Capítulo 3 - Parte 2

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Oliver


No final da tarde coloquei algumas roupas na mochila e mudei para a casa de Lian. A minha casa e a de Max têm praticamente a mesma configuração, já a de Lian é um pouco diferente. No meu caso e do baterista, as mulheres de nossas vidas opinaram ativamente na decoração dos nossos lares. Já a casa de Lian tem uma pegada bem mais masculina.

Outra diferença é que, apesar de também ter o deck na frente com hidro e tal, ele optou em ter a piscina, e outra hidro também, nos fundos. Num ambiente menos exposto, pois diz que assim as nossas reuniões picantes não escandalizam ninguém. Como ele é o único que mora sozinho, a maioria dos esquemas são feitos em sua casa. Ou pelo menos iniciam lá.

É um tanto arbitrário e frio pensar nas "confraternizações" armadas com o principal propósito da busca pela satisfação sexual momentânea. Contudo, foi a forma que encontramos para que as coisas funcionem sem que ninguém saia machucado ou se sinta enganado no processo, visto que até o momento nenhum de nós desenvolveu interesse em embarcar num relacionamento mais profundo.

Somos homens adultos, no auge da forma, viris e extremamente assediados, tanto por nossa aparência física, quanto pela fama e riqueza, mas que não podem se dar ao luxo de marcar um encontro com uma mulher pelos trametes normais. Nunca temos a certeza sobre a real intenção de alguém que se aproxima de nós.

Também não somos dados a envolvimentos armados com outras celebridades, com o intuito da autopromoção. Então, para as mulheres que conseguem acesso e querem passar um tempo conosco, independentemente de serem conhecidas ou não, deixamos sempre muito claro o que podem esperar de nós. Que é ser bem recebida, ter suas vontades respeitadas, e se a conversa evoluir e surgir o mútuo interesse, sexo.

Elas embarcam se quiserem.

Inacreditavelmente, a maioria sempre quer.

Agora, depois de jantarmos, estamos os três na sala, tomando um whisky e conversando.

– Não houve mesmo jeito de evitar que a sua avó trouxesse a menina para cá? – questiona Max.

– Não, já contei para vocês, ela disse que se mudaria daqui temporariamente caso eu não concordasse. E ela estava falando sério. Você sabe que eu seria o primeiro a aceitar qualquer outra solução se houvesse.

– Este amigo deve ter sido alguém muito especial, para dona Laura cogitar sair daqui – completa ele.

– Sim, não sei muitos detalhes, mas parece que eram bem próximos na infância e juventude. Ela se compadeceu da situação da garota também, se viu quando mais jovem.

– Então, quando a gatinha chega? – graceja Lian, displicentemente.

– Gatinha o cacete! Lian, não vá arrumar confusão, ela é uma menina. Uma me-ni-na! Por favor. Juízo. Fique longe. – Já deixo logo bem claro o meu ponto.

– Porra, nem conheceu a irmãzinha e já está aí, todo protetor. – Ele ri, me provocando. Lanço um olhar torto para ele, mas a provocação continua. – Cara, as mulheres derretem nesse seu olhar, eu sei, mas já te avisei que não me seduz. Por que você insiste? Desapega, Oliver.

– O que Oliver está dizendo é sério. Não vá arrumar problemas onde não precisamos. Ela tem a idade de Hazel, por favor! – Reforça Max e fico feliz que esteja do meu lado.

– Deus, vocês acham que eu sou o que? Claro que não vou me meter com uma garota de dezessete anos, sem família no mundo, que está aqui dependendo de nós. Não sou esse aproveitador que vocês pintam. Só gosto mesmo é de provocar o zangado aqui – diz apertando a minha bochecha.

Caos Particular (The Order I)حيث تعيش القصص. اكتشف الآن