XVI - S'attendre au Pire

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P.O.V Harry James Potter

Acordei demorando para lembrar onde estava. Draco ainda dormia tranquilamente sendo a conchinha menor e estando encolhido nos meus braços, algo que eu achei estranho, já que ele sempre me cercava com braços possessivos. Me permiti admira-lo, observando cada curva do seu corpo e os fios bagunçados esparramados sobre a cama.

Algo na diagonal da sua axila me chamou atenção, era uma pequena tatuagem e eu teria que forçar os olhos para ler o nome escrito. Me apoiei em meu braço e me aproximei das letras, conseguindo ler perfeitamente meu nome. Quando ele havia feito isso? Me perguntei. Eu achei tão linda!

Acariciei aquela região, traçando a ponta dos meus dedos sobre as letras. Conforme eu me sentia distraído não percebi que Draco estava acordando. - O que está fazendo, Baby? - Me assustei com sua voz rouca de sono e retirei rapidamente minha mão.

- Desculpe, eu só me surpreendi com sua tatuagem. - Eu disse ruborizando enquanto ele virava o rosto para me encarar. - Quando a fez?

- Se bem me lembro fiz no sexto ano, quando minha vida começou a ficar insuportável e eu me apegava em desejos para continuar são e vivo. - Draco parecia até nostálgico falando, mas por um momento seus olhos perderam o brilho, foi tão rápido que me pergunto se ao menos aconteceu.

- Você se importa de me contar quais seriam esses desejos? - Hesitante eu transformei em palavras a minha dúvida.

- Eu me apegava no sonho de que um dia eu não precisasse mais me esconder na máscara de indiferença e maldade que meu pai me forçava a usar. Que um dia eu parasse de ser covarde e me declarasse para a pessoa que eu sempre amei escondido por todo esse tempo. - Draco suspirou. - Consegue imaginar quem é a pessoa que sempre amei? - Foi involuntário passar os dedos novamente na parte de sua pele onde se encontrava meu nome. - Isso mesmo, você, meu garoto. Eu me apegava ao desejo de te ter comigo e agora finalmente eu tenho, me sinto sortudo.

- Eu te amo. - Soltei e depositei um selinho em seus lábios. - Só senti vontade de falar isso. - Eu ri sem graça e Draco soltou uma risada gostosa.

- Eu também te amo. - Ele disse se remexendo para ficar confortável e eu agarrei seu quadril, o impedindo de se mexer mais.

- Não faça isso. Espere que eu levante, sua bunda está roçando no meu pau e eu estou completamente nu. - Bradei desesperadamente e me afastei para me levantar.

Draco agarrou meu braço. - Eu não preciso ser Dom o tempo todo. Nunca experimentei, mas não me importaria de ser o bottom quando você quiser. - Uma coruja voando em nossa direção me tirou desse momento constrangedor. - Conversamos mais tarde. - Ele disse pegando a carta e me entregando.

- É de Dumbledore. Ele quer nos dizer que temos que ir para Grimmauld Place e entrar na lareira direto para Hogwarts. Albus acha que não demoraremos para ser atacados e seria bom ter algumas pessoas dentro do castelo. - Resumi a carta com minhas próprias palavras, vendo Draco concordar e levantar para buscar sua camisa.

- Eu vou buscar seus pais e nossos amigos, enquanto isso você se veste. Seria bom também mandar uma carta para o velho Dumb confirmando nossa ida e dizendo que não iremos demorar a chegar. - Ele disse já na porta da sala e eu apenas concordei. Busquei minhas roupas, as vesti e logo após conjurei pergaminho.

P.O.V Voldemort

- Como assim não posso colocar ninguém sorrateiramente dentro do castelo?! - Eu vociferei para o Nott e para o Gibbon.

- Mestre, todas as entradas para o castelo foram fechadas! Não sobrou uma sequer. Nossa única opção é entrar pela porta da frente. - Nott me respondeu hesitante e tremendo de medo.

- Aquele velho traidor de sangue ficou esperto demais para o meu gosto! - Gritei lançando um Avada em um dos meus inúteis Comensais. - Mas não importa, mesmo pela porta da frente eu vou vencer, matar um por um aqueles que ousaram me desafiar.

P.O.V Harry James Potter

Hogwarts está lotada, com todas as pessoas que pode-se imaginar. Variados alunos andando em direção as suas comunais, minha família e amigos se direcionando para o Salão Principal, que é onde ficaremos.

Apesar daquele frio na barriga estou extremamente confiante. Afinal, o bem sempre vence, não é mesmo?

- Harry, venha! Estão discutindo as pessoas que irão atrás da horcrux. - A senhora Weasley me alertou apontando para o salão.

- Estou indo, Senhora-

Ela sequer me deixou terminar a frase. - Harry, chega! Não é porque você e a Gina terminaram que você precisa parar de me chamar como gostava! Eu sempre vou te considerar meu filho e caso eu ainda signifique algo perto de uma mãe para você, se sinta à vontade para me chamar como quiser! - Ela disse meio desesperada.

Uma lágrima solitária escorreu. - Me desculpe, maman. Achei que não iria querer que eu te chamasse assim depois de tudo que aconteceu!

- Ah meu bem, nada no mundo é maior do que o amor de uma mãe pelo filho. Independente do que acontecer, eu sempre estarei aqui para te ajudar! - Molly disse carinhosa como sempre e me abraçou.

Me afastei para que pudesse sorrir para ela e fomos encontrar as outras pessoas. - Eu vou! Já disse que não vou ficar aqui parado, quero fazer alguma coisa! - Draco dizia veemente para Dumbledore assim que cheguei.

- O que está havendo aqui? - Perguntei um tanto que confuso.

- Ron e Hermione vão buscar a horcrux, mas o Draco insiste em ir junto. Eles vão levar um frasco pequeno do seu sangue e assim vão conseguir abrir o túmulo dos Gaunt. - Meu pai, Sirius, chegou perto de mim e me esclareceu os acontecimentos.

- Eu tenho razão, isso vocês não podem negar. Duas pessoas contra um número grande de Comensais que tem lá fora é loucura! Deixem pelo menos eu ir junto. - Draco insistia pra todos.

- Concordo com ele, acho que duas pessoas seria pouco contra os Comensais que devem estar guardando a horcrux. - Expressei minha opinião, para o espanto de todos. Mas se renderam e acabaram deixando que Draco fosse junto.

- Vocês saem quando? - Perguntei quando o puxei para um canto.

- Amanhã bem cedo!? Provavelmente. - Ele suspirou. - E obrigado por concordar comigo! Seria perigoso eles irem sozinhos e os adultos, que no caso são os mais poderosos, precisam ficar para proteger a escola do ataque. - Me lançou um pequeno sorriso quando acabou de falar.

- Vai dar tudo certo, amor. - Disse roubando um selinho dele.

- Amor, hm? Gostei. - Draco riu me deixando extremamente envergonhado.

- Quero dizer as instruções! - Dumbledore chamou a atenção de todos. - Vocês precisam descansar! Vamos transfigurar colchões aqui para dormirmos. Caso aconteça algo, estaremos todos reunidos aqui! - Aconteceu um leve burburinho de discordância, mas logo Albus voltou a falar. - Faremos turno nas torres para vigiar possível ataque, então todos podem ficar tranquilos!

Os turnos começaram com Kingsley, Severus, Minerva e Sirius, que insistiu para que Remus dormisse, então ocupou seu posto.

Assim a noite se seguiu, comigo olhando as pessoas pegarem seus turnos e eu não conseguindo dormir de jeito nenhum. Em determinada hora eu acabei levantando, decidi que não adiantaria ir buscar a horcrux se não tivesse como a destruir. Com isso em mente comecei a ir para o banheiro da Murta, mas fui parado no caminho.

- Não acha que vamos deixar você andando por aí sozinho a noite, não é? - George começou agarrando um dos meus ombros.

- Você está ficando velho, mas ainda é nosso irmão mais novo! Vamos lá! - Fred disse já nos puxando na direção que eu seguia.

Entramos na Câmara Secreta e pegamos alguns dentes de Basilisco, nunca se sabe se precisará de mais de um. Depois que saímos de lá nós três concordamos que ninguém conseguiria dormir naquela noite, então resultou em irmos todos para a Torre de Astronomia observar o sol nascer.

Dragão Prateado - DrarryWhere stories live. Discover now