CAPÍTULO 29 - RAYD X VON PLAUEN

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O sujeito desmontou pesadamente e caminhou arrogante em minha direção. Chegou e perfilou-se na minha frente bateu com o punho direito no peito e estendeu a mão bruscamente a frente.

- Longa vida à Ordem! Como falei voltamos a nos ver ferreiro! Bradou com seu tom natural de ironia raivosa.

- Não esperava que fosse tão cedo! Respondi.

- Bom dia cavalheiros, a que devo a honra da visita! Atalhou tio Aldo sentindo as faíscas no ar entre nós.

- Longa vida à Ordem Mestre Aldo ferreiro, sua fama o precede e é o motivo de nossa visita! Tornou o General.

Confuso o tio olhou para mim e em seguida para tia Martha que secava nervosamente as mãos no avental.

- Precisamos de armas Mestre Aldo, e vossa mercê nos parece ser a pessoa mais indicada!

- As melhores armas para o melhor exército! Declarou, enquanto desviava o olhar sorrateiro em minha direção.

- Fico muito honrado Mestre General, mas não sei se temos a capacidade de produzir armas em quantidades suficientes para abastecer tão grandioso exército! Respondeu Aldo.

- Nada que uma inspeção em sua ferraria não nos dê uma ideia do que podemos pedir-lhe! Respondeu.

Ouvia cada palavra do comandante, mas a minha opinião sobre ele não se alterava. Era de uma arrogância incontida e parecia querer sacar a espada a cada palavra proferida. Não sei como alguém poderia viver em tamanho estado de ira. Ira essa que parecia jamais se abrandar.

"Que proposta descabida, há algo por trás disso!" Pensei.

- Pois então, não vejo problemas! Concordou o tio.

- O capitão Linsdt irá realizar a vistoria, eu ficarei aqui, preciso trocar algumas palavras com o seu sobrinho! Declarou o sujeito.

Tio Aldo me olhou com estranheza e mesmo contrariado, conduziu o Capitão para o galpão nos fundos. Virei-me e encarei-o diretamente.

- Pois não general?

- Não farei rodeios, costumo sempre ir direto ao assunto!

- Por certo! Respondi ainda encarando-o.

- De onde Vossa Mercê conhece a enfermeira Marielle?

"Que os demônios me levem, essa pergunta de novo?".

- Inicialmente do Hospital de Balga, como deveis saber, fazemos entregas lá!

- Certo, certo, e somente com as entregas já pode criar um, digamos assim, um laço tão estreito com a bela enfermeira? Questionou quase entre dentes.

- Quereis dizer, conquistá-la? - Sim, bastou isso, deveis saber, caro general, que o coração toma caminhos inesperados e na maioria das vezes não nos deixa escolhas então....! Decidi não completar a frase, enquanto exibia um sorriso de satisfação, o que deixou o soldadinho ainda mais irritado.

- Mas não é só isso ferreiro, o caso é que houve um crime no hospital de Balga! - Uma coisa terrível!

- Marielle foi levada como refém até a sala do doutor Gheller. Uma vez lá, foi forçada a ajudar o facínora a localizar uma caixa que continha coisas muito importantes para o mestre doutor!

- Em seguida foi fortemente amarrada em sua sala. O patife fugiu, mas não sem antes matar um de nossos soldados, um crime bárbaro!

O homem me encarava como que buscando a menor reação minha à história. Não movi um músculo da face e nem desviei o olhar. Von Plauen pareceu se certificar de algo e continuou.

Rayd e a lua do caçador - Volume I - O DESPERTARWhere stories live. Discover now