Dois

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Às vezes, quando estou sozinha gosto de imaginar como teria sido nascer em uma época diferente, onde eu poderia caminhar normalmente pela rua, abraçar pessoas que não são da família, viver um romance ou até mesmo cheirar uma flor, que não fosse de...

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Às vezes, quando estou sozinha gosto de imaginar como teria sido nascer em uma época diferente, onde eu poderia caminhar normalmente pela rua, abraçar pessoas que não são da família, viver um romance ou até mesmo cheirar uma flor, que não fosse de plástico, algo que muitos pesquisadores dizem não existir mais. 

Por mais que imaginar fosse proibido eu simplesmente não consigo parar minha mente. E a sensação de frio na barriga por estar fazendo algo proibido é deslumbrante.

É por esse motivo que amo os livros da minha falecida avó. Me ensinam como eram as coisas antes. Eles estão passando de geração a geração desde que foram proibidos. Estão na parte subterrânea da casa, usamos aquele lugar para nos proteger de explosões, o que ocorre com frequência, mas acabamos adaptando um espaço lá embaixo para esconder os livros. Meus amados, raros e proibidos livros.

Guardados como tesouro, escondidos como drogas. 

Acho que o mundo sempre enfrentou dificuldades, mesmo assim a humanidade voltou a ter esperança em si mesmo assim superando seja lá oque for, mas as coisas não parecem mais funcionar assim. 

A frase certa para descrevê-los é a de Jhean, um antigo escritor " O medo de morrer é maior que a vontade de viver" a humanidade está sendo a pior versão de si próprio, estão com medo de fugir do padrão e morrer. Sem um pingo de esperança e ninguém parece tentar mudar isso, eles não estão mais vivendo, não sabem fazer nada além de existir, não tem um propósito de vida, nada que possa motivá-los.

Despertei com o som da sirene, até isso o governo passou a controlar, do momento que acordamos ao momento que voltamos a dormir, mas isso não me irritaria hoje, Faço vinte anos de vida e isso me dá alguns direitos como: Me aposentar, comprar uma c...

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Despertei com o som da sirene, até isso o governo passou a controlar, do momento que acordamos ao momento que voltamos a dormir, mas isso não me irritaria hoje, Faço vinte anos de vida e isso me dá alguns direitos como: Me aposentar, comprar uma casa e ter filhos, já que é extremamente proibido se relacionar antes dessa idade,  também ganho o direito de me casar. Mas o governo que escolhe com quem deveria me casar, eles decidem isso assim que nascemos, mas obviamente a minha documentação deu problema. O homem que eu iria me casar, agora que tenho vinte anos, se chamava Davi. Foi me dado uma foto do garoto que eu sempre olhava. Ele tinha olhos castanhos claros e seu cabelo alaranjado, e as sardas pelo rosto eram lindas, mas felizmente ele apenas sumiu do sistema, o governo garantiu que acharia um novo marido pra mim, mas isso nunca aconteceu e eu sou grata por isso. Extremamente grata por estar sozinha. Sem o Davi ou qualquer outra pessoa que pudesse ser meu marido.

O Céu é o nosso Limite (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora