Capítulo seis

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Aretha

Drake Carter

Após terminar de digitar o nome na janela de busca do google, eu parei por um instante, sentindo uma certa apreensão sobre o que eu poderia descobrir.

Já era noite e eu estava em meu quarto. Depois de uma noite mal dormida e um dia completamente insano, o que eu mais precisava era de um descanso. Mas não podia, ainda, me dar a esse luxo.

Horas antes, na biblioteca, Drake Carter me contara detalhes sobre o teor das ameaças que eu vinha recebendo em minhas redes sociais e sobre o atentado que acabara vitimando uma de minhas maquiadoras. Em seguida, ele me mostrara as imagens que ele tinha conseguido da câmera de segurança da academia, em que registravam o momento em que quase fui sequestrada. Para mim, aquilo era perturbador, mas não me trazia nenhuma pista. Carter, no entanto, disse que iria analisar as imagens com calma e que certamente algo ali o levaria à identidade daquelas pessoas.

Cheguei a perguntar se não seria mais simples acionar a polícia, mas meu pai foi rápido e categórico em dizer que essa seria a última coisa a ser feita. Envolver a polícia no caso poderia significar, em algum momento, envolver também a mídia. E uma situação como aquela com o meu nome seria péssimo para a minha imagem.

Como sempre, minha imagem vinha antes de qualquer outra coisa. Até mesmo da minha integridade física. Eu já estava tão acostumada com isso que chegava até mesmo a ver isso com naturalidade.

Porém, algumas coisas não tinham sido explicadas. E, dentre elas, a que mais assolava a minha mente era a respeito de Drake Carter.

Se aquele homem passaria a morar sob o mesmo teto que eu, eu precisava, no mínimo, saber mais a seu respeito.

Respirando fundo, eu enfim apertei o enter.

Encontrei muitas referências a respeito dele.

Todas absolutamente surpreendentes.

*****

Era quase um fato inédito acordar pela manhã sem um despertador ou sem que Jenny entrasse em meu quarto para me orientar sobre os compromissos do dia. Para falar a verdade, eu sequer conseguia me recordar da última vez que isso tinha acontecido.

Sempre existia algo. Uma gravação, um ensaio, uma entrevista, uma participação em programa de TV, um evento, uma sessão de fotos... Meu tempo era constantemente ocupado por intermináveis tarefas. Desde a minha infância sempre tinha sido assim.

Mas aquele dia era diferente. Abria oficialmente uma nova etapa da minha vida, de compromissos desmarcados e o mínimo possível de saídas.

O problema era que eu nem sabia viver assim.

Eram sete da manhã quando acordei, e eu poderia ter passado mais tempo na cama, mas simplesmente não consegui. Levantei-me, tomei o primeiro banho do dia e vesti uma roupa de treino. Um pouco de exercício físico iria me fazer bem.

Peguei meu celular e saí do quarto. Logo no corredor do segundo andar, encontrei-me com Jenny, que vinha em minha direção.

— Bom dia, Aretha. Estava vindo te chamar para avisar que a mesa do café da manhã já foi posta.

— Achei que hoje esperariam que eu acordasse para isso. — Não foi uma reclamação, mas sim um comentário. A mesa sempre era posta, às vezes até mesmo em meu próprio quarto, em um horário que condizia com o que eu acordaria no dia em questão. Mas neste dia eu, pela primeira vez em muito tempo, simplesmente não tinha um horário.

Protetor - A Vingança do meu Guarda-costas [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora