CAPÍTULO 35 - A REBELIÃO PRUSSIANA

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A Rebelião Prussiana teve sua origem em 1440, quando um grupo de cinquenta e três nobres suseranos e seus inúmeros vassalos, se rebelaram contra a invasão Teutônica. Desde seu estabelecimento, vinte e cinco cidades tinham constituído essa força rebelde, e uma espécie de governo paralelo. Encobertos pelo manto pérfido da paz sem voz. O centro nervoso de todo o movimento era em Malbork, mas Balga se tornara um núcleo importante, devido às investidas magistralmente arquitetadas e bem-sucedidas contra os comboios e tropas do império. Todas planejadas e coordenadas pelo grupo de pessoas que agora ocupava a mesa de interrogatório. Jan Bazynski era o cérebro e o coração por trás de tudo. Um general que exalava liderança mesmo em seus momentos de ensurdecedor silêncio. Era consciente da tremenda ousadia de estar de alguma maneira, tão próximo do núcleo do império em Balga.

- Mantenha seus aliados por perto e seus inimigos mais perto ainda! Disse-me Mestre Bazynski numa de nossas conversas.

- Então, eu não estou sozinho! Disse aliviado.

- Sim certamente que não meu jovem, somos agora aliados. Todos nós! A sua luta, é também a nossa luta! Disse em tom grave e ávido, mas ao mesmo tempo tranquilizador.

- Mas me diga, o que vossa mercê acha que era essa coisa que vos perseguiu!

- Uma das criaturas certamente! - Penso agora, que foi um tipo de comitê de boas-vindas. Sinceramente me sinto aliviado por poder contar essa história sem parecer um demente!

- Então foi esse o motivo de não ter me contado em nosso primeiro encontro? Era Tynus que chegava e me estendia uma caneca de vinho.

- Talvez! - Confesso que naqueles dias, estava mais assustado e perdido que hoje. Tudo tinha sido muito recente e para ser sincero, minha memória não mais retornou. Então ainda não sei como reagir a tudo! Respondi.

- Vossa mercê disse que sua família é de Tórun correto? Era a voz feminina que ouvira anteriormente. A moça chegou suavemente e se integrou à nossa roda.

- Queira me desculpar jovem Kovach, essa é minha filha Nohra Marie! Disse Mestre Tynus.

- Encantado senhorita Kulym! Disse enquanto beijava sua mão.

- Somente Nohra por favor! Disse isso enquanto abria um amplo sorriso. Olhei disfarçadamente para Tynus, e depois para a filha. Incrédulo, não conseguia conceber que a beldade fosse fruto dele.

Nohra Marie Kulym era o exemplo de beleza báltica. Os cabelos dourados escorriam pelos ombros até a cintura, os olhos eram do verde dos abetos naquelas tardes de outono. As palavras fluíam suaves, mas firmes e seguras. Vestia um vestido de camurça forrada. A cor anil forte a deixava anda mais deslumbrante.

- O jovem Kovach, joga Xatranje general? Fomos interrompidos por um grandalhão que se aproximava. Tinha a mesma altura de Marik, mas bem mais corpulento e espadaúdo.

- Boa pergunta capitão Gudruk! Exclamou Jan satisfeito com a chegada do homem.

- O capitão é uma patente, ou um tratamento carinhoso? Quer dizer vossas mercês se consideram um exército? Perguntei.

- Tome como certo jovem Rayd, apesar de sermos uma organização secreta, mantemos uma estrutura e disciplinas militares. Somos uma espécie de governo paralelo, funcionando à revelia das imposições do Império Teutônico. Estamos sempre de prontidão, pois o inimigo nunca descansa! Explicou o capitão Gudruk.

- Usando vossas palavras, nossa paz é extremamente instável. Vivemos sob uma pressão insuportável exercida pelo Império, tanto pelos impostos, quanto pela sua violenta política intervencionista. E isso tem nos causado muito prejuízos em todos os sentidos, comerciais principalmente devo dizer! Complementou Bazynski.

Rayd e a lua do caçador - Volume I - O DESPERTARDove le storie prendono vita. Scoprilo ora