Sete - JAANEMAN

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JAANEMAN (exp.);

em urdu\hindi: lit. "minha alma". Expressão utilizada para designar uma pessoa amada, uma pessoa querida.

 Expressão utilizada para designar uma pessoa amada, uma pessoa querida

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A carteira à sua frente estava desocupada.

Ele não conseguiu se concentrar um segundo sequer em nenhuma das aulas que tivera pela manhã e quase agradeceu a Deus quando foram comunicados que excepcionalmente naquela tarde as aulas estariam suspensas graças a uma manutenção que precisou ser feita devido as turmas do terceiro ano terem – na falta de uma palavra melhor – extrapolado nos treinamentos.

É lógico que a grande maioria da turma ficou desapontada com aquela notícia, afinal faltavam poucos dias para o festival e todos estavam aproveitando cada segundo para treinar e poderem finalmente mostrar para as agências o seu potencial.

Mas no momento ele não conseguia pensar nisso, afinal, a carteira à sua frente estava desocupada.

Tamaki ainda mantinha fresco em sua memória os acontecimentos da noite de cinema, principalmente o vergonhoso fato de ter desfalecido depois de beijar Lilith.

Pensar nisso fez seu corpo reagir fisiologicamente ao sentimento de vergonha.

Se ela estivesse ali certamente escutaria seu coração acelerar e perguntaria se ele estava passando mal como costumava fazer. Tamaki se esforçou para interromper seus pensamentos, principalmente quando sentiu a garganta fechar. Não queria chorar no meio da aula de inglês.

Por mais que fosse inevitável, ele ainda não estava realmente pronto para dar adeus a ela.

Não que ele tivesse tido a chance, afinal.

Voltando para a fatídica noite do seu desmaio, Tamaki passou cerca de 5 minutos desacordado, tempo mais que o suficiente para o mundo virar de cabeça para baixo.

Tamaki?

Quando acordou Lilith já não estava mais lá e Nejire parecia desolada no canto da sala, coube a Mirio explicar o que havia acontecido.

"- A tutora dela veio buscá-la." – ele havia dito. – "Parece que aconteceu alguma coisa com a família dela e a mãe dela não quis explicar tudo por telefone...".

Aparentemente o incidente com o pai dela havia sido um dos menores problemas, o grande caso mesmo aconteceu quando seu irmão mais velho se descontrolou e acabou matando os responsáveis por hospitalizar o pai. Não havia pegado muito bem para a imagem da família, afinal os bandidos já estavam contidos e a cena que se desdobrou depois foi, no mínimo, perturbadora. De todo modo, tudo estava uma loucura e ela precisava voltar para casa o mais rápido possível.

"Acho que não a veremos mais." – finalizou.

Ele não teve sequer chance de dizer adeus.

ALEXITIMIA - Tamaki AmajikiOnde as histórias ganham vida. Descobre agora