🌒 CAPÍTULO 4 🌘

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Whitewood Grove era uma construção imponente, com diversos cômodos e, ainda no exterior da residência, ao olhar através de uma janelas, Genevieve foi acometida por um calafrio subindo desde a base de sua espinha e se propagando pelos braços

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Whitewood Grove era uma construção imponente, com diversos cômodos e, ainda no exterior da residência, ao olhar através de uma janelas, Genevieve foi acometida por um calafrio subindo desde a base de sua espinha e se propagando pelos braços. Olhos pesados e vítreos recaiam sobre a casa. Era uma força de sabor metálico, como sangue se espalhando em sua boca, e de cheiro bolorento.

Algo apodrecia lá dentro.

Havia um chamativo contraste entre as duas propriedades vizinhas. Violet Valley era robustez e delicadeza, com sua fachada de pedras e madeira rústica cercada pelo singelo jardim de violetas, convergindo em um recanto acolhedor, por outro lado Whitewood Grove era sombria, com suas cores fechadas, repelia ao invés de convidar, o jardim possuía mais folhagens do que flores, era bem cuidado, mas mesmo assim havia algo de errado na propriedade como um todo, hostil.

Seus instintos gritavam em sua cabeça, levando-a a quase fugir, mas não poderia retroceder. A cada passo que dava em direção a porta, a dor em sua cabeça aumentava, pulsando feito um coração, agitado na frequência de um bater de asas de uma ave enlouquecida. Genevieve lutava com todas as forças contra a sua própria natureza, ao se aproximar do cerne da tormenta, da ferida que vertia pus e infeccionava aquelas terras.

Até mesmo o ato de caminhar era prejudicado, a sensação era a de estar afundando na lama, com os pés presos no chão, mas o gramado era perfeitamente aparado e destituído de lodo, embora houvesse pequenas possas por conta da garoa fina que caía intermitente, não deveria ter tanta dificuldade assim ao atravessar a propriedade.

O ar era igualmente denso e impregnado, como se estivesse no fundo de um lago escuro, sofrendo a pressão da água em cada ponto de seu corpo. Seus pulmões mal eram capazes de se inflarem com oxigênio, pois se afogavam, e afogamentos provocavam uma última tentativa desesperada de braços agitados segurarem algo que pudessem impedir que o corpo afundasse, mas não havia nada em que Genevieve pudesse se segurar.

— Precisamos ir embora — sussurrou para Ethan, sem saber se ele escutaria sua voz quase inexistente.

— Não fique receosa sobre as coisas que Will disse no jantar, ele se equivoca em suas impressões sobre Sarah.

— Não é isso... — Como poderia explicar?

— Se sairá muito bem, tenho certeza. — Sorriu e ofereceu o braço a ela, interpretando erroneamente a aflição que Genevieve apresentava.

A dama engoliu em seco e recusou entrar de braços dados com Ethan, mantendo as mãos unidas diante das saias do vestido cinza lilás que usou na noite anterior, vestido esse que ficava muito comprido para ela, de modo que as barras arrastavam no chão e por isso se encharcaram.

A Dama do Luar: Bruxas Vitorianas [DEGUSTAÇÃO]Where stories live. Discover now