31. Barra Pesada.

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AYLA.

Helena me convenceu a ir dar uma volta. Peguei o carro de Lucas e fomos. Ela sentiu vontade de tomar um sorvete, estava frio. Mas.. como ela estava esperando um bebê, não êxitei e tomei um com ela.

De longe avistei meu carro. E vi uma mulherada do cão lá.
Vi quando Lucas se levantou e foi pro banheiro. Notei que uma menina começou a rir com as amigas e foi atrás, eu estava de longe vendo tudo.
_ Vou mandar mensagem.
_ Manda. A vadia velha entrou atrás dele.
_" Tem menina ai?" Pergunto. E instantâneamente vi a mensagem _" Não amor".
_ Mentiu Helena. _ Digo triste.
_ Ele só não quer te preocupar. Olha ele tá saindo.
_ Será que não vai dar pra ver a gente aqui?
_Não, mas acelera.

Saimos dali o mais depressa possível.
_ Ele goza rápido ou demora pra gozar?
_ QUÊ? _Pergunto.
_ Acho que não rolou nada. Saiu muito rápido. Ele demora pra gozar ou goza rápido?
_ Demora. Bom, seilá. _ Que pergunta idiota.
_ Se ele demora, então não te traiu. Não deu segundos depois da mensagem ele saiu do banheiro. Mal deu tempo pra uma foda. _Diz Helena tentando me deixar menos mal.

Mas mesmo assim eu tava com um nó na garganta e com vontade de chorar. E se eu não tivesse visto? Será que eu ia saber disso algum dia?

No caminho pra casa encontramos Matheus, e Helena correu fofocar né.
Fomos pra casa rapidinho, mal deu tempo, Lucas logo chegou.
Fui pro quarto de Helena. Acredito que ele tenho ido tomar banho.

_Minha filha, agora aprendesse uma lição?_ Ela Pergunta._ Se ele vai sair com os caras, você tem que ir junto. Por mais que você confie nele, eu não confio é nas piranhas que rodeiam eles.
_ Será que ele ficou com ela?
_ Se ele gosta de você de verdade não vai te esconder. Mas se não te contar, fica alerta porque pode estar te escondendo mais coisa.

Passei pelo corredor. Vi que ele estava sentado na sala com Matheus.
Escutei passos, ele entra no quarto com uma cara de cachorro sem dono.
Será que Matheus contou algo?
Fui no guarda roupa. Fiquei parada ali olhando, e pensei... Porquê não? Ele merece uma provocação. Pra perceber que qualquer bobeada que ele der, eu também seria opção de alguém.
Sequei meu cabelo, fiz uma maquiagem bem provocante e levei o batom pra passar no carro na fente dele.
Coloquei o vestido mais justo que eu tinha e mais atrevido. Nunca o tinha usado, achei maravilhoso na manequim na vitrini da loja, mas tinha vergonha pois parecia uma streapper de clube noturno.
Ele tinha um decote frente única até quase o umbigo, o comprimento era na altura do joelho, mas a fenda na perna direita subia dando a entender que era impossível de se usar uma calcinha ali. E realmente era.
Hoje ele ia ver com quem estava mexendo.
Quando sai do banheiro, vi o efeito que causei. Não era só pau duro, era ciúme, desejo e raiva. Tudo misturado.
Mas ele não deu um pio. E se desse, o pau ia fechar ali mesmo! O provoquei denovo com o batom no espelho do carro. Vi ele ajeitar o pau nas calças e fiquei pensando, se ele teria feito algo com aquela vagabunda ou não. Me deu um frio na barriga, um sentimento terrível se apoderou de mim. Vi que ele tentou verificar se eu estava mesmo sem calcinha. Percebi que ele virou os olhos umas duas vezes em sinal de reprovação, antes de estacionar o carro, bem próximo de onde um dia eu o provoquei tanto, que ele teve de me comer ali mesmo. Lembrei da cena, e acho que ele também. Pois ficou um tempo fitando as árvores. Esperei ele abrir a porta pra mim, não pegou na minha mão, mas grudou o casaco dele e colocou sobre meus ombros pois estava congelante aqui fora.
Mas, que se exploda né? Retirei sem dizer uma palavra e o entreguei.
Quando chegamos, Renan apareceu, Lucas o cumprimentou. Vi seus olhos verdes queimando quando Renan me abraçou. Renan nunca me abraçava.
Talvez seria o efeito da bebedeira pois ele cheirava a álcool.
Vi que Lucas estava desconfortável e apertou minha cintura em sinal de reprovação. Tentou pegar na minha mão, saí na sua frente, e fui em direção ao último camarote do lado direito ao salão, próximo do DJ.
Ele não ia aproveitar a festa um segundo sequer. Estava possesso com a minha roupa. Bem feito.
E na minha cabeça ainda de passavam pensamentos terríveis como se ele tivesse me traído.
Alan, Lori e Rafa estavam lá. Desci com a Lori pegar bebida e denovo vi ele ficar me vigiando do camarote, puto da vida.
_ Lucas tá te vigiando, cara de quem vai matar alguém se te olhar.
_ Percebi. _ Contei pra Lori. Senti uma mão apertando meu ombro. Essa não, era Josh.
_ Ayla, imaginei que te encontraria aqui! Você está maravilhosa._ Diz ele. Josh era decididamente tão bonito quanto Lucas. E as meninas o olhavam com quase a mesma intensidade.
_Espero que eu não leve um tiro por estar aqui perto de você! _Rimos, enquanto avaliava ao redor.
_Você ainda está com ele?
_ Sim estou. _ Informo. Senti Lori saindo
_ Vamos? _ Diz ela.
Ele viu Lucas vindo na nossa direção, nem olhei pra trás. E diz se afastando:
_ Espero muito que um dia eu possa te beijar de novo, e que você possa corresponder. _ Sorri desajeitada pra ele.
Lori já estava no meio da pista e Lucas estava na minha frente, seus olhos pegavam fogo. Ele me puxou com grosseria, apertou tanto meu braço que senti o ardor me machucando.
_ Chega desse show! Nós vamos embora agora! _ Ele disse. E acho que no mesmo momento percebeu o que estava fazendo comigo.
_ Desculpa vamos voltar pra lá? _ Me levantei sem dizer uma só palavra e voltei para o camarote.
Resolvi descontar na bebida minha raiva. E acho que até bebada, eu jamais teria coragem de traí lo ou algo do tipo. Suzanna também estava na festa, comecei a olhar pra ele, pra ver se dava algum indício de olhar pra ela. Ficava me martirizando com o que eu vi no bar. E com a pequena mentirinha que ele me passou.
E imaginando ele lá com ela. Aquilo me consumia por interia. Estava ficando tonta, derramei até bebida no nosso segurança que estava no chão, a bebida era tanta que mal sentia meus pés. Mas ainda estava lúcida.
Senti as mãos dele me enlaçarem, não me movi, pelo contrário o seu toque era tão bom, que me deixou arrepiada da cabeça aos pés. Senti que mesmo bravo, estava excitado ao extremo, começou me pedindo desculpa e me levou para o fundo do camarote me contando toda história e me mostrando quem era a menina, se encostou no ferro de suporte do corrimão. Fazendo eu me acomodar sob ele. Outro arrepio.
Gostaria de ficar brava, de me sentir brava de verdade. Mas o desgraçado tinha algo nele que eu não conseguia lutar contra. Seu toque estava quente, e sentir a sua ereção, quase me fez se esfregar nele pra sentir mais.
Até que Helena me tira dali me convidando para o banheiro, ainda bem!
Mas ele estava tão posseso e mostrou pra mim, o que eu ainda não tinha notado. Yan. E pra confirmar meus pesadelos : Alice.
Quando passamos pela lateral do camarote, observei Yan e a menina que ele tinha me mostrado antes, rindo da cara dele. Lucas era brigão, estava armado. Ficou plantado do lado do camarote deles que ficava ao lado do banheiro.
_Ele te contou? _ Perguntou Helena.
_ Sim.
_Que bom, Alan falou que a menina se jogou em cima dele e depois falou pra todo mundo que ele tinha comido ela. Mas a gente viu o tempo que ele ficou no banheiro. A história da menina não bate. Ele deve estar te falando a verdade.
_Bom tomara. Vamos?

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