Baratas, tramas e noites estreladas

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- Jaemin, traz o veneno que uma barata apareceu no quarto! - o berro de Donghyuck desperta o príncipe de seus pensamentos.

- An? Como? - O Na parece confuso mas sua expressão muda ao encarar o príncipe, retorcendo-se em puro desgosto. - Céus, cale-se, Hyuckie. Já pensou se acaba condenado à forca por esse bobo da corte? Que morte mais constrangedora.

- Eu sei que vocês têm todos os motivos para me odiar mas não é bem assim... - O príncipe tenta se defender.

- Okay, se eu for decapitado por te falar umas verdades, eu morro feliz. - O ômega de fios rosados perde o resto de sua paciência já escassa, jogando as roupas que segurava em uma cadeira e apoiando os braços na cintura. - O que aconteceu com você, Jisung? Costumava ser uma criança legal e acabou se transformando nisso daí. Todos nós sabíamos que você não era grande coisa, até mesmo o Lele parou de criar expectativas quando se reencontraram, então porque não podia simplesmente deixar tudo como estava? Porque precisou conquista-lo e machuca-lo assim logo em seguida?

- O que quer dizer com isso? - aquela pergunta era mais de incredulidade do que de dúvida. Ele não podia ter ganho o coração do lúpus e o perdido sem ao menos se dar conta disso, podia?

- O que acha, Park? - Donghyuck cospe em desgosto. - Não acredito que te ajudei, quebrei a confiança do meu rei e o meti em problemas apenas porque achei que você de fato gostava dele! Como você pôde, Jisung? E de todas as pessoas, tinha que ser justamente alguém como ela? O Lele é educado mas para tudo têm limites, então controle seu bichinho de estimação porque mais uma, e eu mesmo dou um tabefe nela.

Àquele ponto, o alfa não fazia mais ideia do que dizer ou até onde a sua compreensão poderia ir. A ideia de que Chenle de fato gostava dele já era demais para assimilar, agora juntar aquilo a inúmeras ofensas e informações sobre Yoorim tornava sua mente um completo caos. Novamente, sentiu vontade de se encolher e chorar até que não houvesse amanhã mas constatou que aquela não era uma das soluções para o problema que havia causado a si mesmo então endireitou-se, encarou os dois ômegas de forma séria e deixou o quarto sem outras palavras, indo direto a origem daquilo tudo: Lee Yoorim.

De alguma modo estranho, o Park havia recuperado algo, senão um pouco de esperança, pelo menos uma parte de sua força de vontade estava de volta. Quer dizer, se os melhores amigos do ômega estavam tão bravos e até mesmo deram a entender que ele estava de fato magoado, significava que Jisung ainda tinha uma chance, certo? Significava que o Zhong sentia algo, apenas mentia muito bem. Agora ainda eu soubesse não merecer perdão ou segundas chances, o príncipe coreano tinha um motivo forte para lutar e mesmo sem ter certeza de como consertaria tudo, sabia que o primeiro passo era pedir para que Yoorim fosse embora.

- Sungie, esperava que viesse até mim mas não tão cedo assim. - A ômega brinca assim que sente o cheiro de café, antes mesmo de abrir a porta.

- Não sei de onde tira tanta confiança mas meus pêsames, creio que entendeu a minha vinda da forma errada. - Rebate mal humorado, finalmente encarando-a. - O que exatamente você disse a meu noivo?

- Até onde sei, ele é seu ex noivo. - Yoorim debocha, encostando-se de modo sedutor contra a madeira. - E eu não disse nada demais, apenas o tratei como um bom amigo e um dos garotos surtou.

- Você está louca? Você o conheceu na pior das condições, sabe o que aquilo significou e ainda assim vai puxar papo? - Jisung quase rosnava. - Três dias.

- Eu só queria agradecer por ele ser uma pessoa tão legal, ok? - Defende-se, os olhos arregalados em falsa inocência. - O que vai acontecer em três dias?

- Três dias é o tempo que você tem para organizar suas coisas e sair da minha casa com dignidade, antes que eu incentive a minha mãe a fazer o que sempre quis com esse seu pescocinho mixuruca. - O ódio nas palavras alheias era óbvio.

Noivado- Chensung ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora