27/05
Por: Nathan
Haviam dormido todos em minha casa e ao me levantar sentindo a cabeça pesada, o estômago revirado e ninguém nos colchões que havíamos posto na sala, eu me revoltei e fui até a sala de jantar com passos duros. Kin estava falando algo sobre ressaca para Adam na ponta da mesa perto da parede de vidro e meu pai, Hans Herzsucher, passava manteiga num pão sentado na ponta oposta como que para não incomodar.
Eu me virei para Kin e minha raiva se desmanchou em culpa e eu o chamei fazendo ele se desconcentrar da conversa e me olhar com seus olhos negros e atentos. — Kin Parríy!
— Esse é meu nome! — Concordou.
— Você não devia me incentivar a fazer essas coisas. — Falei sentando-me à mesa de dez lugares cuja compra fora motivo de briga entre meus pais por pelo menos um mês. Minha mãe dizia que era para encher a sala e meu pai que era para impressionar. No final, ela ganhou e a mesa de tampo de vidro e pés de madeira com oito cadeiras nas laterais e mais duas nas pontas foi comprada (Junto com um conjunto de novo vasos, um novo lustre, uma nova pintura de um roxo muito opaco e a substituição da parede que dava para o jardim do fundo por uma parede de vidro. Acho que meu pai não sabia argumenta muito bem contra ela, visto que a gente só usava três ou quatro das dez cadeiras...).
— Meu bem, não te obriguei a nada. — Disse fazendo cara de inocente.
Eu peguei uma das cartelas que estavam sobre a mesa ao lado dos biscoitos e vi que era dipirona. Tomei com um copo de água que convenientemente estava também ali. Antes que eu o respondesse, meu pai se levantou, olhou para nós de um jeito estranho, como se estivesse tentando decidir se confiava ou não em nós três e no que ele tinha me obrigado a fazer, mas depois suavizou o rosto e saiu com um aviso de "juízo". Continuei então a conversa:
— Não me obrigou, mas não teria ficado com uma pessoa que eu nem sei o nome se...
— Juan. — Falou Adam olhando para o prato de biscoitos.
— Como?
— O nome dele era Juan.
— Tudo bem. Voltando: se você não tivesse me dito que era uma ótima ideia!
— Ué, me pareceu ótimo na hora. Esqueci por um minuto que você só fica com pessoas de quem conhece a ficha criminal, digo, o caráter. — Riu e mordiscou um biscoito.
Olhei as horas no celular e percebi que já passava um pouco de meio dia.
— Ele não está de todo errado, Kin, sei lá, não é saudável sair por aí se comportando como... — Ele ia falar algo ruim, mas sua consciência não deixou. Adam era uma pessoa excelente, sempre pensava muito antes de falar algo maldoso. Mas então ele olhou para os lados e completou sussurrando. — A turma que anda com Axel. — E voltou a falar normalmente: — Olha, não me levem a mal, vocês sabem que não costumo falar mal dos outros, mas... Só não. Eu tenho algumas ressalvas sobre eles.
— Gente, olha o drama. — Falou Kin revirando os olhos. — Nenhum de nós chega perto de fazer o que aquele povo faz. E, calma, Nate, foi uma vez só.
Dei dedo para ele. Não tinha gostado do incentivo.
— Olha aqui! Eu te tirei da seca, me agradeça.
— Obrigado e vá se foder. Mas é "se foder" com amor. — Fiz a ressalva enquanto fazia um símbolo de coração com as mãos no meu peito e nós rimos.
— Não tem café nessa casa não? — Perguntei mudando de assunto do nada.
— É meio dia, Nate. — Comentou Kin.
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Você ou um vestido
RomanceDepois de algumas (muitas) doses, um vai e vem, um beijo qualquer, um loiro desgraçado me desafiou a ficar com outro loiro (também desgraçado, diga-se de passagem) ou eu teria que ir de vestido a uma festa. E meio que não foi tão difícil escolher en...