Capitulo 2: Amigos se aborrecem também

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No dia seguinte...

Maria Antônia saiu de seu apartamento, indo direto para o apartamento do amigo no mesmo andar, deu alguns toques na porta de Gustavo na sequência conhecida, era o código que existia entre eles para que de imediato soubessem quem era que chegava. Demorou alguns segundos e o amigo abriu a porta prendendo o cabelo  comprido num coque. Ele sorriu para Maria e deu passagem a ela. A visão dele era espetacular, se ele quisesse trabalharia facilmente como modelo, mas essa nunca foi vibe que ele seguia.

A amiga entrou já dizendo como uma reprimenda:

- Como você não voltou ontem tomei a sua cerveja!

-Desculpa, Baixinha. -disse ele sentando no sofá sobre suas pernas.

Era visível que o amigo estivera dormindo até aquele momento, já que possuía os cabelos desgrenhados, o rosto amassado e se vestia apenas com um moletom cinza e uma blusa extremamente branca. Já a amiga estava pronta para o trabalho, vestindo uma calça
legging bordô e um body de um tom mais claro que a calça, segurava sua mochilinha nas costas.

-Fiquei te esperando um tempão,  mas percebi que você havia se esquecido da nossa comemoração, por isso tomei sua cerveja.-comentou de pé a sua frente.

-Senta-se! Você não vai crescer mais...-brincou ele.

-Não,  tenho que trabalhar. Só vim mesmo ver se você estava bem e pegar a chave do carro.

Foi aí que Gustavo lembrou que havia levado a chave da amiga.

-Ahh verdade! Vou pegar pra você.-disse levantando e indo até o quarto onde havia deixado a chave.- Aqui sua chave. Obrigada.

Ela pegou a chave abruptamente e começou a se dirigir para a porta. Gustavo sentiu que Maria Antônia estava aborrecida com ele, não era um hábito dele combinar algo e não cumprir,  mas terminou caminhando pela praia por uns bons minutos até se decidir pegar um táxi para ir ver o filho Ren que já fazia quase 2 anos que não o via pessoalmente .

-Baixinha, está chateada?!

- Não! Tenho que ir para o trabalho.- respondeu, dando-lhe as costas.

Gustavo segurou a amiga em um dos ombros, fazendo com que ela se voltasse para ele.

-Eu fui no Ren por isso não voltei para nossa cervejinha. -explicou com sua voz doce.

Maria entendia a importância do menino na vida do amigo, mas realmente não gostava de se sentir esquecida. E não era com Gustavo apenas, era com qualquer pessoa...Ela gostava de sentir que sua atenção para com os demais fosse retribuída. Quando ele não ligou para avisá-la que não voltaria,  sentiu-se preterida.

-Fico feliz que tenha ido vê-lo, vocês devem ter matado a saudade desse tempo todo...Mas realmente preciso ir. Depois a gente conversa mais...-explicou agitada e já se soltando da mão do amigo.

Assim Maria saiu do apartamento do amigo rapidamente,  deixando intrigado com o comportamento dela. Conhecia Maria, sabia que estava chateada com ele pela noite anterior, mas não fora algo tão sério para que ela se mostrasse tão distante. Sentindo que devia de desculpar com a amiga, ele foi ao quarto e pegou o celular e começou a escrever-lhe:

[Baixinha, desculpe-me por ontem,  mas como disse fui a casa do Ren. Precisava ver meu filho...Terminei comendo lá com ele e Maitê. A hora passou rápido...cheguei pela madrugada. Não ia tocar na sua porta aquela hora... Me diga a hora que você vem pra casa, farei uma comida gostosa pra gente! Beijos!]

(...)

Maria estava tomando água de sua garrafinha enquanto descansava sentada no piso da sala de ensaio. Os seus colegas também descansavam como ela depois de tantas horas de ensaio... Ela puxou sua mochilinha e retirou o celular para olhar e viu a mensagem de Gustavo. Depois de lê-la, ela guardou o celular sem responder a mensagem e disse aos colegas:

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