Capítulo 25

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*Macarena*

Hoje é quarta feira, dia de mais uma apresentação em Málaga. Os últimos dias foram surpreendentes. Estou no camarim diante do espelho, fazendo os últimos retoques na maquiagem quando Fátima entra no ambiente.

- Hum... Tá linda assim pra minha mãe?
Ela questiona sorrindo.

- Você acha que ela vai gostar?
Questiono dando uma borrifada de perfume.

- Claro que a coroa masoquista vai gostar.
Ela gargalha.

- Fátima, para... ela ficou super sem graça sabia?
Digo sorrindo.

- Sério?
Ela questiona em meio a risadas.

- Sim. Com medo de que você fizesse um mal juízo dela. Vê se pode.

- Jamais, o que vocês fazem entre quatro paredes não interfere em quem ela é como mãe. Acho que ela deve ser maravilhosa, pelo pouco que passei com ela senti.
Responde de maneira mais séria agora.

- Sim cariño, mas a partir de agora não falo mais sobre isso com você. Até eu fico sem graça.
Dou uma risada descontraída.

- Por favor viu? Por que eu não tô pronta pra isso não Maca...
Gargalhamos alto

Fátima deixa o camarim e eu coloco a máscara vermelha no rosto.

Hoje eu estava com os cabelos soltos, ondulados, franja desarrumada. No corpo um conjunto de lingerie vermelha, de renda, salto preto. Caminho até o cabide e retiro o sobretudo, e o vestindo vou em direção ao acesso que me permitia chegar de frente ao palco.

Observo por trás das cortinas o movimento. A casa está lotada. Na primeira fileira está ela, com o inseparável drink de bourbon. Ao seu lado está outra mulher, essa tem os cabelos escuros, cumpridos, ondulados, sobrancelha bem marcada.

Ambas conversam enquanto aguardam o meu show.

*Inicie a música Drifter Hippie- Sabotage*

As luzes se apagam, e caminho até o centro do palco, próxima ao pole dance. A música começa a tocar e o foco de luz se acende.

Meus olhos vão diretamente ao encontro dos de Zulema que me observam atentamente.
Começo a me mover lentamente encostada na barra. Elevo as duas mãos acima da cabeça e círculo elas na barra, vou deslizando o corpo lentamente.

Dou alguns passos em direção a plateia e ameaço abrir o sobretudo, mas logo retorno a barra.

Com as mãos faço um impulso e me apoiando nela sigo até a parte mais alta. Círculo as pernas apoiando meu corpo e solto os braços de maneira sutil inclinando meu corpo completamente, e vou deslizando até metade da barra.

Ali solto o feixo do sobretudo expondo a parte de cima da lingerie.
A plateia grita enlouquecida.

Conforme vou deslizando o corpo, a peça vai despindo o resto do meu corpo.

De pé viro de costas para a platéia e começo a rebolar de forma lenta, no ritmo do grave da música.

Com a mão direita apoiada sobre a barra, eu inclinava o corpo de maneira que minha bunda estivesse totalmente empinada pra plateia.

Ouço os inúmeros elogios dos clientes.
Me viro de vagar e caminho lentamente até a frente do palco. E num movimento rápido espalmo as mãos no chão e logo inclino o corpo, agora com os cotovelos apoiados no chão e a bunda empinada, de quarto pra platéia, mas a visão que Zulema tinha era lateral.

Vejo ela se levantar e depositar uma nota de 200€ na lateral da minha calcinha. Quico ao som da música e a vejo se afastar mordendo os lábios lentamente.

Os clientes começaram a jogar as notas de euro em minha direção.
Logo o chão estava tomado por elas.
Me levanto com cuidado e sigo até metade do palco, onde cachinhos surge, com a fantasia de anjo. Trazendo uma cadeira.

Logo se senta e eu sento encaixada no seu colo. Começo a roçar meu corpo no seu ao ritmo da música. Eu sabia como esse tipo de situação provocava Zulema e fiz propositalmente nessa intenção.

Cachinhos apoia as mãos na minha cintura e contorna o meu corpo de acordo com os meus movimentos.
E assim deixamos a platéia de clientes eufóricas.

Ao final do show sigo para o camarim, minutos depois, agora com o sobretudo cobrindo meu corpo saio em direção ao bar.

De longe avisto Zulema, cachinhos me acompanha.

- Um shot de tequila por favor.
Digo encostando no balcão.

- Morena você ganhou meu coração.
Diz a mulher que acompanhava Zulema.

Olho para cachinhos que sorri, e logo vai conversar com ela.

Zulema se aproxima de mim com o drink nas mãos.

- Você fez pra me provocar não foi?
Se aproxima sussurrando no meu ouvido.

- Você se acha mesmo o centro do universo, não?
Retruco e logo em seguida engulo o shot.

- Do seu?
Claro que sim.
Responde de forma sarcástica apoiando a mão esquerda minha nuca, me puxando pra mais próxima do seu rosto.

- Pois saiba que não é.
Digo me desvencilhando dela e sigo na direção de sua amiga.

- Muito prazer, Macarena Ferreiro.
Digo estendendo a mão para ela que logo a beija.

- Saray Vargas. O prazer é todo meu!
Ela responde sorrindo.

Zulema nos encara de maneira irritada. Cachinhos sorri, ao ver que eu estava fazendo tudo aquilo para provocá-la.

- Você tá afim de um programa a três?
Falo bem alto, pra que Zulema pudesse ouvir.

Saray olha para a amiga que a encara com o olhar tomado de ódio.

Nesse instante dou as costas e saio caminhando pelo corredor, paro diante do quarto e com o dedo indicador faço um movimento a chamando.
Saray sorri e faz menção de se levantar, quando Zulema irritada bate o copo com o drink no balcão. E solta um palavrão. Vendo que a tirei do sério entro no quarto e aguardo.

*Zulema*

Macarena tem o dom de me tirar do sério.

- Filha da puta!
Resmungo batendo o copo de wisk de maneira irritada no balcão.

Saray faz menção de se levantar e eu a olho com ira.

- Parece que a loira sabe como te tirar do sério, não é?
Ela gargalha.

- Ela gosta de fazer joguinhos. Mas hoje vai se arrepender de brincar comigo. Ah vai!

M Á L A G ATempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang