafrio. Como se alguma coisa estivesse errada...

Com os olhos eu rapidamente observei cada parte onde eles alcançavam, percebendo minha respiração ficar um pouco mais rápida. Eu estava ficando com medo...

De repente, escutei um barulho...

Tinha alguém ali...

Essa era a hora perfeita para sair correndo, mas quando dei alguns passos para trás, paralisei ao escutar aquela voz...

- Não vai querer fugir agora... Fui bondosa com você não mandando robôs para te prenderem, mas ainda posso fazer isso se preferir.

Seu rosto metálico saiu das sombras daquele corredor, e confirmando minhas teorias, a vi ali, de pé, viva...

- B207... Você é a B207... Não é? - sussurrei sentindo uma ardência no nariz devido ao choro que queria vir.

- Então você sabe ler... Leu isso aqui ou andou pesquisando sobre mim? - ela disse dando um passo em minha direção enquanto apontava para o nome do seu modelo acima do peito.

Não me atrevi a falar... Não conseguia nem pensar direito... O que ela queria? Se tentasse, eu conseguiria fugir? Por que eu não conseguia me mover dali?

- O que mais você sabe? Hum? Sabe sobre a Annie? Sabe sobre o John? Sabe sobre... Mim? - ela perguntou dando passos cada vez mais perto.

- O que você quer? Achei que estivesse morta...

Ouvi seu riso nasal enquanto a mesma finalmente chegou perto o bastante para querer tocar meu rosto, mas eu desviei assim que percebi sua aproximação.

- Ao que tudo indica, eu estou viva! Aliás, estou mais viva do que vocês pensavam... Eu fui criada pela sua espécie... Mas eu... Eu consigo pensar, consigo querer muito além do que me foi colocado... Confesso, isso ainda é novo para mim, minha programação ainda está com defeito e, eu ainda tenho ações quase idênticas a Annie. Mas além disso, eu tenho minhas próprias vontades. - ela dizia fazendo uma volta ao meu redor, enquanto eu ainda me sentia paralisada.

- Percebi um pouco disso quando estava sendo programada para assumir a forma de um humano na terra. Isso significava que eu estava sendo criada para morrer, e eu não queria isso. Com sorte vi o John pedindo para meus desenvolvedores para ficar comigo, e pensei que aí estava a minha chance de me salvar. Ele me disse exatamente o que fazer, por isso insisti que deveríamos ficar na nave... - ela continuou. - E depois, descubro que o Felipe não gosta mais de mim e que, portanto, não tenho mais utilidade. John me procurou naquela noite sabendo disso, ele iria me desativar... - ela parou na minha frente, me olhando firme nos olhos, como se estivesse sentindo aquelas emoções...

- Quando o procurei, disse a ele que não precisava mais daquele disfarce, eu já tinha o que queria, e que ele não podia me desativar como queria. - ela continuou dizendo. - Mas de repente ele veio para cima de mim e... Como está vendo, fui um pouco danificada! E além disso com esse estrago minha programação foi mandada para todos os robôs.

- Nós podemos reverter isso... Se você quer alguém para te consertar, eu posso arranjar para você, além disso ele deve conseguir tirar essa programação dos outros robôs! - disse ao pensar que poderia ser essa a solução. Quem sabe assim tudo logo se resolveria?

Vi a B207 levantar o olhar até a mim enquanto abria um sorriso lentamente, soltando uma risada seguida de um balanço negativo com a cabeça.

- E quem aqui falou que eu quero que eles parem de matar?
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Capítulo novo!!!

Não se esqueça de votar!

A robô Annie, ou B207, apareceu e não quer fazer amizades! O que vai acontecer???

Até o próximo capítulo!!






Um CaminhoTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang