Capítulo 12

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No dia em que Freya e Mikael se conheceram, foi o mesmo dia em que ele observou a iniciação do jovem irlandês ao caminho do caos. Ele conhecia o passado de Freya, e seu pai o irritantemente bondoso deus guerreiro Balder, que após conhecer o destino daqueles que caíam por sua espada, desistiu da guerra preferindo ser apenas o deus da luz e justiça. Ele ficava constantemente irritado com aqueles deuses hipócritas, que escondiam sua verdadeira face, para aparentar benevolência para aqueles que acreditavam neles e os adoravam. Desde o começo, mesmo que ele goste de mentir esse aspecto de sua personalidade mantinha-se verdadeiro em partes que divergiam entre aquele que era abertamente honesto nas travessuras que pregava nos outros sendo malvadas ou não, e na face que era uma mente brilhante e estratégica na hora de mirar sua vingança, ou apenas daqueles que ele não sentia empatia.

E ao presenciar tudo isso, ele deu um sorriso traiçoeiro de quando ele começava a tramar um plano para ludibriar outros deuses e tomar seus pertences mais preciosos.

E também, ele não gostou do jovem Mikael por mostrar sinais que no momento ele próprio desconhecia de interesse em Freya como uma mulher. Freya seria sua esposa e de mais ninguém. Ela foi prometida pelo conselho dos deuses, como recompensa para diminuir minha ira contra os eles, e ele não iria deixar qualquer mortal mesmo sendo um semideus roubá-la dele.

Para averiguar a situação mais de perto, ele foi até a mansão do caos colocar seu plano de ação com Seth, e vasculhar seus pertences secretos de poder.

Ao chegar a mansão do caos, ele teve um leve sentimento de nojo pelo cheiro que aquela casa emanava. Era cheiro de morte, sangue, sofrimento, torturas e principalmente trevas. Mesmo ele sendo um deus traiçoeiro, e muitas vezes considerado maligno ele não gostava daquele nível de maldade em si. Apenas quando ele ficava muito irritado com um inimigo, que emanava uma aura parecida com esse cheiro, mas era difícil de acontecer. Ao se aproximar do teto, viu a forte barreira que protegia a casa e com um truque de dedos conseguiu se esgueirar por um buraco na barreira transformando-se, e reaparecendo lá dentro ao lado de Seth que passava a mão em um jovem nu, que estava mutilado em cima de uma mesa de pedra. Do jovem, só dava para perceber seus brilhantes cabelos arruivados presos à cabeça, no corpo forte e ferido a sua frente.

Seth ao sentir que alguém estava ao seu lado, virou-se e encontrou um deus a sua frente com vestes de um príncipe todo coberto de ouro, com um elmo dourado com asas onde ficariam as orelhas, e dois chifres de carneiro brotando na parte superior do elmo, onde ele também segurava um enorme cajado negro que tinha um diamante ou parecia que era diamante do tamanho de uma bola de beisebol na ponta do cajado.

- Quem é você seu tolo, e como ousa entrar em minha casa? Dependendo de suas palavras posso deixa-lo sair inteiro, ou aos pedaços mutilado procurando se recompor durante anos por aqui. - disse Seth ameaçadoramente ao intruso que irritantemente tinha um sorriso sarcástico nos lábios, parecendo como se soubesse de tudo sobre ele.

- Ora, mas o que é isso, meu caro Seth. Por que tanta agressividade quando um futuro amigo e aliado vem lhe visitar? - respondeu ele a Seth numa voz manipuladora.

- Hm, aliado é? E porque você escolheria a mim como aliado estranho? Claro que sou poderoso e tudo mais, mas percebo que você não pertence a este mundo. Que negócios teria um estrangeiro como você aqui? - perguntou Seth, observando o estranho mais atentamente, tentando decifrar de qual lado do universo ele estava e sentiu-se frustrado. Aquele cara não era nem um deus da luz, nem das trevas, mas os dois ao mesmo tempo, e no outro ele era transparente, no outro sua definição ficava opaca ao seu conhecimento. Aquele cara era bastante complexo, mas uma coisa estava clara. Aquele deus esquisito era poderoso, e disso não tinha duvidas. E se ele tinha vindo até aqui, e sabia de mim, ele já estava o observando há um bom tempo sem ele saber. E isso o enfureceu, mas nada demonstrou.

- Porque assim como vocês dois como percebi já a algum tempo, temos um inimigo em comum por razões diferentes. O jovem Mikael filho de Osíris é um daqueles que eu quero e preciso me livrar rapidamente para alcançar meu objetivo. - respondeu ele observando atentamente o olhar de Seth se alegrar ao perceber que mais alguém tinha ódio por aquele cara.

- Oras se era a respeito do nosso amigo Mikael que você queria se livrar, você veio ao deus certo então. Primeiro vamos conversar em um local mais apropriado do que esta sala de iniciação. Vestirei uma roupa adequada e falaremos em meu escritório. A propósito, qual o seu nome estranho?- perguntou Seth interessado naquele deus estrangeiro, imaginando um modo de poder usá-lo em seu favor.

- Acho uma ideia ótima, porque o tanto de sangue que tem aqui pode sujar as minhas vestes meu amigo maligno. E respondendo a sua pergunta, eu sou aquele conhecido como o deus nórdico do fogo e da trapaça que reina como um dos príncipes do reino de Asgard. Um filho de Odin, Loki. - disse Loki com seu costumeiro sorriso sarcástico e matreiro.

O Filho do JuizOnde histórias criam vida. Descubra agora