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    Afinal, eu mereço continuar viva? 

   Penso em tudo que fiz ás pessoas ao me redor e em como machuquei tantos os que me amavam, os únicos que me amavam. Meus pais estão mortos por minha causa, no fim de tudo, se eu nunca tivesse adoecido eles não precisariam viajar para outro país e aquele helicoptero não cairia. Creio que no fundo, Jungkook, meu irmão, também me culpa por tudo. Ele deve se sentir o pior, mas não consegue evitar. 

  Meus pais não estarão em seu casamento. E eu também não. 

   Pensar nisso, me faz lembrar de que Taehyung está se destruindo por mim. Acabei com sua vida e sinto remorso por isso. Não deveria, mas sinto. Meu corpo está mudando assim como a humana que existe dentro de mim. Aquela Ryujin, está vindo á tona pela primeira vez depois de 13 anos. Depois daquele acidente no mar, ela nunca deu indícios de que queria retornar a superfície. Não até agora. 

   Sinto o medo correndo em minhas veias, a aflição, culpa, desespero.  Ryujin queria ter uma vida boa, queria ser boa. Tornei seus sonhos em pesadelos. Nunca irei me perdoar e ela nunca irá me perdoar por isso. A questão é que ela quer dar as caras justo agora, que estamos batendo as botas. 

  Não tenho mais esperanças em Hoseok. Ele não responde as ligações de Taehyung, não apareceu no local marcado e horário marcado. Além de que, não recebemos nada que ele disse que mandaria. Aposto que viu como meu câncer já está avançado e não quer decepcionar seu amigo. 

  Sem decepções. Afinal, sempre aceitei meu destino e estava feliz com ele. Porém, ver o olhar de Taehyung, aqule olhar de pena, medo e esperança misturada, toda vez que olha em minha direção, me mata ainda mais. Me deixa á mercê dele. Queria poder lhe dizer que estou bem, que estou muito bem. Mas não estou. 

   Meu cabelo está caindo em quantidades maiores. Não queria raspá-lo, mas pelo visto será necessário se continuar nesse ritmo. Toda vez que passo os dedos por ele, os fios saem nas palmas de minhas mãos. 

   Meu rosto já está bem cicatrizado. Apenas um corte pequeno ou outro. Minha coxa ainda está dolorida, no entanto, uma dor gostosa. O problema é meu quadril. Os pontos precisam permanecer por mais dois dias. Quando Taehyung foi retirá-los hoje de manhã, percebeu como a região estava avermelhada. Obviamente isso está ligado ao fato de que estou podre por dentro. Levarei mais tempo do que o normal para estar em forma novamente. 

   E depois de nossa conversa, ou melhor, de sua confissão, evito ficar perto dele. Até anteontem, eu estava doida para foder, foder até meu corpo ficar irreconhecível. Eu só...não consigo pensar nisso agora. Estou cansada a maior parte do tempo e meu corpo doí com movimentos bruscos. Além de quê, não posso mais me envolver tanto com Taehyung. 

  Ele disse que me ama. Disse isso e eu não consigo mais esquecer. 

  Tudo que fez pra mim até agora, é surreal. Taehyung estragou sua vida completa por mim e está aqui, cuidando desse pedaço de merda que sou eu. Não se preocupem, não estou com a autoestima baixa. Estou apenas apontando os fatos. Sou um pedaço de merda por tudo que fiz. 

  Com a mente confusa, o corpo em pedaços, presa em uma casa velha no fim do mundo e procurada por diversos crimes, sinto que chegou meu fim. 

  Pra quê prolongar tudo isso? Tanto sofrimento? 

  Acabou. Esse é meu fim . Devo libertar Taehyung e minha alma logo. 

  Me dói saber que nunca nos veremos. Eu estarei no quinto dos infernos, e ele estará no lugar mais belo que existir. Pelo seu coração bom. Por no fundo, ele ser um homem bondoso e gentil que apenas precisa descobrir isso. Não faço ideia de porquê ele era, ou é garoto de programa. Aparentemente ele buscava no prazer algo que faltava em si. Talvez o amor familiar que nunca teve na infância? O apoio dos pais ou dos irmãos? Ou ele apenas gostava de sentir como um criminoso? Cogitei até mesmo a ideia de que ele era abusado quando criança. 

