17: Socializando

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Nota da autora:

Olá amores, como vocês estão? Eu espero que bem ;D
Aqui está mais um capítulo dessa história para vocês, espero que gostem ❤️
Votem e comentem muitooo, se atingirmos nossa meta amanhã publico outro :)

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Shane estava surpreso com o grupo de amigos do primo. Isso porquê sua tia e o esposo pareciam levar o garoto em rédeas curtas e ao seu ver não iriam aprovar aquele pessoal. Para ser honesto ele duvidava muito que seu pai também aprovasse.

— Hey cara, pensei que não fosse vir hoje. – Murmurou um dos rapazes, seu cabelo escuro assim como os olhos. As roupas largas e em tons escuros, o rosto repleto de piercings. É, com certeza Oliver iria surtar se visse aquilo. Shane não pôde deixar de se perguntar a idade do garoto, pois em sua cabeça nenhum pai deixaria o filho colocar aquele monte de metal no rosto. O moreno achava bonito, isso ele não iria negar. Era diferente de tudo o que o mesmo via como "normal" e isso chamava sua atenção. Mas havia convivido tempo suficiente com o pai para saber que ele jamais lhe permitiria colocar um daqueles. Ele era muito novo e sabia disso.

Haviam mais quatro garotos sentados em círculo no gramado do parque principal. Seus skates estavam ao lado e todos pareciam ter o mesmo estilo do primeiro.

— Claro que viria mano. Mas hoje eu estou na casa do meu tio, ele é meio chatinho em relação a saídas. – Explicou, e Irving riu ao lembrar da dificuldade que o primo encontrou para conseguir enrolar Oliver mais cedo – Esses são mais primos, Shane e Irving. Meninos, esse é o Khael.

— Oh, são filhos do seu tio Oliver?

— São sim. São gente boa, e o Shane aqui é ótimo com os skates. – Elogiou o ruivo com um ar divertido. Shane por sua vez sentiu as bochechas esquentarem diante daquilo.

— É um prazer conhecê-lo. – Cumprimentou o jovem de cabelos cacheados.

— Sim! Jasper nos falou muito bem de todos vocês. – Completou Irving sorridente.

Khael riu baixo e deu de ombros.

— O prazer é meu. Venham conhecer os outros, acho que se darão muito bem aqui. – Comentou ele interessado enquanto guiava os meninos para perto da roda de amigos.

Os Bradford não demoraram para se enturmar, tanto Shane quanto o irmão mais novo eram bons nisso. Engraçados, simpáticos, logo conquistaram a simpatia do grupo. Ficaram no parque por mais um tempo apenas conversando e se conhecendo melhor, em seguida seguiram para a pista de skate mais próxima, local favorito do grupo em questão.

Irving estava encantado com toda a liberdade que os novos amigos tinham, eles pareciam reis. Faziam o que queriam, não se importavam com a opinião de terceiros. Era tudo simplesmente sensacional. Já seu irmão estava surpreso, Shane estava com certo receio de andar com o grupo e isso ficou bem evidente.

— Por que está tão tenso? – Perguntou Khael distraidamente.

— O que? – O moreno o olhou de forma insegura.

— Você parece preocupado com algo. O que é? – Voltou a perguntar, dessa vez com mais interesse.

Shane hesitou um pouco antes de falar, ele não queria dizer que Oliver ficaria zangado se o visse com eles. Então tentou mudar de assunto.

— Quantos anos você tem? – Era uma dúvida que o moreno realmente tinha.

O jovem riu com certa diversão.

— 650.

Shane se surpreendeu, ele era bem novo ainda. Pensou que o rapaz fosse mais velho, embora sua aparência fosse a de um jovem de no máximo uns 23 anos.

— E seus pais deixam você furar o rosto...? – Perguntou apontando para a face do novo amigo.

O jovem apenas deu de ombros olhando em direção a pista aonde Jasper tentava ensinar a Irving uma manobra simples. O garoto não tinha a mesma habilidade do irmão.

