Na fazenda - parte 1

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Eu apertei-lhe a mão, cumprimentando-o e caminhamos até a capela.
O padre António rezou uma bonita missa, relembrou a mulher honrada e bondosa, que fora a mãe de Stella.
Todos agora caminhávamos até o cemitério, que não ficava longe da fazenda. O pai de Stella foi com Lúcia de carro, eu e Stella acompanhávamos o cortejo fúnebre. As pessoas, ao comando do padre, que iam logo atrás dos carros, cantavam e rezavam, assim seguiu-se até o cemitério. O momento de maior comoção e até desespero, foi na hora do enterro, onde um choro profundo tomou conta de Lúcia, Stella e de seu pai.
O avô segurava a mão da neta e da filha, onde se sustentava para continuar em pé.
A cena presenciada me comovia! Vinha na minha memória ainda recente a perda do meu pai. Ah! Como a vida passa num instante!
Quando voltamos para a fazenda, Stella fez com que o pai se alimentasse e fosse descansar. Assim, fizemos todos. Acordei com Stella me chamando para jantar, já era noite, eu ainda me sentia cansado, tomei um banho e fui para a sala, onde estavam Lúcia, Stella e seu pai.
A refeição servida estava divina! Porém, todos pareciam estar sem apetite, comeram muito pouco, inclusive Lúcia, que estava visivelmente abatida!
Todos permaneceram no mais absoluto silêncio durante o jantar. Ao terminarmos a refeição, Lúcia e o avô foram para seus quartos, eu e Stella fomos para a varanda, deitamos em uma rede e ali ficamos abraçados.
Falamos sobre os planos de Stella, que pensava na possibilidade de levar o pai para São Paulo, para viver conosco no velho casarão. Ela sabia que seria uma tarefa difícil convencê-lo. 
Todavia, não tinha muito tempo, pois voltaríamos para a casa, na terça-feira pela manhã. Depois de conversamos bastante, fomos para o quarto, parecia que todos na casa já estavam dormindo.
Na manhã seguinte, acordamos bem cedo, o cheiro do café já se espalhava por toda a casa.
Lúcia e seu avô já tomavam o desjejum, quando eu e Stella nos sentamos à mesa. Tomamos nosso café e fomos andar pela fazenda.
Stella me contou como eram suas brincadeiras de criança e como viveu tempos felizes ali.
O lugar era lindo, calmo, ouvia-se apenas o barulho dos bichos! Andamos até chegar a um lindo lago, onde tinham alguns cisnes, haviam pássaros por toda parte e depois do lago avistava-se um grande pomar. 
Quando nos aproximamos, o cheiro das frutas dava "água na boca"; tinha pitanga; perinha do cerrado; goiaba; grumixama; melancia do cerrado; laranja e outras frutas, tudo ali era encantador!
Haviam também alguns pés de cafés, Stella conta que foi o que restou e me falou que nos tempos de seu avô, a fazenda foi uma grande produtora de café.
Deitamos na grama e fiquei ali ouvindo, ela me relatava histórias incríveis da sua vida na fazenda.
Já era hora do almoço, voltamos para a casa da fazenda, Lúcia estava na varanda com seu avô. Sentamos com eles, Stella perguntou para seu pai se era da vontade dele ir conosco para São Paulo, morar no velho casarão, ele a interrompeu dizendo:
____Minha filha, eu nasci e passei minha vida toda aqui! - Ficarei aqui até meu último suspiro! - Vá com Lúcia, para São Paulo e não se preocupe! - Aqui tenho irmãos e sobrinhos e ainda tem os funcionários.  - Eu não ficarei sozinho.
Stella se calou e fomos almoçar.
O almoço foi servido e para a alegria de dona Sebastiana, todos estavam com grande apetite!
Após o almoço, fui com Stella conversar com os funcionários, todos eles trabalhavam na fazenda há muitos anos, assim, Stella me contou.  Ela disse da preocupação com o pai e eles de pronto, disseram a ela, que ficasse tranquila, iriam cuidar de seu pai. Stella ficou aliviada e os agradeceu, deu a eles seu número de telefone, para que ligassem, a qualquer hora, a qualquer dia, se assim fosse necessário.
Já na casa da fazenda, Lúcia e o avô que não se desgrudavam, estavam na sala vendo fotos antigas, nós nos juntamos a eles.
Dona Sebastiana, nos serviu um delicioso café.
O pai de Stella me mostrou fotos de quando ela ainda era criança e me contou muitas histórias de sua vida.
Houve momentos em que chegou a esboçar alguns sorrisos, ficamos conversando por um longo tempo e vendo fotografias, quando Lúcia nos deu a ideia de irmos até a varanda para vermos o pôr do sol. Assim fizemos. Era uma paisagem que jamais esquecerei.
O pai de Stella abraçou a filha e a neta, com os olhos lagrimejando e disse:
