Larissa • Lennon

Larissa • Capítulo 8

Lennon

- Lennin -  Brendha chamou minha atenção sentando do meu lado na areia - posso te perguntar um bagulho?

- Manda bala!

- Não comenta nada com a Lari mas - ela abaixou um pouco o tom de voz - vocês encontraram com alguém ontem?

- Seja específica Brendha - ela riu.

- Eu escutei ela conversando com meu pai mais cedo falando sobre o Roger - assenti - então vocês encontraram esse corno fudido?

- Calma?! - ela riu - Sim, ele veio cheio de gracinha pra cima dela mas como você conhece a peça melhor que eu ela não abaixou a cabeça mas pareceu bem bolada, então levei ela pra casa.

- Qual é a fofoca? - Davi e Xamã vieram pra perto da gente.

- É real o bagulho do Roger - os dois arregalaram os olhos.

- Agora vocês podem me contar quem é esse Roger? - os três se entreolharam e deram de ombros.

- Roger é o ex namorado advogado da minha irmã e a pessoa mais repugnante que já tive o desprazer de conhecer - Brendha revirou os olhos se levantando - agora vocês terminam o assunto porque se eu continuar falando vômito.

- Deu pra vê que vocês gostam bastante do cara - olhei para os dois que estavam sérios.

- Me arrependo de não ter ajudado o Chris cobrir ele de porrada - Xamã sentou do meu lado - se tu falar pra Lari que a gente te contou essa história se considere um homem morto.

- Lari começou a namorar com ele ainda na faculdade, eles eram da mesma sala e cursavam Direito juntos e era tudo mil maravilhas, ela não era essa mulher que você conhece não, sempre foi doida das ideias e tudo mas antes ela era mais leve - Davi respirou fundo - até começar a namorar aquele bosta que na nossa frente se comportava como o anjo protetor dela, nas nossas costas fez coisas horríveis com a minha irmã, a mais leve foi os inúmeros chifres que ela tomou.

- Ele conseguiu fazer ela se afastar de todo mundo, da gente, da família e se transformar em outra pessoa até que aconteceu algumas coisas que fizeram a ficha dela cair em relação a isso tudo e ela conseguiu colocar um ponto final nessa bagunça - o Xamã completou - mas a Larissa nunca mais foi a mesma, são poucas vezes que a gente consegue reconhecer a Larissa de antes.

Talvez isso explicasse muita coisa em relação a ela, mas me deixa puto pensar que aquele idiota não deu valor a uma mulher tão incrível quanto ela.

...

Larissa

- E o que você fez depois? - Geovanna perguntou me passando a lata de cerveja.

- Eu consegui ficar em paz com aquele demônio lá? O Lennon percebeu e me levou pra casa.

- Pra sua ou a do seu pai? - Rodrigo perguntou vigiando o forno.

- Do meu pai, dormir lá - ele revirou os olhos - se eu der pra esse homem toda vez que a gente se vê vou acabar enjoando.

- E você não quer enjoar? - Geovanna perguntou de forma maliciosa.

- Começou - revirei os olhos e os dois riram.

Me afastei deles e fui pra sala, aceitei vir almoçar no Rodrigo pra distrair minha mente mas estava difícil, falar ou vê o Roger trás tudo o que eu senti naquela época de volta e isso me mata aos poucos.

Flashback On

Abri a porta do apartamento e já tirei o tênis que estava me matando depois de ficar a madrugada inteira de pé no show dos meninos, desabotoei a calça e deixei cair no chão ficando de cropped e calcinha.

- Valeu pela carona Gei-Z, o show foi foda! Não sei se vou conseguir ir na praia mais tarde, depois a gente se fala - mandei o áudio pro Xamã e joguei o celular no sofá.

- Aonde você estava? - virei no susto vendo o Roger em pé no corredor.

- Como você entrou aqui? - eu nunca dei uma cópia da chave pra ele - Quando você chegou?

Roger tinha ido acompanhar o pai em um evento em São Paulo e até então só voltaria à noite.

- Quem faz perguntas aqui sou eu - ele foi se aproximando - quem é o Gei-Z? - ele começou alterar o tom de voz - Tava me traindo sua piranha?

- Ta maluco Roger? Eu fui pro show da 1kilo com os meninos, meu irmão estava comigo, eles me deram carona até aqui - a cada palavra que eu falava seu rosto ficava mais vermelho - eu nunca te dei motivo pra desconfiar de mim.

- Nunca? Andando com esse monte de retardado e você diz que nunca deu motivo? - ele colou o corpo no meu e segurou meu cabelo com força - Você acha legal pra minha imagem minha namorada está andando com esse bando de vagabundo maconheiro?

- Não fala assim dos meus amigos... - falei mais baixo e me encolhendo pela dor.

- Eu acho engraçado seu pai não ter vergonha de ter esses filhos que não dão valor a honra e a imagem dele - ele riu sarcástico - você quer ser uma advogada andando com gente assim? Sendo uma filha da puta traindo seu namorado? Cadê sua reputação exemplar?

- Primeiro Roger que eu não sou filha da puta e não trai você, segundo que eu me conheço e meu pai também e terceiro que você sabe que eu não quero advogar - acabei alterando o tom de voz e ele me olhou furioso.

- Você tá gritando comigo Larissa? - ele gritou desfigurado - Para com essa porra de história de Delegada, você não tem potencial pra polícia, só conseguiu entrar na faculdade porque é paga - ele falava com ódio - e você nunca mais grita comigo ouvi?

Não consegui reagir e senti meu rosto virar com força e a minha bochecha queimar, me encolhi segurando o local, algumas lágrimas caíram involuntariamente.

- Deixa eu te pegar me traindo de novo que você está fudida - não conseguia olhar pro rosto dele - se considere morta!

Escutei alguns passos e o barulho da porta batendo, levantei o rosto e a sala estava vazia, me encolhi no chão e deixei as lágrimas levarem a dor que estava no meu peito.

A meses que o Roger deixou de ser o menino educado e cavalheiro e passou a ser esse monstro, mas só quando estávamos sozinhos, na frente dos outros ele era o mesmo menino doce, tudo pela maldita reputação.

- Lembrando de novo? - senti o espaço do meu lado afundar e Geovanna me encarava.

- É foda demais esquecer, você sabe - ela assentiu - ficou no passado mas dói - me encolhi encostando a cabeça nas pernas dela.

- Eu sei, se eu pudesse eu faria essa dor sumir - ela me abraçou e acariciou meus cabelos - tô aqui contigo!