— Eles não ficam muito tempo em casa. Trabalham muito e acabam vindo para casa apenas uma vez ao mês. – Explicou um pouco mais sério dessa vez – Então eu fico com o meu irmão. Quando eles vem eu já fiz e os dois sabem que não adianta me dizer para tirar, que não vai rolar.

— Suponho que seu irmão seja bem liberal...

Khael riu e concordou com a cabeça.

— Ele é sim. Mas não sempre... – Admite orgulhoso, porém logo é distraído pelo estrondo alto que vem da pista. Jasper estava de pé com os olhos arregalados enquanto Vin estava caído no chão com a mão no queixo.

Shane não perdeu tempo, correu até o irmão mais novo abaixando-se perto dele.

— Hey... Você está bem??

Vin o olhou com os olhos marejados e lentamente tirou as mãos do queixo. O local estava coberto de sangue e havia um corte profundo ali. Jasper colocou uma das mãos na boca visivelmente assustado. Khael fez uma leve careta olhando ao redor disposto a encontrar ajuda.

Shane respirou fundo tentando se acalmar enquanto se sentava diante do irmão e pegava o celular com as mãos trêmulas. Com um comando de voz se dispôs a fazer uma chamada para o pai. O garoto não entendia quase nada de medicina, mas sabia que aquele corte iria precisar de uns bons pontos. Vin já havia começado a chorar baixo, a dor era horrível e ver todo aquele sangue manchando sua roupa só piorava tudo.

Não demorou muito para que Oliver chegasse ao local com os nervos a flor da pele e a preocupação a mil. O loiro se assustou um pouco ao ver o ferimento no queixo do filho, porém não se deixou abalar e não perdeu tempo em coloca-lo dentro do carro.

Oliver já estava entrando no veículo quando notou a ausência do filho mais velho e do sobrinho. Voltou sua atenção para a pista e os viu ainda lá, recolhendo os skates que haviam levado. Isso o irritou bastante, afinal graças a tal objeto seu filho estava com um corte enorme no queixo e jorrando sangue pelo mesmo.

— Larguem essa porcaria e entrem nesse carro agora mesmo! – Chamou irritado.

— Já estamos indo papai! – Shane se apressou em pegar a peça e correr juntamente com o primo.

Oliver bufou baixo:

— Shane solte esse skate e entre nesse carro.

O moreno o olhou em sinal de confusão.

— Mas é meu...

— Eu não perguntei se é seu. Mandei você largar.

— Mas papai, eu não posso deixar aqui...

— Você vai! Olha o que essa porcaria rendeu ao seu irmão! Agora me obedeça antes que eu perca a paciência. Seu irmão precisa de um médico imediatamente e estamos perdendo tempo!

Oliver estava nervoso e ouvir os soluços do filho machucado só piorava tudo.

— Tio, não desconte sua raiva no skate... – Murmurou Jasper baixinho. Porém ao ver o olhar de Oliver rapidamente se dispôs a entrar no veículo azul metálico.

Shane continuou parado com os olhos arregalados sem saber o que fazer ou como agir. Ele não queria jogar seu skate fora, afinal não havia tido culpa de nada e muito menos o objeto em sua mão. Oliver bateu a mão no carro com irritação e em menos de três segundos deu a volta no carro parando diante do primogênito e tirando o skate neon da suas mãos.

— Eu mandei você soltar essa merda não mandei?! – O homem indagou caminhando até uma lixeira que havia ali perto e jogando o objeto no latão.

Shane estava surpreso, Oliver estava realmente nervoso. O moreno sentiu os olhos marejados e rapidamente entrou no veículo. Ele não entendia porque o pai havia se irritado tanto com o mesmo. Afinal não havia feito nada de errado... E o skate era seu, não havia sido justo.

Oliver respirou fundo e entrou no carro dirigindo rumo ao hospital mais próximo. Durante a viagem toda o silêncio reinou no carro, sendo interrompido apenas pelos soluços baixos de Irving. Cerca de dez minutos depois o loiro estacionou diante do hospital e sem dizer nada prosseguiu para dentro do prédio o mais rápido possível juntamente com o filho machucado.

