13. A verdade pode doer, ou não

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Entrei em casa com um misto de emoções no peito. Me encostei na porta e encarei a parede branca da sala.

Depois de passar algumas horas com Finn, não fazia ideia do que iria acontecer agora.

Ou talvez não tivesse que acontecer nada e poderíamos levar... na amizade?

Da última vez não deu muito certo. Apesar de não sermos os mesmos daquela época. Era estranho pensar meses atrás como se tivesse sido há muito tempo?

Meus pais estavam surpresos com o horário que cheguei, já que havia avisado que só iria patinar um pouco.

Sabia que papai iria fazer milhares de perguntas sobre Jacob se tivesse dito que encontraria um garoto, por isso havia avisado que fui sozinha, o que era muito comum.

Eles estavam acostumados comigo saindo no Inverno para patinar. Acho que era a única época do ano em que eu via motivos para sair. Em geral, parques e shoppings não me chamavam muito a atenção o suficiente para largar meu precioso videogame e me arrumar pra sair de casa. Só ia mais por causa da Sadie. E nem preciso dizer nada quanto a festas, principalmente no que deu na primeira e última que fui.

Antes que eles pudessem questionar o horário, passei igual um furacão em direção ao meu quarto para colocar um pijama bem quentinho e me enfiar debaixo das cobertas.

Relutei muito, mas precisava enfrentar a água morna do chuveiro, já que suei na pista de patinação e não poderia dormir assim. Mamãe me chamou para jantar, mas preferi descer após o banho para fazer um lanche rápido e ir comer no quarto, enquanto assistia alguma coisa.

Peguei dois hambúrgueres no congelador, e os deixei sobre a bancada da pia. Passei maionese nos pães de hambúrguer que havia retirado do armário e cortado no meio com a faca. Deixei a frigideira com o fogo ligado sobre o fogão e esperei.

Ao fritar os hambúrgueres e encher um copo de coca-cola, subi, dando boa noite para meus pais.

Não era sempre que eu comia no quarto, mas gostava de fazer isso de vez em quando no frio, já que a sala parecia ficar mais gelada nesta época do ano.

Acabei escolhendo uma comédia, por estar bem humorada e afim de dar boas risadas.

Era muito bom assistir filmes com o cacheado. E divertido ouvir seus comentários durante todo o filme, apesar de sempre ter odiado pessoas que não param de falar durante a sessão. Mas, mesmo com filmes de drama, como A Culpa É Das Estrelas que vimos juntos, Finn tornava as cenas engraçadas.

Fitei meu celular, mordendo o lábio por esperar algum aviso dele por ter chegado. Apesar do cacheado nunca ter tido esse costume.

Ainda assim, estava tarde...

Decidi checar, um pouquinho decepcionada ao constatar que não havia mensagem alguma.

Suspirei, debatendo se deveria perguntar se já havia chegado, porque provavelmente Finn não diria.

Deixei o aparelho de lado, decidindo que era melhor não enviar nada.

Até lembrar que dissera ao Finn que havia bloqueado seu contato e que talvez, por isso, ele resolvera não avisar.

Bufei, enviando uma mensagem curta e simples.

Prestei atenção ao filme, voltando alguns segundos por ter perdido o começo.

Meu telefone vibrou e o liguei, pausando a tela.

Finn: Cheguei, acabei de sair do banho [21:09]

Finn: Esqueci de te avisar [21:09]

Finn: Foi mal [21:09]

A última mensagem era acompanhada de um emoji sorrindo enquanto uma lágrima escorria por sua testa. Tão típico dele...

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