Epílogo

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Dois anos depois...

 A Condessa de Penwood tomava um chá na sala de visitas de Penwood House quando sua amiga, a Duquesa de Albany, foi anunciada pelo mordomo. Após dois anos de seu casamento com David, ainda era estranho ser chamada de Condessa. Para ser sincera consigo mesma, Olivia acreditava que jamais iria se adaptar ao título. 

Os primeiros meses não foram fáceis, Olivia sempre olhava ao redor quando lhe tratavam por milady, até ter a certeza de que estavam realmente falando com ela. Também custara ao se adaptar ao tratar o marido por Conde de Penwood, quando estavam diante da sociedade. Mas o mais difícil fora encarar os olhares hostis das damas e cavalheiros, que não aceitavam muito bem a filha de uma governanta como Condessa. 

Por diversas vezes, Olivia viu olhares maldosos e insinuantes, e por mais de uma vez, alguns aristocratas a trataram com desdém. É claro que nenhum deles seria tolo o suficiente para maltratar a Condessa, ou dizer qualquer coisa ofensiva abertamente. Todos sabiam o quanto o Conde era devoto a sua Condessa, e que qualquer um que fizesse mal a sua esposa, seria seu inimigo imediatamente. David nunca poupou elogios a esposa diante das outras pessoas, e a tratava com uma devoção invejada pelas outras mulheres. Nenhum cavalheiro ou dama da sociedade gostaria de comprar uma briga ou ganhar inimizade, de um homem tão rico e poderoso quanto o Conde de Penwood e, por isso, toleravam Olivia. 

Em um dos primeiros bailes que frequentou como Condessa, Olivia fora apresentada a Duquesa de Albany, esposa do velho Duque. Apesar da óbvia insatisfação do marido, a duquesa havia sido uma das únicas damas da nobreza que não havia menosprezado Olivia por sua origem, e logo as duas criaram uma sincera amizade. Olivia sempre soube que não seria fácil para a nobreza aceita-la como Condessa, e ter a amizade da Duquesa, juntamente com o apoio do Visconde e da Viscondessa de Bothwell, fazia com que aos poucos Olivia fosse incluída na sociedade. 

 - Boa tarde, querida! - Falou a jovem Duquesa, entrando na sala, e cumprimentando Olivia com um abraço fraterno. - Como está a pequena Elizabeth? 

- Está bem. No momento dormindo no berço. - Respondeu Olivia, indicando o berço próximo ao sofá que estava sentada anteriormente. As duas caminharam até lá, e ficaram observando a perfeição da pequena Elizabeth. 

Após alguns meses de casamento, Olivia percebera os sinais de uma gravidez, e algum tempo depois, deu a luz a uma linda menina com os cabelos pretos da mãe, e os olhos verdes escuros do pai. 

Contrariando o que Olivia conhecia dos aristocratas, David não havia ficado decepcionado pelo sexo do bebe, em contrário, ele havia ficado orgulhoso, e exibira a pequena bebezinha para todos em Penwood House com satisfação evidente. Ele havia ficado dentro do quarto, segurando a mão de Olivia e confortando-a durante todos os momentos do parto, não a deixando sozinha em nenhum momento.

Olivia olhava maravilhada para a filha, que dormia um sono tranquilo no berço, quando o mordomo voltou a bater na porta do salão das mulheres.

 - Acabou de chegar uma carta para a senhora, milady. - Informou ele para Olivia, estendendo-lhe uma carta endereçada da Índia. 

Olivia rapidamente abriu o envelope e notou a caligrafia delicada de Charlotte. Olivia sentia tanto a falta da amiga... Por inúmeras vezes, desejou que Charlotte e o marido se cansassem de viajar e permanecessem um tempo com eles no Kent. 

Logo após o casamento, Charlotte e Sebastian se instalaram em sua residência em Londres. David e Olivia chegaram a passar algumas semanas como hóspedes no lar dos cunhados, apesar de terem sua própria casa na capital, gostavam de estar todos juntos. Havia sido uma temporada muito agradável na cidade, mas depois de alguns meses de seu retorno para o Kent, Olivia recebera uma carta de Charlotte, informando que o casal viajaria para o Mediterrâneo. 

Os herdeiros do CondeWhere stories live. Discover now