CAPÍTULO V - Juan Carlo

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PS: A música de hoje é a primeira versão de "All by mayself (Sozinho), muito a cara do nosso gostoso espanhol antes de se encontrar na vida!

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A

lgumas horas de viagem e cheguei em Santa Luz. O lugar não se parece em nada com interior do tipo exclusivamente rural. A capital do município com o mesmo nome tem shopping com mega estrutura. Confesso que imaginei algo mais rústico, o hotel é com qualidade de cinco estrelas apesar de não ter nada que indique a classificação. Já entrei em contato com o doutor Gonzaga que afirmou me pegar no hotel segunda logo após o café e pediu que não comesse tanto, pois estamos sendo aguardados pela proprietária da futura fábrica que devo transformar em marca. O bom de tudo isso é que não vou ter despesas, tudo está incluso na visita, assim, creio querer ficar hospedado por no mínimo sete dias. Posso fazer meu trabalho em menos que isso, mas ao lembrar da tal mudança que minha madre citou tenho calafrios, que não seja o que acho que é.  
Apesar de poder ter vindo na tarde de ontem, preferi curtir a noite de sexta em São Paulo, jurando que aqui não teria nada como diversão, preciso fazer uma pesquisa do local na próxima vez que for viajar, assim não viajo de ressaca. Vou aproveitar o sábado para dormir e amanhã leio tudo sobre a futura fábrica de doces e suas guloseimas cheias de gorduras saturadas para entupir veias e artérias das crianças. Posso estar pré julgando, mas não vejo uma fábrica de doces de outra forma.
Dormi a tarde inteira, pedi serviço de quarto e aguardei a entrega. Como iria demorar um pouco decidi tomar banho e para não perder a entrega, mantive a porta do banheiro aberta. Estava passando a toalha pelo corpo quando ouvi as batidas na porta e apenas enrolei a toalha em meu corpo e de qualquer jeito, abri a porta e encontrei um par de olhos amêndoas lindos e quentes, ao perceber que o cara devorava meu corpo, agi feito um devasso, deixei a toalha cair, porque nunca acerto prender no corpo mesmo e sempre costumo segurar a toalha em casos assim. Os olhos do homem foram direto para o meu pau, e ele lambeu os lábios quando o deixei entrar com aquele carrinho esquisito com meu pedido. Fechei a porta, afinal estava completamente nú, e ao virar meu corpo o homem estava perto de mais. Pedi desculpas pelo ocorrido com a toalha, às vezes é bom parecer que não foi de propósito. Ele se aproximou e apertou meu pau sorrindo.

- Pena que não posso demorar, ainda tenho que entregar outros jantares neste andar. Mas posso deixar para recolher sua louça por último e quem sabe ser a sobremesa, se você não se importar com uma rapidinha. - Apenas sorri.

- Não sou muito fã de rapidinhas. - isso é a mais pura verdade, não gosto de nada mal feito, nem feito de qualquer jeito. Por isso sou o melhor dentro da agência, e se tudo der certo, com as minhas economias, em breve poderei dar início ao sonho de ser dono da minha própria agência, mesmo que pequena.

Ele ainda insiste mas, declino a proposta e o cara sai sem dizer mais nada. Menos mal. Depois de jantar, deixo a louça perto da porta de entrada da suite e me tranco no quarto com as informações da futura fábrica em mãos. Devo admitir meu erro, doces feitos com produtos naturais, todos serão fornecidos pela Fazenda Feliz Prosperidad, que é do mesmo proprietário que a fábrica. A antiga era de pequeno porte e localizada em Higienópolis, a atual vai ser aqui no centro comercial de Santa Luz, gerando emprego e renda aos nativos. O que me dá a impressão que nem mesmo o Christian sabia disso. Em todo caso, vou cumprir minha parte e ir até o local, verificar as informações necessárias para um bom marketing, receber mais uma boa comissão e voltar pra casa com o dever cumprido.
O dia amanhece muito cedo aqui, parece outro céu. E apesar de costumeiramente acordar às sete para começar a trabalhar às nove, sinto-me disposto às seis. Impressionante como o ar dessa cidade é bom. Até saí pra correr, coisa que não fazia há quase dois meses e sempre gostei de praticar exercícios. De volta ao hotel, tomei banho e vesti trajes mais formais, afinal estou indo ao encontro de uma possível conta e a apresentação impecável é o diferencial da minha pessoa em relação ao meu trabalho. 
Aguardo pelo Dr. Gonzaga no saguão do hotel, preferi não comer nada no restaurante já que ele informou sobre estarmos sendo aguardados para o café. Tomei uma vitamina, apenas para não correr o risco de baixa de glicose, afinal, preciso manter a forma e depois de exercícios é bom comer ou beber algo saudável.
Seguimos pela estrada principal até praticamente o final da rodovia, de acordo com o senhor ao meu lado seguindo reto, estaria na fronteira com o Mato Grosso do Sul, entramos em uma estrada de chão batido, mas não do tipo que levanta poeira, pelo que ele vem falando está sendo preparada para receber asfalto em breve, coisa que em quase toda a pequena cidade é de boa qualidade, Dr. Gonzaga fez questão de dizer que o prefeito local costuma prestar conta mensalmente, com a população sobre os gastos, e todos em melhorias para o lugar. Moraria aqui, se não tivesse meu maravilhoso emprego em São Paulo.
A entrada da fazenda mostra a riqueza do lugar, enormes portões de ferro, lembrando os tempos do auge do café na região. Apesar do lugar não ter sido uma fazenda de café de acordo com o homem ao meu lado. Fiquei distraído com a beleza do lugar e mal percebi o carro parando. Ao descer tive a melhor de todas as visões do lugar. Montado em um garanhão negro, um belo ruivo sem camisa, usando chapeu de couro estilo cawboy, delicia de se ver, suado, com cara e jeito de anjo, que deixou meu pau super atento a sua presença. Sorte estar usando um blazer um pouco comprido. Obrigado senhor, por ter criado o tecido e ensinado a alta costura!

- ¡Madre de Dios! Ayúdame a no pecar! - E o homem pula do lombo do cavalo, cata a camisa de botão e veste as pressas. Fica envergonhado não sei se com a nossa presença ou com a forma descarada e com certeza faminta que devorei seu belo corpo com os olhos, todo cheio de sardas. Será que ele me deixa ligar os pontos como naqueles cadernos infantis de desenho? Até onde iria riscar esse belo corpo? 

- Bom dia Samuel! Como tem passado?

- Bom dia Doutor Gonzaga, estou bem obrigado por perguntar. - Delicia de voz e as bochechas mais coradas pela vergonha, posso me apaixonar apenas por isso. A constante timidez do rapaz me embebeda.

- Lia te falou sobre nosso visitante? Este é Juan Carlo, o designer gráfico que provavelmente vai trabalhar no marketing da fábrica. Já tomou café Samuel?

- Bem vindo senhor! A menina Lia disse que teríamos visitas, então saí mais cedo pra lida, e voltei agora. - Delicia de tomatinho cereja. Ele estendeu a mão em minha direção e peguei com gosto. - Satisfação em conhecer.

- O prazer é todo meu. - E ele consegue ficar mais vermelho ainda. Apertei a mão calejada e ainda macia masculina, com unhas bem cortadas, não resisti a tentação e deixei meus dedos escorregar por ela no final do aperto. Ele abaixa a cabeça com mais vergonha e olha para o lado, onde está a impressionante construção antiga, com boa parte da estrutura em pedra polida. Uma bela reforma foi feita aqui e a casa ficou com um toque moderno. Flores e plantas ornamentais decoram a varanda, tem até sofá e balanço suspenso, já imagino o corpo suado do ruivo sob o meu, en besos calientes.

Seguimos o Doutor Gonzaga que sobe os degraus alheio aos meus olhares para o corpo do ruivo. Não vejo a tal Lia inicialmente, apenas ouço a voz doce e de menina como Samuel, o anjo disse. E se não estou no paraíso, falta pouco. A miúda é de tirar o fôlego em seu vestido de alça fina e florido, que pára no meio das coxas. E lá vai meu pau endurecer mais um pouco. Situação desconfortável. 

- Não te vi sair Samuel. Comeu alguma coisa antes de ir para a lida? - Se eles não tem alguma coisa, falta pouco. - Bom dia Gonzaga, fizeram boa viagem? Vamos para a varanda nos fundos arrumei nosso café.

- Tomei um pouco de suco Lia, e comi um pedaço daquele bolo de cumbaru¹. Ficou melhor que o de bocaiúva². - A piada interna me incomodou. Mierda!


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Espero que tenham gostado.

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23/06/2021

AMOR À TRÊS (DISPONÍVEL ATÉ 31/10) Degustação Onde as histórias ganham vida. Descobre agora