Aragogue

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Foi uma fuga noturna que exigiu muito da furtividade de Sherlock e John. Naquela noite, os corredores do castelo estavam cheios. Professores, monitores e fantasmas faziam patrulha. Filch quase se esbarrou nos garotos e foi muita sorte Lockhart estar ocupado demais admirando o próprio reflexo para perceber que a porta para os arredores do castelo se abria sozinha.

Os rapazes sentiram alívio ao descerem pelo jardim sob o céu claro e estrelado indicando o começo do verão. Sem perder tempo, correram até a cabana de Hagrid e despiram a capa da invisibilidade antes de baterem.

Porém, a recepção não foi nada agradável. O guarda caças escancarou a porta já apontando uma besta para os visitantes enquanto Canino latia alto.

— Hagrid! — John instintivamente ergueu os braços, em sinal de rendição — Somos nós!

— Meninos? O que fazem aqui?

— Viemos visitá-lo! Pra que a besta?

— É pro caso de... Gente indesejada aparecer. Vamos, entrem, entrem! — Ele praticamente puxou os dois para dentro e bateu a porta — Como chegaram até aqui? Os professores estão patrulhando!

— Usamos isso. – Sherlock mostrou a capa da invisibilidade.

Hagrid quase caiu para trás:

— Mas como...? Arg! N-não importa. Vocês querem chá? — Ele se apressou em colocar água pra ferver.

Sherlock e John se olharam como se compartilhassem o mesmo pensamento.

— Está com medo de alguma coisa, Hagrid? — O loiro arriscou perguntar.

— Não! Não há nada de temível aqui ou na Floresta Proibida! A única coisa a ser temida está rondando Hogwarts! Lá dentro, não aqui fora!

Mais alguém bateu na porta e Hagrid deixou a chaleira com água cair no chão.

— Essa não...

"Hagrid." era a voz séria de Dumbledore.

"Hagrid, abra!" Outra voz, desconhecida para John.

— Escondam-se, rápido! — O guarda-caças indicou um canto perto da mesa, e Sherlock puxou John para se cobrirem com a capa da invisibilidade.

O guarda caças abriu a porta e encontrou Dumbledore acompanhado de um bruxo baixo, gordo, com vestes pomposas e cabelos grisalhos. Hagrid suava. Deixou-se cair em uma cadeira e olhou de Dumbledore para o outro homem sem saber o que dizer.

— Cornelius Fudge. — Sussurrou Sherlock no ouvido de John – Ministro da Magia.

— Hagrid, o problema é muito sério. — Fudge falava inquieto, gesticulando demasiadamente — Tive que vir. Dois ataques! Dois! E em alunos nascidos trouxas! As coisas foram longe demais. O Ministério teve que agir.

— Eu nunca... — Hagrid estava desnorteado — Vocês sabem que eu nunca... Professor Dumbledore, por favor.

— Hagrid é de minha inteira confiança, Cornélio. — Dizia o diretor convicto — E não há provas de que ele está por trás desses ataques.

— Não precisamos de provas! A ficha dele depõe contra ele! – O Ministro da Magia insistiu – As pessoas estão comentando, Alvo, e elas esperam que eu faça alguma coisa! Por isso decidi levar Hagrid até alguém provar que não foi ele.

— Me levar? — Hagrid estava aflito — Não pra Azkaban! Por favor, pra Azkaban não!

— É só por algum tempo, Hagrid, por precaução. Se outra pessoa for apanhada, você será solto com as nossas desculpas.

Potterlock - A Câmara SecretaWhere stories live. Discover now