Amigo

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Sarah

Coloco minhas roupas rapidamente e saio do quarto correndo, quando estou passando por um corredor escuto a voz do meu marido.

Dantalion —cade ela Kailan?!— ele está bem bravo.

Kailan —eu não sei, se separou de mim e eu nem percebi.— ele está mentindo por minha causa...

Dantalion —eu deixei você cuidando dela e nem consegue fazer isso!— nesse momento entro na sala.

—ele consegue sim, e muito bem, mas estou na casa de minha família e você sabe que estou protegida, o problema não é proteção não é?— falo firmemente.

Dantalion —com quem estava?!— vejo ódio nos olhos dele.

—não é da sua conta, Lion, você sabe disso.— falo e ele vem em minha direção.

Dantalion me pega e me taca em suas costas  como se eu fosse um objeto pesado.
(...)

Estou de volta no inferno, agora presa no último andar sem poder sair porque Lion inventou uma desculpa idiota de que estou com uma doença contagiosa.

Esse desgraçado não tem limites, o pior é que sinto o mal estar da traição, ele está com alguma mulher e eu não posso fazer o mesmo.

Acabo sentindo uma cólica na barriga que me faz sentar na cama.

O pior de tudo isso é que carrego um filho daquele idiota.

Escuto alguém bater na porta e logo depois ela abre.

Kailan —eu trouxe sangue se estiver com fome, sou um bom ouvinte se quiser conversar, também sou ótimo de cama se estiver com vontade.— diz com um sorriso brincalhão.

Fico olhando para cara dele, ainda não o agradeci por salvar minha pele no noivado do meu tio.

—obrigada por me avisar, kai.— falo realmente agradecida.

Kailan —não me agradeça, acho que Lion está merecendo o título de corno.— diz com um sorriso.

—sobre a parte do bom de cama....

Kailan —quando meu irmão sair para os outros níveis do inferno teremos tempo para isso, rainha.— diz mais educado e com referência, gosto do jeito dele.

—você é diferente dos outros.— falo e o sorriso dele se desfaz um pouco.

Kailan —por eu não ter chifres?— isso parece incomodar ele.

—não, sua personalidade extrovertida e simpática.— falo mais a vontade.

Kailan —desculpe, sempre tacaram na minha cara que eu tinha um defeito por causa disso, pois só Incubus não tem chifres.— diz colocando a taça de vinho na mesa.

—não foi tão diferente comigo, sou uma vampira com asas, eles consideram isso um defeito.

Kailan —acho sua beleza angelical bem atraente para dizer a verdade.— sinto meu rosto queimar de vergonha.

—você é o mais belo entre os demônios na minha opinião.— falo e ele sorri sentando ao meu lado.

Kailan —sabe, tudo em você me atrai, seus belos cabelos loiros, seus lindos olhos azuis, sua pele que mais parece porcelana, mas tem a delicadeza de um pano de seda, sua voz encantadora e seu jeito curioso.— nossa.... Agora estou sem jeito.

—me responde uma coisa, é conhecidência seu cabelo ser castanho chocolate?— pergunto curiosa e ele ri.

Kailan —vai saber, talvez minha mãe tenha pulado os muros do castelo ou transado com algum guarda, nunca vou saber.— Nossa....

—a Lilith.....

Kailan —calma, nessa época meus pais não eram casados ainda,  viviam transando com outras pessoas, não mudou muito hoje em dia.

—se Lúcifer não é seu pai quem é?— pergunto e ele ri.

Kailan —calma, foi brincadeira, meu cabelo é loiro platinado, eu passo um matizador castanho, sou sim filho do Lúcifer, sofri no inferno por ser mais arcanjo.— faço cara de brava e ele ri.

Fico a imaginar ele de cabelos platinados iguais aos da minha mãe.

—não se brinca com isso.— falo mas a expressão dele contínua estranha.

Kailan —vai continuar com essa gravidez? Posso dar minha opinião sobre isso, se quiser ouvir é claro?

—fale o que precisa dizer.— falo pegando o copo de sangue.

Kailan —Sarah, conheço meu irmão e ele não vai amar e aceitar essa criança, também não vai assumi-la, quer mesmo isso? É provável que com os anos vocês acabem se entendendo e se amando, mas quando esse momento chegar a criança já estará adulta e com cicatrizes incuráveis.— acabo tocando na minha barriga sem perceber.

—eu.....

Kailan —não precisa ficar mal pelo que eu falei, se decidir ter a criança vou de ajudar no que puder, além disso, tenho certeza que será uma ótima mãe.— acabo rindo da última parte.

Meu psicológico é completamente fodido, duvido que serei uma boa mãe.

Kailan —nossa, nunca pensou em ter filhos né?— só confirmo com um sorriso.

—sabe, minha vida inteira eu fui controlada, não queria casar e nem ter filhos pois isso iria me prender, tudo que eu queria era viver.— nossa, essas palavras foram profundas.

Kailan —acha errado matar uma vida né?

—sinceramente, nunca pensei no assunto, na minha cabeça se eu fingisse que nada aconteceu eu ficaria bem, mais as coisas só vão piorar.— falo e ele me abraça.

Kailan —acho que está precisando disso.— diz me apertando um pouco.

—chega, seu abraço é bem forte.— falo e ele me solta rindo.

Kailan —realmente frágil, meu irmão deve ter pegado leve na cama para não ter te machucado.— diz e eu sinto um calafrio, demônios são tão fortes assim?

—agora fiquei com medo de ser quebrada ao meio.— falo e ele ri.

Kailan —eu não quis ofender, só que meu irmão e três vezes mais forte fisicamente que eu, então se meu abraço fraco de machuca imagina o que Lion pode fazer com você se sair do controle.— agora fiquei com medo.

—só uma pergunta, qual seria o nome da espécie dessa coisa na minha barriga? Seria Demonvamp ou VampDemon.— pergunto curiosa.

Kailan —seria um demônio que bebe sangue.

—preciso descansar, estou me sentindo exausta ultimamente.— falo me levantando.

Kailan —espero que tenha um bom descanso, rainha.— vejo ele sair do quarto, por um minuto ouvi ratinha...

Agora terei um tempo comigo e com meus pensamentos.

Sequestrada Por Um DemônioOnde histórias criam vida. Descubra agora