Treze

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Alana

— Vamos lá meninas, hoje a piscina é só nossa, não tem porque terem vergonha...

A aula de educação física hoje deveria ser ao ar livre no ginásio aéreo, mas graças ao mau tempo e as asas delicadas de várias fadas a aula havia sido substituída. Aquilo era pior muito pior do que a chuva.

Caminho devagar mas evitando chegar muito perto da piscina gigantesca.

— ALANA! A aula ja começou, vai se trocar!

Me assusto com o grito. Olho em volta e vejo que todas as outras olhavam pra mim. Elas vestiam roupas minúsculas de natação. Se alguém do meu clã soubesse que eu estava prestes a vestir aquilo... Ai cacete, não quero nem pensar.

— Como sabe meu nome? — encaro a professora.

— Estive lendo os arquivos das alunas, você é a única que não tem nenhuma foto no registro. Seu clã não tem nenhum tecnologia daqui? — ela parece desconfiada.

— Não.

— Isso explica muita coisa, agora vai se trocar.

Dou mais uma olhada para a piscina gigantesca. Devia ser maior que lago que tinha do lado de fora. Ao menos ficava dentro da escola.

— Não posso entrar ali, não sei nadar — O que ela era? Doida?

— Alana, em quase duzentos anos sendo professora nessa escola eu nunca conheci uma fada que soubesse, todas estão aqui pra aprender. Além disso estamos na parte rasa, é como entrar numa banheira — ela diz em tom encorajador.

— Tá muito frio pra isso — começo a tremer.

— A água é aquecida. Sem desculpas, todas já foram — ela começava a ficar impaciente.

— Estou menstruada! — digo em voz alta.

A professora suspira.

— Olha, nesse caso eu devia te mandar pra enfermaria pra confirmar... Eu sei que não devia mas eu vou confiar em você porque estou de bom humor hoje. Pode ir, mas você não vai fugir da proxima aula — a mulher diz parecendo estar o oposto do bom humor. Parecia super irritada.

— Mas é verdade! — me defendo.

— Ok, vai antes que eu mude de ideia.

Apenas dou as costas para ela e saio daquele ambiente horrível. Como aquelas fadas conseguiram entrar naquela coisa funda e cheia de água? Não queria parecer fraca ou com medo mas porra, aquilo era totalmente diferente de tomar banho em uma banheira. Toda aquela quantidade de água me deixava apavorada. Não havia nenhuma aula de natação em casa, afinal não precisávamos disso.

Volto pelo corredor de onde vim e esbarro em... Que diabos era aquilo?

— Olha por onde anda, idiota. — uma loira alta e com pouca roupa me empurra. Seu cabelo era incrivelmente curto, e ela usava uma maquiagem forte.

Não respondo. Apenas espero ela dar alguns passos e faço um truque rápido de magia.

— Aaah — ouço a perua gritar.

SelváticoOnde histórias criam vida. Descubra agora