Capítulo 8 - enfim.

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Mais uma vez eu acordava com os raios de sol iluminando meu rosto. Levanto da cama e vou em direção ao banheiro, hoje era sábado, já fazem alguns dias desde que as aulas começaram.

Depois de fazer tudo oque era necessário, tomo rumo a rua, eu prometi a mim mesma que iria ajudar o meu pai a arrumar um emprego. Já faz um bom tempo que ele está desempregado, e se continuar assim, nossa luz e água vão ser cortadas, só estamos pagando algumas parcelas porque o pai do Cirilo arrumou um dinheiro pra gente. É pouco, mas ajuda.

O sol queimava forte, pessoas corriam por todos os lados, carros buzinavam, motos acelerava loucamente, crianças gritavam, amigos riam de piadas, as folhas secas das árvores caiam em grande volume no chão. Eu adoro reparar no ambiente.

Depois de caminhar um bom tempo, paro em frente a uma tabela, pendurada na parede do mercado do Centro. Analiso as vagas, a maioria preenchida, apenas duas em branco. Dou um sorriso e sigo a primeira parada.

- bom dia - digo entrando no estabelecimento - vocês estão com uma vaga na segurança, certo? - paro em frente ao balcão, onde se encontrava a atendente.

- sim, nós estamos - sorri - não me diga que quer se candidatar - fala brincando.

- não - solto uma risada nasal - é para o meu pai - digo colocando os cotovelos sobre o balcão.

- ah, claro, nós temos algumas exigências, ok? - fala e eu concordo escutando. Depois de uma longa lista, várias características fora do padrão - e por último, ele sabe ler? - pergunta e eu suspiro.

- não - digo cabisbaixa, você deve estar se perguntando, se ele não sabe ler, porque você ficou com medo de mostrar o bilhete? Simples, ele poderia querer saber o motivo, e infelizmente, eu não sou boa mentindo.

Meu pai teve que cuidar dos irmãos quando pequeno, não tinha pai, ele foi embora quando o caçula nasceu, à 33 anos atrás. A minha avó, vivia em um Bordéu, como eu sei disso? Ele me disse quando estava bêbado. Nunca teve a oportunidade de estudar.

- eu sinto muito, mas ele não vai poder entrar - diz a mulher com um olhar de pena.

- tudo bem - sorrio para ela - tchau, fica com Deus - digo depois de olhar o crucifixo no seu pescoço.

Vou ao meu último destino, a prefeitura.

- boa tarde - adentro o lugar - eu vi que vocês tem uma vaga de gari em aberto, ela ainda está disponível? - pergunto me sentando á frente da atendente.

- é, ela tá - responde seca - porque quer saber? - estoura uma bola de chiclete.

- meu pai está procurando por um emprego - encaro a mulher.

- quantos anos ele tem? - segura uma caneta azul entre os dedos.

- quarenta - balanço os pés para frente e para trás.

- umh - começa a escrever em uma prancheta amarela apagada - ele é forte?

- ah, sim - balaço a cabeça positivamente. Eu já senti essa força na pele e não foi nada legal.

- tá, ele fica com a vaga, ele começa segunda feira as seis da manhã - deposita os objetos na mesa.

Me levanto da cadeira em um pulo - AI MEU DEUS - digo saltitando - MUITO OBRIGADA - deixo um beijo na bochecha da mulher - até mais.

Saio correndo da loja, indo até minha casa. Eu estou tão feliz, meu pai está procurando emprego a um bom tempo, não conseguiu arrumar um e começou a beber. Espero que isso tire ele do mundo do vício.

- PAI - grito entrando na sala.

- que foi garota - fala levantando o tronco do sofá.

- EU ARRUMEI UM EMPREGO PRA VOCÊ - digo saltitando mais uma vez.

- NÃO BRINCA - diz pulando do sofá.

- EU NÃO TO BRINCANDO - sorrio de orelha a orelha.

em poucos segundos, o homem me girava no ar, enquanto me abraçava.

- ISSO É INCRÍVEL - segura o meu rosto.

- que bom que gostou - finalmente eu estava dando orgulho ao meu pai.

[... ]

O dia passou e o clima aqui em casa está ótimo. Pela primeira vez, não tivemos nenhuma briga, agressão nem xingamentos. Isso não é um bom começo, é um ótimo começo.

Me deito na cama e adormeço em seguida, pela primeira vez eu posso dizer. Que orgulho de mim mesma.

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Oi gente, como vocês estão? Me descupem por demorar tanto tempo para atualizar a fic, mas eu estou muito ocupada ultimamente. Tarefas, trabalho em casa, provas e etc. Eu também estava tirando um tempo para mim, aproveitar um pouquinho fazendo nada. Me perdoem e descupem pelo capítulo curto e sem nexo, foi oque eu consegui escrever.

Postarei novo capítulo assim que puder. Até mais, amo vocês.

mᥱᥙ ⍴rіmᥱіr᥆ ᥲ𝔪᥆r- 𝔐𝔞𝔯𝔦𝔬 𝔄𝔶𝔞𝔩𝔞Where stories live. Discover now