— Calma meu filho... Vai ficar tudo bem sim? – Murmurou tentando acalmar o jovem choroso.

— Tá doendo muito... – Se queixou o menino.

— Eu sei, mas o médico logo dará um jeito uh?

— Mas vai doer mais.... – Murmurou com os olhos castanhos fixos no pai.

Oliver respirou fundo lhe abraçando de lado para tentar lhe confortar, aquilo certamente não seria fácil. Irving tinha todo aquele jeito descontraído e engraçado, mas também era extremamente sensível e manhoso. Oliver sabia disso melhor do que ninguém, pois havia visto as manhas do menino em primeira mão. Ele não era médico nem nada, mas sabia que aquele corte estava doendo e que não era nem um pouco superficial. Como um garoto extremamente travesso que era em sua época, havia estado em situações como aquela mais vezes do que poderia contar. Ora por conta de um tombo que havia levado, ora por culpa de uma briga no colégio. Só não imaginou que um dia estaria do outro lado da situação.

Não fazia muito tempo ele havia se tornado pai e ainda estava em fase de adaptação, tentando aceitar todas aquelas novidades e se adaptar a elas. Cinco filhos não era um desafio para qualquer um, era difícil. E para um homem como Oliver que não estava acostumado com problemas como aquele, tudo parecia pior. Seu filho chorava e ele não podia fazer nada para ajuda-lo ou aliviar essa dor. Isso lhe quebrava. A vontade de chorar junto era grande.

Mas sabia que não poderia fazer isso. Não era maduro e nem um pouco tranquilizador.

Prontamente um dos médicos se dispôs a atender o garoto enquanto preenchia o prontuário de forma digital e rápida.

— Hey garotinho, não precisa desse choro todo hein? Daqui a pouco esse machucado já estará bem melhor. – Murmurou o homem de pele escura e sorriso gentil enquanto se aproximava para limpar o corte cuidadosamente. Porém Irving mal deixou o médico encostar o algodão e logo se agitou querendo sair da maca.

— Aii!! Tá doendo!! Vai doer mais, eu não queroo! – O choro de Vin aumentou consideravelmente. Oliver lhe segurou antes que o mesmo pulasse da maca.

— Se acalme sim? Filho, você precisa deixar o médico trabalhar. – Suspirou o loiro olhando o jovem nos olhos. – Ele precisa limpar o corte sim?

— Não quero! Deixe ele sujo papai!

O rosto do jovem estava corado e repleto de lágrimas recentes. Vin balançava as pernas de forma agitada.

— Temos que limpá-lo meu amor. Será rapidinho ok? Papai estará bem aqui com você.

— Não!!

Oliver respirou fundo sabendo que precisava fazer alguma coisa. Quanto mais demorava pior ficava. Ele se sentou na maca e com cuidado e habilidade puxou o filho para se sentar em suas pernas, lhe segurando firmemente e lhe envolvendo com seus braços fortes.

— Pode limpar doutor. – Pediu soltando um suspiro baixo. Irving fez força tentando sair do colo do pai – Irving se você sair do meu colo e não deixar o médico trabalhar, irá ganhar uns tapas aqui mesmo e além dos pontos, ficará com a bunda bem vermelhinha o restante do dia. – Avisou baixo porém firme. Oliver não queria ser duro e sabia que não seria capaz de cumprir a ameaça naquele momento, mas precisava fazer o filho se acalmar e aparentemente funcionou.

Depois de quase vinte minutos finalmente deixaram o hospital, Oliver segurava a mão do filho com carinho, o menino havia recebido alguns pontos que em menos de 24 horas iriam cicatrizar o corte. Shane caminhava uns passos atrás juntamente com o primo. Ele estava chateado mas tentava não demonstrar, ficou tentando puxar assunto com o irmão para ter certeza de que estava tudo bem. Apesar de tudo seu pensamento estava ali, agradecendo mentalmente pelo irmão estar bem e ter sido apenas susto.

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