Capítulo oito

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Drake

No momento em que afastou a mão que se apoiava na bancada, ela mostrou que estava sem forças ou controle sobre as próprias pernas, pois caiu sentada no chão. Fiz menção de ir até ela, mas detive-me ao vê-la se encolher, iniciando um choro aflito em meio a palavras e pedidos confusos.

— Por favor, não encoste em mim... Por favor... Não me machuque...

Aquilo acionou em mim um alerta de puro ódio. Teria aquele infeliz mandado também um e-mail para Aretha?

Não fazia sentido, porque seu pai havia me dito que ela não tinha contato direto com e-mails ou redes sociais.

E fez menos sentido ainda com o que ela disse a seguir:

— De novo não. Por favor...

De novo?

Estaria ela se referindo à tentativa de sequestro?

Por qualquer razão, algo me dizia que era algo além disso.

Comecei a me aproximar devagar, enquanto garantia a ela:

— Eu estou indo até você, mas não vou te fazer mal.

Ela continuou a chorar, encolhida, mas sequer me olhou. Abaixei-me diante dela, ainda mantendo alguma distância física.

— Eu não vou te machucar, tá bom? Eu não vou nem encostar em você, eu prometo. Confia em mim?

Ela ainda levou alguns segundos até balançar a cabeça em uma afirmação, de forma aflita. Eu não sabia se ela realmente estava confiando em mim ou apenas se via sem alternativas.

Eu desejava que fosse a primeira opção.

— Muito bem, então. Precisamos respirar mais devagar, tudo bem? Eu vou contar até dez enquanto respiro devagar, e você tenta me acompanhar, certo? Vamos... Um... — Inspirei profundamente, devagar, prendendo a respiração por um segundo, antes de expirar também de forma lenta. Aretha se esforçou para fazer o mesmo. — Dois...

Repeti o procedimento até chegar ao dez, quando percebi que ela já estava conseguindo dominar melhor a própria respiração. Ainda assim, decidi fazer uma recontagem. Mas antes usei mais algumas palavras para tranquilizá-la.

— Sei que você está assustada, mas entenda: você não está em perigo. Está na sua casa. Tem seguranças cercando todo o terreno. E eu estou aqui para te proteger, não para te fazer mal. — Fiz questão de enfatizar o último ponto porque, de alguma maneira, mesmo eu sabendo que não era o causador daquela crise, algo na forma com que ela temia que eu sequer tocasse nela me dava indícios de que minha presença poderia despertar nela algum trauma. — Vamos repetir a respiração? Devagar, até dez. Um...

Voltei a fazer a série de respirações lentas e ela conseguiu me acompanhar. Percebi que parecia mais calma e estendi a mão para ela.

— Posso te ajudar a se levantar?

Ela ainda olhou para a minha mão por alguns segundos, antes de posar a sua por cima. Então, eu me levantei e ela se apoiou em mim para também ficar de pé. Senti que a mão dela estava gelada e ainda tremia um pouco.

Guiei-a até a sala, levando-a até um dos sofás, onde ela se sentou. Sentei-me ao seu lado, mantendo novamente uma certa distância física e apenas a observei em silêncio por alguns instantes, esperando que ela se acalmasse um pouco mais, antes de dizer alguma coisa:

Protetor - A Vingança do meu Guarda-costas [DEGUSTAÇÃO]Where stories live. Discover now