Capítulo Nove: Lembrança

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- Mamãe, onde estamos indo? - perguntou a princesinha.

- Não seja ansiosa Hope, logo chegaremos! - respondeu Camily. - Vamos relaxar um pouco, enquanto seu pai ameniza o clima com Eloá!

A rainha estava montada em um lindo cavalo preto, com a garota sentada na sua frente, deitada sobre a crina, observando as árvores e o céu, que por sinal estava cheio de nuvens cinzas, com poucos raios de sol.

Saíram do castelo e foram em direção ao reino, chegando lá, Camily desceu do cavalo e pegou Hope no colo.

- Quero comprar mais algumas frutas e um pouco de pergaminho... - disse a rainha. - Me acompanhe e se comporte.

Entraram numa loja não muito grande, havia várias coisas novas e diferentes para Hope. Enquanto sua mãe procurava o que queria, a princesa com um espírito aventureiro, ficou rondando por ali e mexendo em tudo, até levar uma bronca de uma garota um pouco mais velha.

- Ei! Não é só porque você é a princesa que pode fazer o que quiser! - disse a garota.

- A-ah, desculpa... - respondeu quietinha e sem graça.

A menina percebeu que Hope tinha ficado chateada:

- Essa loja é do meu pai, legal né? - disse mas não obteve resposta. - Ah, meu nome é Jenni, Jennifer!

- Prazer Jenni Jennifer, sou Hope!

Elas riram.

Com o passar do tempo as meninas começaram a se ver frequentemente, quando a mãe de Jennifer foi trabalhar no castelo, até que seu pai faleceu e a família real propôs para que morassem lá.

[...]

- Vamos filha! - gritou Camily na porta da loja.

A princesa se despediu da nova amiga e foi correndo até sua mãe, que guardou as coisas que havia comprado em uma bolsa e subiu com Hope no cavalo novamente.

Depois de um tempo, passaram por todo o reino, estavam saindo dele.

- Mamãe, o reino acabou? - perguntou curiosa.

- Sim querida, - respondeu sorridente. - mas não vamos muito longe.

Chegaram em uma árvore enorme e antiga, ao lado da estrada, com grandes raízes e folhas do tamanho da palma de uma mão.

Desceram do cavalo e a rainha o amarrou em uma cerca, então foi apresentar a sua filha a árvore da sabedoria.

- Essa aqui, - disse Camily batendo no tronco. - é mais velha que eu!

- Uau! - exclamou a garotinha admirando.

- Bom, está com fome?

A rainha tirou da bolsa uma toalha, a estendeu no chão, pegou alguns brinquedos e deu para Hope brincar, enquanto arrumava algumas frutas e docinhos.

- Estava uma delícia! - disse a princesa rolando na grama. - Mãe, você trouxe meu arco?

- Sim, trouxe. - ela respondeu. - Pode pegar na bolsa! Não filha, na outra!

Camily amava desenhar, então pegou o pergaminho que havia comprado para desenhar Hope.

A sua nova obsessão era o arco que havia ganhado do pai, e foi exatamente o que a rainha escreveu no canto de seu desenho: "Arco e Esperança"

- Papai disse que eu deveria pedir para Scorpius me ensinar a usar! - disse a garotinha, que tentava segurar uma flecha.

- Parece uma boa ideia, querida! - respondeu a mãe.

- Ele é legal sabe... Mais velho... - ao dizer, as duas se olharam sérias e depois começaram a rir.

Pensando, resolveu perguntar:

- E o Scott, querida?

- Arghh! - disse bufando. - Ele me irrita. Por isso soquei o nariz dele hoje.

- Quando voltarmos você vai pedir desculpas a ele, a Eloá e ao Joseph!

A garotinha fez uma cara feia e disse que não, então a rainha disse: "Um dia vocês vão acabar juntos..." de resposta recebeu um: "eca".

Camily estava quase terminando o seu desenho, quando Hope se aproximou e deitou em seu colo, disse que tinha brincado muito então iria dormir um pouco.

Ás horas se passaram, ambas adormeceram ali em baixo da árvore, a rainha acordou e ficou fazendo um cafuné em sua filha.

- Podíamos ficar juntas para sempre... - disse baixinho.

- Nós vamos mamãe, eu te prometo... - respondeu a princesa, acordando e esfregando os olhos.

A rainha se levantou, o sol já estava quase se pondo, e as nuvens, que agora eram negras, empesteavam o céu,  Hope a puxou de volta para o chão e disse que teve uma ideia, a ideia de uma promessa que fariam ali mesmo. Camily estranhou, porém logo aceitou.

Antes que pudesse se sentar novamente, a chuva começou, ela se apressou para pegar todas as coisas, e por fim pegou Hope no colo mas a menina se debatia.

- Espere! Precisamos...

- Precisamos voltar ao castelo, querida! Vai ficar mais forte!

- Que dancemos na chuva, então! - disse decidida.

Camily ficou pensativa, e olhando para a menina em seu colo.

- Ficarei bem quentinha quando voltarmos ao castelo, não vou ficar doente! - diz a princesa como se tivesse lido os pensamentos da mãe, que a soltou.

Correram para perto da árvore, totalmente molhadas, ficaram pulando e dançando até os pés cansarem.

Por um momento, enquanto dançavam, a rainha ficou olhando para sua filha, imaginando o futuro da pequena como rainha... O que a alegrou, pois sabia o quanto Hope brilhava.

A princesa, cuidadosamente, fez um bolinha de lama e jogou em sua mãe, começando uma guerra.

A chuva foi ficando cada vez mais fraca, até parar, as duas estavam deitadas na grama, cheias de lama em seus cabelos e em suas roupas.

Camily se levantou e começou a arrumar as coisas em sua bolsa de novo, mas antes de começar a chuva, elas não haviam terminado uma conversa:

- Ei mamãe! Temos que fazer a nossa promessa! - disse de pé, andou até o cavalo e pediu para Camily pegar o desenho que havia feito mais cedo.

Depois, puxou sua mãe até de baixo da grande árvore, onde se ajoelharam.

"Eu juro, adiante dos dentes-de-leão mais bonitos, da árvore da sabedoria, da lua, das estrelas e do desenho da mamãe..." dizia com uma das mãos dada a rainha e com a outra, ambas seguravam o desenho, depois falou baixinho "Pode repetir."

Camily o fez.

"Que quando eu fizer... hm... 17 anos voltaremos aqui juntas para ter uma tarde igual a essa."

A rainha repetiu, e encheu a sua filha de beijos e abraços. Disse por fim que agora realmente precisavam ir embora.

Assim, subiram no cavalo e foram para o castelo.

A Princesa de Bluthekart Where stories live. Discover now