• Capitulo 8 •

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Luísa

Eu sai da casa da Jana e fui guiando pra casa. Tava um sol de desgraçar a vida de qualquer um, papo reto mesmo. A cada dois passos que eu dava, parecia que eu não tinha dado nenhum.

Caminhava entre becos e vielas até sair de um beco e quase ser atropelada por uma moto.

- Passa por cima da próxima vez égua! - Berrei andando para a outra viela.

Quando cheguei no final a mesma moto tava parada, quando eu vi que era eu virei a cara e continuei andando.

- Na próxima eu passo mesmo, se der até volto e passo por cima de novo! - Ouvi a voz dele atrás de mim.

Olhei de canto e vi que ele andava do meu lado com a moto.

Nem dei bola, continuei andando olhando pro chão. Entrei num beco achando que ele ia parar de me seguir, mas foi ao contrário ele entrou também e eu bufei.

Eu tenho certeza que eu devo estar pagando alguma merda que eu fiz em outra vida.

- Para ai caralho, preciso trocar uma idéia contigo! - Ele disse.

Eu me virei encarando ele que vinha todo com aquele andar de bandido.

- Tu não se manca não? Ficou comigo no sábado e já namorava é? - Falei cruzando os braços.

- Qual é cara, foi um beijo só... - Vigarista disse acendendo um cigarro.

- Foi ridículo aquilo, tua namorada ontem com a gente na mesma mesa e aquela sujeirada toda! - Falei. - Olha, não quero mais nem olhar pra tua cara, nem postura de homem teve! - Reclamei me virando.

- Meça tuas palavras ai bocuda, tu presta atenção filhona! - Vigarista falou.

- Tá bom pai! - Respondi vendo ele negar com a cabeça e ir saindo do beco.

Eu fui saindo pelo outro lado. Resolvi ir pelas ruas pra não trombar mais com ninguém. Quando cheguei na rua de casa, eu vi de longe meu pai de costas. Eu fui caminhando até ele e...

- Caralho você tá fumando! - Falei alto tacando a mão na boca.

- Fala baixo inferno! - Meu pai disse me puxando pra um beco. - Esguela mais mesmo. - Ele disse soltando a fumaça e jogando no chão a bituca.

- Vou falar pra mãe! - Falei indo sair do beco mas ele me segurou.

- Qual é dessa Luísa? Cadê o respeito? Quer o que em? Me fala logo! - Meu pai disse pegando a carteira.

Acha que pode me comprar com dinheiro.

- Pensa que pode me comprar assim! - Falei debochando dele. - Tá, um celular novo, o meu faz três anos que tenho! - Respondi.

- Mas é pra ficar com a boca calada caralho, eu em, ainda mais tu que é bicuda demais! - Meu pai disse beijando minha cabeça e indo abraçado comigo até em casa.

Minha mãe tava lá sentada no sofá.

- Que cheiro de cigarro, Deus é pai! - Minha mãe reclamou na hora que entramos.

- Um nóia soltou a fumaça em cima da gente! - Meu pai disse negando com a cabeça.

- Cada um que tem nesse lugar em! - Falei negando também e indo pro meu quarto.

*****

Samira

Me sentei no campinho vendo os moleques jogarem bola e logo vi sentarem do meu lado, eu olhei e era Pedrinho.

MUNDO MWhere stories live. Discover now