𝐈𝐈𝐈

133 28 2
                                    

| 𝐏𝐇𝐘𝐒𝐈𝐂𝐔𝐒 |

O observei em silêncio enquanto ele pedia a conta para a garçonete. Peguei o copo na mesa, dando os últimos goles do líquido. Novamente, limpei a boca com um guardanapo e o deixei em cima do prato.

— Já vai? — pergunto, o vendo comer seu último palito com dangos.

— Trabalho. — suspira — Mas não fica tristonha, Riko-chan, quem sabe nos encontramos de novo? — termina o dango, pegando a garrafa de refrigerante e a levando até a boca.

— Esse trabalho tem algo a ver com como você apareceu e sumiu do prédio? — me inclino para a frente, apoiando os cotovelos na mesa.

Era uma pergunta solta, sem motivo para conexão mas, como física, aprendi a fazer experimentos sem razão aparente.

— Eu 'tô contando suas perguntas~ — levantou dois dedos — Mas, de certa forma, sim. — responde, jogando seu peso para trás, apoiando na cadeira.

— Eu vou com você. — declaro decedida.

Como um efeito imediato, Gojo-san se desprende da cadeira, agora inclinada para a frente.

— Não. — responde, negando com a cabeça.

— Por quê? — cruzo os braços.

— É perigoso.

— Seu trabalho é perigoso? — começo a analisar as possibilidades — Como?

— Já foram cinco perguntas seguidas. — comenta.

— Você pode me integorrar depois. — gesticulei com a mão para "depois" — Perigoso como? — pergunto novamente.

— Do tipo que você pode morrer. — diz simplista, como se fosse algo normal.

O encarei em silêncio por poucos segundos, ponderando sobre que faria. Peguei meu celular e o desbloqueei, mandando mensagem para meu assistente. Não iria para o trabalho hoje. Quando voltei meu olhar para o homem em minha frente, a garçonete chega a mesa, entregando a conta. Peguei a carteira na mochila e entreguei o dinheiro, a deixei ficar com o troco, não faria muita diferença mesma.

— Vamos? — perguntei, colocando minha mochila em um dos ombros e o celular no bolso.

— Rika-chan, você tem problema de audição? — falou com pesar — Eu acabei de falar que você pode morrer. — repetiu, como se eu fosse algum tipo de criancinha.

— Eu ouvi. — concordo com a cabeça — E essa foi uma pergunta. — acrescento.

Gojo-san nega com a cabeça acompanhado de um sorriso divertido, e então se levanta.

— Não tem medo da morte? — deu um passo em minha direção.

Apertei os lábios em linha reta. Sim. Essa seria minha resposta, mas…

— Minha curiosidade é maior que meu medo. — respondo, dando um passo em sua direção — E, com essa, foram duas perguntas. — levanto dois dedos.

O platinado olha ao redor, parecia procurar algo.

— Ninguém 'tá olhando. — fala para si e se vira para mim — Vamos.

Logo em seguida, senti uma sensação estranha. Uma espécie de tontura rápida e leveza, quase como falta de gravidade. Quando dei por mim, não estávamos mais no Coffee Shop e eu havia perdido o equilíbrio.

— Opa! — Gojo-san exclama, me segurando pelo braço para não cair — Já ouvi dizerem que minhas habilidades são de tirar o fôlego, agora de cair? Essa é nova. — brinca.

𝐏𝐇𝐘𝐒𝐈𝐂𝐔𝐒 ━━━  𝐆. 𝐒𝐀𝐓𝐎𝐑𝐔Where stories live. Discover now