Capítulo 36

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*Zulema*

Desperto com o frio da noite arrepiando meu corpo, abro os olhos e vejo a cena que gostaria de ver o resto dos meus dias, Macarena dormindo de forma calma no meu peito, com a mão envolta em minha cintura, eu pararia o tempo naquele instante, só pra registrar aquela cena pra sempre. Devagar estico a mão direita e puxo o lençol que estava em sua cintura, cobrindo o resto do seu corpo que está todo arrepiado de frio. Deslizo a mão em seu cabelo descendo devagar pelo seu rosto lindo. Aconchego um pouco mais o meu corpo no seu tentando amenizar o frio que sentia, mas logo meu mamilo irrigece, denunciando que meu corpo sentia a queda brusca de temperatura no cair da noite.
A loira se movimenta de forma lenta e preguiçosa retirando a mão da minha cintura, despertando.

- Acho que dormimos demais, não?
Me encara com os olhos semiserrados, sorrindo.

- Digamos que sim...
Respondo sorrindo retirando a franja que insistia em cair sobre seus olhos esverdeados.

- Tá com fome?

- Faminta!

- Que tal um banho, e depois desço pra preparar algo pra nós duas comermos?

- Excelente amor!
Responde levantando de maneira calma, sentando na beira da cama se espreguiçando.
Macarena segue até o banheiro e logo ouço o barulho da água caindo sobre o chão. Caminho até o cômodo, abrindo o vidro do box aconchego o meu corpo ao seu, debaixo daquela água quentinha.

- Foi muito especial tudo o que rolou hoje.
Dou leves beijinhos na sua nuca após concluir a frase, pego o sabonete líquido e deposito uma boa quantidade e deslizo minha mão sobre suas costas.

- Isso é um banho ou um convite pra um terceiro round?

- Um banho loira, as vezes você se esquece que tenho 40 anos.
Gargalho com a expressão engraçada que ela faz revirando os olhos e sorrindo depois.

- Tá bom coroa, não vou abusar de você.

Tomamos um banho demorado, cheio de provocações até que a fome falou mais alto, e saímos, após nos secarmos colocamos um pijama despojado. Descemos as escadas conversando, fazendo brincadeiras de cosquinha até que nos damos conta de que não estávamos sozinhas.

- Nossa, eu já estava preocupada, ouvimos tantos barulhos vindos do seu quarto, coisas caindo, móveis batendo, achei que vocês estivessem se matando.
Fátima diz de maneira sarcástica.

- Filha... é que.. é que...
Respondo com o rosto completamente corado, sem resposta diante da situação .

- Fátima não se faça de inocente, eu sei que você armou tudo isso.
Macarena contesta de forma engraçada.

- Eu não aguentava mais ver minha mãe com a Helena, confesso!
Gargalha encarando Helo.

- Vocês duas são terríveis.
A loira e eu dizemos em uníssono.

- Vocês estão com fome filha? Desci pra preparar algo pra gente.

- Hum, mamãe cozinhando, é claro que estamos, não é Helo?
Encara a namorada que sorri envergonhada.

- Pois bem, loira vem? Preciso de ajuda!

- É claro meu amor.

- Hummmmm, meu amor, você ouviu isso Helo?
Fátima diz em tom sarcástico.

- Não precisa ficar com ciúmes que sua madrasta também te ama cariño.
Macarena termina a frase sorrindo, seguindo pra cozinha.

Preparo um jantar simples com ajuda da loira, um prato que toda mãe sabe fazer de maneira excelente, uma macarronada com almôndegas. Depois que tudo estava pronto servimos a mesa, abri o melhor vinho e brindamos aquele momento ímpar. Foi uma noite divertida, onde notei que não precisava de mais nada para ser feliz, ali estava meu ponto de equilíbrio, a minha família.

Depois do jantar fomos todas para sala, Fátima escolheu um filme de terror e assistimos atentamente, na metade do filme percebo que as meninas haviam adormecido, subo até o quarto e trago um cobertor, e as cubro, deixando Helo e minha filha dormirem quentinhas, abraçadas.
Encaro Macarena gesticulando para que subissemos após desligar a televisão e assim saímos na ponta do pé para não acordá-las.

Já no quarto a loira se senta na cama enquanto eu fumo um cigarro na varanda, evitando que a fumaça ficasse no ambiente onde estávamos.

- Amor, me responde uma coisa?
Diz a loira se levantando, seguindo em minha direção na sacada.

- Sim, o que foi?

- Você conseguiu ter acesso ao conteúdo das fitas? Estou com um mal pressentimento.

- Ei... fica tranquila, enquanto eu estiver viva nada de ruim vai acontecer a você, nem a minha filha.
A envolvo em meus braços, a acolhendo num abraço apertado, beijando sua cabeça de maneira calma.

- Saray passou as imagens para um pendrive, elas estão ali na escrivaninha. Eu ainda não tive tempo de vê-las.

- Precisamos delas como moeda de troca por nossa liberdade.
Diz me encarando com os olhos marejados.

- Eu vou prender aquele verme e vocês serão livres, confia em mim loira.
Deposito um beijo em sua testa.

- Tá frio aqui fora, vamos entrar pro quarto?!
Digo apagando o cigarro, o deixando no cinzeiro que havia ali.

Maca segue na frente e vai em direção a escrivaninha, com o pendrive em mãos volta até a mim que nesse instante estou terminando de fechar as portas de vidro que haviam ali.

- Podemos ver? Eu não vou conseguir descansar sem saber quem foi o responsável pela morte da minha amiga.

- Sim meu amor, se vai te fazer se sentir melhor, nós vemos agora mesmo.
Termino a frase pegando o objeto e seguindo até a televisão. O encaixo na lateral e logo tenho acesso a pasta. Com o controle remoto em mãos seleciono o vídeo de número 27, logo em seguida me sento na cama, ao lado da loira que olha atentamente para a televisão. Alguns minutos depois de iniciado o vídeo o mascarado entra na tenda acompanhado de uma menor, não demora muito até que reconheço o anel  com o brasão, enojada com a cena dele passando a mão na pobre garota sinto o meu estômago revirar diante daquela imagem repulsiva. Nos 3 minutos e 47 segundos ele retira a máscara, deixando seu rosto visível.

- Joder, não pode ser!
Digo de maneira surpresa.

- O que foi amor?
Questiona a loira apoiando a mão em cima das minhas que estão geladas.

Meu coração por alguns segundos perde o ritmo normal, sinto um frio imenso diante da surpresa que deixa meu rosto pálido, minhas mãos começam a suar, eu esperava ver qualquer pessoa naquela tenda, menos essa, isso nunca se quer passou pela minha cabeça.

- Zulema, você está me deixando assustada.
Maca diz apoiando as mãos ao redor do meu rosto enquanto estou paralisada diante da cena.

- Maca, é ele... é ele.
Digo gaguejando, apontando para a televisão.

- Ele quem amor? Olha pra mim, por favor, você está me assustando.

- Hierro.... é o Hierro, o pai da Fátima.

M Á L A G AWhere stories live. Discover now