Capítulo 3

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Capítulo 3

Cheguei ao meu novo colégio, carregando um caderno novo e objetos necessários para meu primeiro dia de aula. Eu caminhava pelo pátio da escola, o qual era imenso. Adiante, eu percebi que todos os alunos me olhavam. Provavelmente eles sabiam que eu era calouro. Nos primeiros instantes eu não tive a necessidade de fazer amigos, eu queria mesmo ficar sozinha.

Assim que eu entrei na sala de aula, eu fui apresentada pela professora a todos os estudantes na minha classe. Todavia eu já estava acostumada com aquele tipo de recepção, já que eu freqüentei vários colégios de várias cidades distintas.

A sala de aula era apertada e tinha poucos alunos. Era melhor assim, eu ficava retraída com muita gente ao meu redor.

No final da aula, eu caminhei lentamente para o toalete feminino e modo de verificar minhas condições, afinal eu estava naqueles dias...

Chegando à porta do banheiro eu vi uma garota da minha sala, ela se olhava o tempo todo no espelho e jogava os seus cabelos de um lado para o outro, tentando ficar mais bonita.

Parei de observá-la assim que eu notei que ela me viu através de um espelho na parede. Então ela virou-se de frente para mim e começou falar comigo.

-Oi, eu me chamo Mirta.

-Oi... Mirta.

-O que você achou da escola? - Ela perguntou enquanto me reparava dos pés a cabeça e no mínimo ela achou que eu não estava a sua altura.

-... Legal... - Eu disse o que veio em minha mente.

-Vamos ser amigas? – Perguntou-me dando pulinhos de alegria.

-Sim... Claro... - Respondi robótica.

Afinal eu não a conhecia o suficiente para nos tornamos amigas tão depressa.

-Ótimo! - Ela exclamou e me deu um forte abraço, comemorando o início de nossa amizade. -Eu gostei de você!Parece sincera.

-E sou. - Finalmente eu respondi.

-Eu também, eu odeio falsidade.

No término das aulas, nós fomos embora juntas, Mirta falava o tempo todo, nós conversávamos sobre a escola e sobre as pessoas daquele lugar, quais professores eram legais e quais não eram. O que era permitido ali e em quem nós podíamos confiar às cegas.

Assim que eu cheguei a minha casa, eu vi minha mãe. Ela estava lendo um livro, deitada no sofá da sala, esperando por meu retorno.

-Como foi na escola? - Perguntou a mim com seus olhos curiosos. Eu conhecia aquele olhar cada vez que ela queria saber sobre o meu dia.

-Legal! Tem poucos alunos lá. - Eu disse sem empolgação, eu confesso que eu havia freqüentado escolas melhores no passado.

-Já era de se esperar... - A minha mãe disse fechando o livro. Parecia fatigada de sua leitura.

-Eu conheci uma garota chamada 'Mirta', ela quer ser a minha amiga.

-Eu quero conhecê-la.

-Pode deixar xerife, eu vou trazê-la aqui.

Eu informei-a, erguendo a minha mão direita na altura da minha testa.

Para mim isso não foi surpresa, a minha mãe desejar conhecê-la. Ela sempre teve esses cuidados com as minhas amizades, queria estar ciente sobre quais tipos de pessoas eu andava para avaliá-las, como boas ou ruins no meu convívio.

Minutos depois, eu tomei um banho frio e coloquei uma roupa confortável e permaneci no meu quarto durante horas. Fiquei escrevendo no meu pequeno diário o meu primeiro dia de aula. Eu sempre fui uma pessoa só, por isso eu tinha o costume de desabafar com um pedaço de papel.

Eu achava isso mais seguro, eu sabia que aquelas palavras jamais sairiam dali, a menos que alguém as lesse.

Citei Mirta na minha biografia, enquanto eu sentia que a nossa amizade seria especial e duradoura...

Valquíria - A princesa vampira ( DEGUSTAÇÃO )Onde histórias criam vida. Descubra agora