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três meses depois

Gemo de dor e aperto um pouco mais a mão de Philippe, que me olhava com os olhos arregalados, demonstrando preocupação desde o momento em que havíamos chegado ao hospital, após eu sentir algumas dores no pé da minha barriga

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Gemo de dor e aperto um pouco mais a mão de Philippe, que me olhava com os olhos arregalados, demonstrando preocupação desde o momento em que havíamos chegado ao hospital, após eu sentir algumas dores no pé da minha barriga.

Esta estava uma bolinha e crescia a cada dia mais. Ainda assim, não era o momento do bebê nascer. Aquilo só deveria acontecer dali a 7 meses.

As dores no pé da minha barriga não era algo normal e eu já queria chorar, pensando em mil coisas que poderiam ter causado tudo o que estava acontecendo e me sentindo a pior pessoa do mundo.

Não podia perder aquele bebê. Ainê e Philippe o confiou à mim para o gerar e eu iria fazer aquilo corretamente, até completar os nove meses e dar a luz a uma criança saudável e linda. Assim agradeceria a confiança e ficaria feliz por ter ajudado a minha melhor amiga em algo que ela tanto queria, mesmo que agora ela não estivesse mais ali.

— Não, não, não... — Philippe murmurou e eu senti sua mão em meu rosto, secando lágrimas que eu não percebi que haviam começado a rolar pelo mesmo. — Não chora.

— E se eu fiz alguma coisa errada? — Pergunto com o medo evidente em minha voz e o olho assustada. — E se eu perd...

— Não fala isso! — Ele me interrompeu rapidamente. — Vai ficar tudo bem, a médica já está vindo ver o que está acontecendo e logo você vai estar bem.

Queria muito acreditar naquilo, então me agarrei àquelas palavras e as repeti diversas vezes em minha mente, apertando os olhos e sentindo o carinho que Coutinho fazia em meus cabelos, ainda com uma das mãos segurando a minha.

Havíamos nos aproximado bastante. Apesar de eu gostar de lidar com as minhas dores sozinha, assim como Philippe também gostava, sabia que aquela aproximação estava fazendo bem para nós dois.

Ambos entendíamos a dor um do outro. Eram diferentes, claro, mas as compreendíamos e tentávamos lidar com elas juntos, focando na gravidez, no bebê que era fruto do amor dele e de Ainê e que estava sendo gerado em meu ventre.

Nunca conseguiria descrever o quão feliz eu fiquei quando os dois conversaram comigo sobre o assunto e perguntaram se eu não queria ser a barriga de aluguel deles. Eu aceitei no mesmo segundo.

Ainê e eu éramos amigas a bastante tempo e o seu desejo de ser mãe já era muito conhecido por mim. Eu queria ver a minha amiga feliz, junto com o cara que ela amava sem barreiras e com o seu filho nos braços.

Receber a notícia de que ela não havia resistido ao acidente foi um dos piores momentos da minha vida.

— Ferri? — Ouço e abro os olhos, encontrando a minha médica. Fiquei ansiosa no mesmo segundo, querendo que ela me explicasse logo o que estava acontecendo comigo e com o neném. — Vamos levar você para outra sala e te analisar melhor, está bem?

— O bebê. Como está o bebê? — Pergunto rápido.

— Vamos ver isso agora mesmo. — Disse. — Você precisa relaxar ou então vai acabar agravando o seu quadro atual.

Philippe apertou mais a minha mão e eu o olhei.

— Vai ficar tudo bem. — Sussurrou de maneira quase inaudível e se aproximou, deixando um beijo demorado em minha testa antes que eu começasse a ser levada para outra sala.

*

— Viu? Eu disse que iria ficar tudo bem. — Coutinho falou e eu dei um meio sorriso para ele, vendo o mesmo se sentar na poltrona ao lado da minha maca.

De acordo com a minha doutora, a gravidez que ela dizia não ter risco algum, agora tinha. A dor que eu havia sentido poderia ter piorado e, se eu tivesse demorado de comparecer ao hospital, correria o risco de perder o bebê.

Ela nos explicou o que havia ocorrido e logo nos passou cuidados mais rigorosos a se tomar naquelas situações. Philippe e eu escutamos atentos cada palavra que saiu de sua boca, e depois de alguns minutos ela saiu da sala, nos deixando a sós.

— Quase perdi o seu bebê. — Murmuro, voltando a atenção para o teto incrivelmente branco daquela clínica.

— O que importa é que isso não aconteceu e nem vai acontecer. — Disse, segurando em minha mão novamente e a apertando. — Você está indo muito bem, é só tomarmos mais cuidado e logo, logo o meu garotinho vai estar nos meus braços.

— Vai ser uma garotinha. — Digo, apenas para brincar com a cara dele, e olho para o mesmo.

— Garotinho. — Repetiu, fazendo uma falsa cara de bravo.

Rio baixo.

— Obrigada por não ficar bravo comigo. — Sussurro. — Prometo que serei mais cuidadosa.

— Não foi culpa sua. — Falou delicadamente.

Dou um meio sorriso e olho para a pequena elevação em minha barriga, fazendo carinho na mesma. Faria de tudo para que aquele neném viesse com saúde e a Ainê ficasse orgulhosa de mim, onde quer que ela estivesse.

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beleza, tá no capítulo 4 ainda, mas o que vocês estão achando???

Recomeço ━━ Philippe CoutinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora