02. minsung 👑

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P R I N C E ,, minho + jisung
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quando uma onda de inseguranças faz Jisung acreditar estar sendo traído pelo namorado, Minho sempre lhe surpreende com as formas de provar seu amor.

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Jisung tinha o hábito de pular para conclusões antes mesmo de entender a situação como um todo. Era um grande problema, sabia muito bem, por isso tentava se policiar ao máximo com todas as paranóias que plantava diariamente no seu diário mental, mas era inseguro, poxa! Minho tinha que entender, na verdade, já deveria estar acostumado.

Assim sendo, quando viu o namorado de anos bater a porta sem dizer nenhuma palavra a mais naquele dia, Jisung sentiu o coração partir em pedacinhos minúsculos demais para que pudesse colá-los no lugar. Não entendia o motivo da decepção de Minho, esperava um choro falso, talvez um falso arrependimento também, mas com certeza não aquele olhar triste.

O ponto é: quem não surtaria tendo todos os sinais de traição escancarados na própria cara? Jisung, certamente, surtaria, ou melhor, já surtou. Nunca havia imaginado ser traído por Minho, quer dizer, talvez algumas várias vezes, mas nada que envolvesse a índole ou confiança que tinha no Lee, eram questões internas, ligadas à insuficiência que sentia. Não queria que o dono do sorriso mais lindo do mundo fosse roubado de si, afinal de contas (ainda mais com a desconfiança que sentia daquele tal “amigo” Christopher).

Quando deitou na cama, sozinho, observou o teto cheio de estrelinhas que brilhavam no escuro, coladas por Minho a pedido seu. Virou-se, inquieto, sentindo a garganta fechar e os olhos arderem; não era sua intenção chorar, todavia, amava Minho mais que tudo, e tudo na sua vida lhe lembrava o menino de olhos felinos.

A mão meio trêmula buscou o celular na cômoda que guardava seu abajur de nuvenzinha, acabando por derrubar uma folha de papel bem dobrada no meio do trajeto. Jisung espiou para fora do limite da cama, se esticando o suficiente para pegar a folha de caderno, logo sentindo o coração bater mais forte ao lembrar de como as coisas começaram.

No seu aniversário de dezesseis, Minho lhe chamou para o que seria o primeiro encontro oficial dos dois por meio de uma folha do caderno de matemática surrado que levava em todas as aulas. Nada romântico, diga-se de passagem, mas as palavras escritas pela letra impecável do menino fizeram Jisung parar de funcionar por inteiro. “Sairia comigo hoje à noite, príncipe?”

Príncipe! Ah, como Jisung amava ouvir aquele apelido saindo dos lábios gordinhos e tão atraentes de Minho. Se sentia brega, mas Minho, e apenas Minho, tinha aquele poder.

Já aos dezoito, foi o mini adulto mais feliz que existia, afirmava com toda certeza. Foi a época em que foi pedido em namoro, exatamente na primeira neve do ano – mais clichê, impossível – e passou a ter Lee Minho, seu amor, bem juntinho ao seu lado. Era o bastante.

Isso até a sequência de coisas extremamente questionáveis que ele havia começado a fazer. Que história era aquela de “entrevista de emprego surpresa” do nada, ou as desculpas esfarrapadas para sair mais cedo, o vício repentino no celular? Eram indícios de traição! E, bom, há melhor forma de resolver um problema como esse que não explodindo de paranóias e jogando tudo na cara do seu namorado?

Porque se a resposta for sim, Jisung deveria ter sido avisado previamente.

O menino se ajeitou na cama, com a cabeça afundada no travesseiro fofinho, desdobrando o papel e dando de cara com a letrinha já conhecida. A mesma que aparecia nos bilhetinhos de lembretes espalhados pela casa que eram direcionados a si mesmo, porque era um grande esquecido.

Someone's Someone 𖥻 Jisung!CentricWhere stories live. Discover now