__Minhas queridas, eu as amo!  Esta, sempre será nossa casa, nosso lar! - Quando eu não estiver mais aqui, claro, espero que isso demore bastante, me prometam que manterão esta fazenda e garantirão que ela pertença a outras gerações de nossa família.
Stella prometeu ao pai que o atenderia e disse:
__Meu pai querido! - O senhor jamais ficará sozinho, eu e Lúcia viremos sempre visitá-lo. - Nós o amamos!
Nessa hora, ele olhou para mim e disse:
__Cuide bem dessas duas! - São tudo de bom que resta na vida deste velho que vos fala agora!
Eu já emocionado com a cena, disse:
__Cuidarei delas, eu prometo!
A noite chegou com um céu coberto por estrelas, uma lua, que parecia estar bem próxima, uma família unida e cheia de amor! Juntos, superariam a perda de sua matriarca.
Ficamos ali, contemplando toda a beleza de uma noite na fazenda. Uma paz nos invadiu e em silêncio nos olhávamos, como se disséssemos com os olhos uns aos outros, que estaríamos para sempre juntos!
Dona Sebastiana quebrou aquele silêncio nos chamando para o jantar.
Entramos, nos sentamos à mesa e compartilhamos aquele momento, onde todos comemos; bebemos e conversamos bastante. Depois do jantar, o pai de Stella foi para o quarto, eu, Lúcia e Stella ficamos na sala, assistindo televisão. Lúcia já me parecia bem melhor do que nos dias anteriores.
Assistimos a um filme de comédia, onde Lúcia e Stella até sorriram. Depois, todos fomos dormir.
Na manhã seguinte, depois do café, Lúcia e Stella foram separar alguns pertences de sua falecida mãe. Eu fui andar pela fazenda com o pai de Stella, andamos por toda parte, ele perguntou o que eu fazia da vida, contei a ele que era jornalista e lhe falei um pouco sobre meu trabalho. 
Ele era um homem bem informado, o que tornou a conversa mais interessante. Falamos sobre a situação política do país e sobre assuntos atuais, sobre a fazenda e muitos outros... 
Depois nos sentamos num banco na beira do lago, nossa conversa foi até a hora do almoço, quando voltamos para a casa da fazenda.
Naquela tarde, arrumamos nossas coisas, para no dia seguinte voltarmos para o velho casarão.
Deixamos tudo pronto, eu e Stella fomos até a cidade com o jipe de seu pai. Cidadezinha muito charmosa, por sinal!
Stella me mostrou a escola que estudou, o mercado, onde adorava ir com seus pais, outras vezes com “Tiana". Fomos até a praça, onde Stella se reunia com os amigos, nos tempos de mocinha, tomamos um sorvete, sentados como dois namorados, ali, no banco da praça. Depois compramos algumas coisas, para trazer para São Paulo, principalmente café. Eu adorei o sabor! Era o mesmo que se tomava na fazenda. Compramos também, doces e biscoitos, os preferidos de Lúcia.
Andando pela cidade, Stella encontrou muitos amigos e familiares, todos gentis e muito simpáticos comigo.
Quando voltamos para fazenda, a noite já se avizinhava. Ao chegarmos, tomamos banho e fomos jantar. "Tiana" nos surpreendeu! Trouxe-nos doces, bolos e biscoitos feitos por ela, especialmente para que levássemos para São Paulo.
Stella levantou-se e a agradeceu com um abraço, dizendo:
__“Tiana", você é como uma mãe para mim, sempre virei visitar você e meu pai! - Cuide bem dele, por favor!
"Tiana" emocionada com as palavras de Stella disse:
__Minha querida, você e Lúcia são como filhas para mim! - Sempre tive um grande apreço por sua família, a qual toda a vida me tratou com carinho e respeito! - Enquanto eu viver, cuidarei de seu pai, fique tranquila!
Stella suspirou de alegria e alívio ao ouvir "Tiana".
Logo se sentou e terminamos o jantar.
Stella e eu fomos para a varanda, namoramos um pouco, como dois adolescentes!
Depois fomos para o quarto, estávamos excitadíssimos, mas, nada fizemos, além de ficarmos abraçadinhos até adormecermos.
Stella, não se sentia à vontade em fazer sexo na casa de seus pais, eu também, não me sentiria bem em fazer tal coisa.
Na terça-feira, ao raiar do dia e com tudo pronto para nossa partida, o pai de Stella fez questão de nos levar até à rodoviária.

● Olá pessoal!!!

Estou adorando estar aqui, espero que estejam gostando dos capítulos postados!!! E se preparem para o que virá... 🍾🔥💦

Estarei postando novos capítulos todas as quintas-feiras.

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P.S. Obra registrada e de minha autoria, plágio é crime. ●

Eu, Você e ElaOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz