Sequestrada Por Um Demônio

Gargantilha

Sarah

Eu não quero sair da cama, está frio e meu ânimo para experimentar o vestido de noiva é zero.

(Dantalion —você preciso se levantar preguiçosa, não pode viver deitada na cama, vampiros não dormem.) Por que ele sempre quebra minha felicidade.

—não, obrigada. Posso não dormir, mas descansar consigo.— falo abraçando o travesseiro.

(Dantalion —tão infantil.) Ele me irrita.

—e você é tão idiota.—falo fechando os olhos.

(Dantalion —pequena, você não está com depressão, está?) Como é que eu vou saber.

— sei lá, se eu pudesse dormir para sempre seria mais fácil.— falo tentando pensar.

(Dantalion —só queria te dizer que quem se suicida não reencarna e ainda tem chance de ir para o inferno, acredite, não quer ir para o inferno como uma alma pecadora)

—me deixa quieta, Lion.— falo brava.

(Dantalion —consigo sentir sua aflição e tristeza.) Eu não quero falar sobre isso.

—queria ter sido filha da tia Luana, ela cria a Kira para ser rainha e o Killian a cria para ser livre.— falo olhando a parede.

(Dantalion —não vai chorar, vai?) Eu não vou mostrar fraqueza para ele ficar zombando.

—queria entender o porquê do destino ter nos ligado.— falo me sentindo sozinha.

(Dantalion —talvez para você me concertar, a séculos atrás foi me dito que eu seria um rei com fome de poder, que faria qualquer coisa para conseguir o que quero, mas aí a destinação aconteceu, um maldito desvio de futuro) alguém não está feliz.

—você me odeia por isso?— pergunto olhando a sombra.

(Dantalion —não tem culpa de ter fodido meu futuro) Ele realmente quer ser um rei ditador.

Acho que sem a destinação meu futuro ainda seria ser obrigada a me casar, só que com um vampiro.

(Dantalion —pais não ligam para nossa opinião quando acham que estão fazendo o certo para o nosso futuro)

—eu queria poder ter minha mãe para conversar sobre tudo, mas não posso, ela e o papai só sabem julgar o que eu faço.— sinto as lágrimas caírem.

(Dantalion —pare de chorar, isso me incomoda.)

—desculpa.— falo secando as lágrimas.

(Dantalion —eu sempre tive meus pais a minha volta até meus irmãos nascerem, fui o primogênito, hoje em dia tenho 50 irmãos, todos com a mesma ganância por poder. No inferno os pais abandonam os filhos quando completam 12 anos para ver se conseguem sobreviverem sozinhos, deixam eles um ano em uma floresta.) Paro de chorar ao ouvir a história dele

—parece complicado.

(Dantalion —no inferno a ganância é tanta que não existe laços familiares, meus irmãos tentaram me matar e eu tive que mata-los, isso sempre se repete, ter sentimentos nesse momento é uma maldição.)

—não piora a minha situação não, já entendi que sua vida é mais difícil que a minha.— falo me cobrindo.
(...)

Estou na biblioteca lendo um livro de romance sobrenatural, sobre uma sereia que se apaixona por um elfo.

(Dantalion —que passatempo fofo) ele está debochando.

—melhor do que viver infernizando os outros.— falo voltando a ler o livro.

(Dantalion —diz isso, mas ama ouvir minha voz) convencido.

—idiota.— falo brava.

Drago —com quem está falando?— tomo um susto ao notar meu irmão no cômodo.

—com ninguém.....—falo tentando disfarçar.

Ele olha meu pescoço e parece perceber que está faltando algo.

Drago —qual o seu problema, por que não ouve nossos pais?!— sinto ele pegar meu pulso e me puxar da sala, está me machucando.

—me solta, está machucando meu braço.— falo, mas ele aperta mais ainda.

Drago —não! Você não deveria tirar a colar.— ele vai até a sala do meu pai e me empurra no sofá.

Derick —não trate sua irmã assim!—diz ao ver a marca vermelha em meu pulso.

Drago —não notou nada faltando nela não pai?— quando ele diz isso meu pai olha para mim e para seu olhar em meu pescoço.

Derick —cade o colar Sarah?!— ele está bravo.

—na minha bolsa.—falo nervosa, vejo meu pai pegar meu colar e me levar até a parte dos ferreiros  no castelo.
(...)

Meu pai mandou colocaram a joia de bloqueio em uma gargantilha que só pode ser aberta com chave.

—eu não quero usar isso!— falo mais ainda assim ele coloca a gargantilha em meu pescoço e fecha.

Derick —um dia vai entender que estou fazendo isso para o seu bem filha, vai casar e não pode ficar sendo observada por um demônio.— sinto como se eu fosse um maldito pássaro em uma gaiola, não poderei mais falar com Dantalion.
(...)

Falta 7 dias para o meu casamento, eu me sinto tão vazia, ninguém me ouve nessa maldita casa, não consigo falar com a única pessoa que me ouviu.

Sem escapatória e sem escolha, para mim só existe duas opções disponíveis, aceitar ou acabar logo com tudo isso de uma vez.