  Acho que estou certa. Nunca pensei tão profundamente no assunto, mas todas as vezes em que o vi sem roupa, percebi uma cicatriz em sua virilha, e algumas queimaduras de cigarro. Nunca me importei com isso, cheguei a pensar que fosse coisa de seus programas, que alguma mulher sádica o torturou, no entanto, aquilo era antigo demais. Ele parece ter enfiado o que quer que seja bem a fundo, talvez nem mesmo se lembre. Vitimas de abuso, preferem esquecer, e de fato, algumas conseguem. 

  Eu não consegui, mas fico feliz que ele tenha. Também ficarei feliz em saber que ele puniu quem quer que tenha lhe causado tanta dor. De forma bem lenta. E que quem quer que seja, esteja se arrependendo até agora, no inferno mais fervente. 

   E se caso ele não tiver feito, eu arranjaria uma forma de fazer isso por ele. 

   -O que quer comer? 

  Sua voz grossa me despertou dos pensamentos. Olhei pra sua presença na porta. Ele era tão grande, que poderia assustar. Seus cabelos estavam bagunçados e caindo em sua testa de forma maravilhosa, como se estivesse acabado de passar as mãos neles. Ainda não me acostumei a vê-lo sem o terno que usava diariamente, usando apenas uma camisa cinza e uma calça bege de um tecido parecido com jeans ele podia se fingir de um simples morador dessa cidade. Ele estava descalço. Percebi que ele gosta de ficar descalço. Suspirei o olhando. Ele era tudo e ao mesmo temo não podia ser tudo. 

   -Pode ser qualquer coisa. 

  Quero evitar contato. Estou com uma idéia na cabeça e não quero que ele me interrompa. Ele seria capaz disso, muito bem. 

   -Vou ir ao mercado comprar "qualquer coisa". Vai ficar bem sozinha? -A preocupação em sua voz me fez querer chorar. Ele daria tudo por mim, não daria? E o que eu faria por ele? Só causaria mais destruição. 

 -Sou uma adulta. -Respondi ríspida. Ele precisa ir logo. Precisa me deixar sozinha. 

 -Uma adulta com mentalidade de criança. -Meu professor riu e caminhou até mim. Pensei em desviar, em empurrá-lo. Seus lábios tocaram gentilmente minha testa exposta. Um beijo carinhoso, de carinho e cuidado. Um beijo que significava mil coisas ao mesmo tempo. Um beijo de esperança. -Eu te amo. Estarei de volta antes que você perceba. 

   Com isso, ele pegou a chave do carro velho em cima da mesa e saiu. Saiu e me deixou ali. Com o coração batendo forte demais e os pensamentos confusos. Ele me ama. Nós não podemos ficar juntos. Isso já foi longe demais. Todo esse jogo, essa brincadeira de casalzinho feliz. Isso não existe. Não com alguém como eu. Não com alguém como ele. 

  Eu o amo. 

  O amo e sou quebrada demais. Desejo estar com ele e viver essa vida que ele tanto planeja, mas não podemos. Isso não pode acontecer. 

   Preciso matá-lo antes que ele me mate. Preciso acabar com a parte humana que desperta dentro de mim por causa dele. 

   Sinto tanto por isso, que estou aos prantos agora enquanto procuro a calibre 38 que vi em sua cintura dias atrás. Quero que Taehyung morra junto comigo. Só assim, poderemos sobreviver de fato. 

    Sou doente e espero do fundo do meu coração que ele não volte pra essa casa. Que ele vá embora e me esqueça para sempre. Que arranje um jeito de viver sua vida. Pois se ele retornar, eu irei matá-lo. Preciso fazer isso para que ele entenda, que eu sou um monstro e que não posso ser curada. Que preciso ser castigada e não posso conhecer o amor.  

   Tenho de morrer forte, e pra isso, eu preciso matar aquele que me deixa fraca, 


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 Oi meus amores! Perdoe a demora. 

  Quero mais uma vez dar esse avisinho aqui. A fanfic é problemática de um modo extremo, estou abordando esse lado da minha escrita. A Ryujin é um personagem terrível, e as coisas que ela faz e pensam são sim abomináveis, e o Taehyung não é um santo. Gostaria por favor de avisar que aconteceram coisa surreais daqui pra frente que podem causar um certo desconforto e para não acontece o que acontece em outras fanfics minhas, que são muitos comentários de ódio, eu gostaria de pedir que aqueles que se sente desconfortáveis com esse jeito de fanfic, não leiam! 

   É extremamente chato situações onde os personagens e eu somos xingados sendo que eu aviso  sempre sobre os possíveis gatilhos. 

   Aos demais, que estão satisfeitos eu agradeço o carinho que vocês tem comigo! 

   Até o próximo! 

Yes, TeacherWhere stories live. Discover now