Capítulo 22

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Katrina

A ligação devia ter me deixado mais calma.

Na verdade, eu não deveria ter sentido nada ao ver uma mulher na casa de Gustavo e ele segurando um bebê.

Eu não o conhecia direito, ele poderia ter uma irmã, ou qualquer outro parente com uma criança.

Nada justificava minha reação, a não ser o meu coração. Para ele, sair chateada da casa de Gustavo, era a minha única opção, e assim o fiz.

Mas quando ele me ligou, explicando que aquela era a sua mãe, senti-me como uma idiota, preocupada com coisas que não me cabiam. Mas ainda assim, fiquei magoada por ele me esconder que tinha uma filha.

Quem iria casar e não contava uma coisa assim?

Não conseguia dormir com meus pensamentos todos em Gustavo. Virei-me para o outro lado, buscando uma posição melhor, mas nada ajudava.

Enquanto me ajeitava na cama, minha mente voltou para ele novamente e comecei a me lembrar da manhã que acordei em sua casa. Não havia sinal de uma criança morando ali, nem durante as horas que passamos nos beijando.

Beijo do Gustavo...

Só de pensar nele, meu estômago se retorcia em uma revoada de borboletas.

Foco, Katrina. Hora de dormir.

Virei novamente para o outro lado, mas os pensamentos que eu queria espantar me rondaram a noite toda, fazendo com que eu dormisse pouco.

Fui acordada na manhã seguinte por Maria batendo à minha porta.

— Kat, posso entrar?

Virei-me na cama, passando as mãos pelo rosto, para despertar melhor e autorizei sua entrada.

— Bom dia, menina. — Assim que ela foi entrando já caminhou para a janela, abrindo-a e deixando a luz do dia entrar.

— Aconteceu alguma coisa? — perguntei, estranhando ela me acordando.

Eu costumava acordar cedo, às vezes ajudava meu pai na empresa, outras em casa mesmo, ajudando Maria no que ela precisasse, mas como eu não tinha formação na área de direito, não tinha muito como ajudar meu pai. Ele ainda insistia que eu fizesse algo na área para herdar seus negócios, mas minha vontade mesmo era na área pedagógica, por isso estava esperando um pouco mais para conseguir um emprego onde eu queria e montar um dos meus maiores sonhos, que era dar aulas de apoio em comunidades carentes.

— Você tem visitas. Estão te esperando lá embaixo.

Olhei para ela com as sobrancelhas franzidas, sem imaginar quem pudesse ser, já que Erica não seria tão comedida assim para esperar que eu descesse.

— Quem é, Má?

— É aquele rapaz bonito que você está namorando — ela falou com um sorrisinho de lado. — E ele veio com um bebê hoje, a coisa mais fofa.

Gustavo estava na minha casa? Com a sua filha?

Levantei com mais pressa ainda, vestindo a primeira roupa que encontrei na minha frente e desci as escadas.

De cima das escadas pude ver Gustavo de costas para mim, sentado no sofá com sua filhinha nos braços, ele falava alguma coisa enquanto fazia carinho nela.

O pouco que estava vendo, ele parecia ser tão atencioso com aquela criança que meu coração chegava a derreter.

Respirei fundo, acalmando-me para vê-lo e terminei de descer as escadas. Assim que cheguei ao último degrau, Gustavo olhou para trás, parecendo sentir minha presença.

Um Marido de MentirinhaDonde viven las historias. Descúbrelo ahora