Dead Alive

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Seul, Yongmasan, 23:OO.

– Vamos deixar ele aí mesmo, vai ser difícil alguém encontrá-lo. - Diz o homem que encarava o cadáver no buraco, pronto para ser enterrado de vez naquela enorme montanha.

Os outros rapazes que o acompanhavam, apenas concordaram com seu chefe e logo voltaram ao caminho de suas residências, com cautela para não levantarem nenhuma suspeita.

O1:OO

"Onde eu estou?" Pensava o rapaz não mais vivo, que sentia uma pressão por todo seu corpo e não conseguia nem ao menos abrir os próprios olhos. Aquilo o assustou por completo, será que estava em um tipo de inferno? Uma punição dos Céus? Era o que se passava por sua cabeça.

Criou forças e tentou esticar sua mão para frente, que mesmo com toda aquela terra por cima de si, não o impediu de movê-la para fora e já podendo sentir o vento gélido bater contra sua mão. Não demorou para levantar e sair de dentro da própria tumba, claro que com um pouco de dificuldade.

Ao sair, olhou ao redor, ficando cada vez mais confuso e amedrontado. Seu coração não batia mais, mas sentia como se fosse explodir de tamanha ansiedade. Perguntas não paravam de rodear sua cabeça, queria saber do porquê estar ali. Saiu de seu transe e começou a bater suas roupas que estavam inteiramente sujas de terra, seu blazer que era preto, estava já quase marrom, igual sua calça social.

O rapaz começou a andar em qualquer direção, queria sair dali o mais rápido possível. Mas seus passos eram tão lentos, estava com tanta pressa mas não conseguia correr, aquilo estava o agonizando. Estava tão absorto em seus pensamentos, se xingando mentalmente que nem mesmo viu o tronco de árvore que estava ali no chão. Acabou tropeçando na madeira e rolando morro abaixo, indo em direção ao abismo que o esperava há alguns metros.

Havia acabado de ser enterrado, e agora iria cair de um abismo? Sério? O que Deus tinha contra si? O garoto já estava prestes a cair e estava desesperado, mas não conseguia gritar. Tudo acontecia em câmera lenta para ele. Fechou os olhos não demorou a e sentir o impacto contra suas costas, já estava pronto para começar a agonizar de dor.  Mas por incrível que pareça, nem mesmo sentiu a menor dor possível.

Abriu os olhos sentindo a superfície gélida da pedra que havia caído. Tinha caído de costas, com a cabeça quase virada em 90° graus. Ele estava bem, muito bem, mas não conseguia se mover. Estava em estado de choque, como podia estar "vivo" ainda? E ainda sem sentir dor alguma?

Seul, O9:OO

Lá estava Na Jaemin, trabalhando com seu companheiro WongYukhei (ou apenas Lucas), os dois eram uma dupla onde trabalhavam em uma empresa de jornalismo. Na não era tão popular quanto os outros jornalistas, e sempre era caçoado por sempre se meter em problemas.

Jaemin estava obcecado com um de seus casos, e Yukhei estava cansado daquilo, mas amava ver a alegria de seu amigo a dar progressos.

– Tenho certeza que dessa vez é o cara certo, Lucas! - Na dizia animado enquanto caminhava em uma das  ruas desertas de Seul.

– Não sei, Nana. Dá última vez deu ruim, lembra que você acusou o cara errado e ele te fez pagar quase 100 mil de wones pra ele? ‐ Já Yukhei estava nem um pouco confiante, sabia que não iria encontrar o verdadeiro criminoso.

– Cale a boca, não me desanime, Yukhei! - Pronunciou um pouco aborrecido, estava cansado já daquela história e seu amigo te deixando pra baixo não o ajudava muito.

Que caso era esse? Bem, anos atrás mulheres do bairro em que estavam viviam sendo mortas. Encontradas enforcadas com um pano relativamente fino, como uma meia calça. As vítimas eram estranguladas e jogadas perto de um rio afastado da cidade. As mulheres raptadas sempre estavam usando saia, seja longa ou curta. Na estava louco atrás daquele sujeito, ele era mais como um policial investigador do que um simples jornalista, talvez aquele emprego não era o suficente para ele.

Algumas pessoas já viram o suspeito e até mesmo ajudaram a fazer o rascunho de seu rosto. Ele tinha um rosto relativamente comum, então isso se tornava um pouco mais difícil. Jae estava eufórico e nervoso, estava prestes a tocar a campainha da casa que ficava no final da rua sem saída. Não houve resposta, já estava ficando tristonho e já sabia que teria que dar meia volta e voltar para a agência, e tinha certeza que já o zoariam por ter fracassado novamente.

Quando já estava de costas, ouviu o portão ser aberto e se virou na hora, dando de cara com um rapaz que parecia estar na casa dos 30. Não perdeu tempo e logo se apresentou, já fazendo algumas perguntas para o homem que se chamava Ok Taecyeon, era alto e tinha um belo porte. Não achou que Taecyeon fosse o culpado, já que ele colaborou e ainda ficou disposto para ajudá-lo no caso.

Falou que várias pessoas o confundiam com esse famoso homicida, mas quem o conhecia de verdade, sabia o quão bom homem o Sr.Ok era. Jaemin mentiria se dissesse que não ficou um pouco encantado pelo o mais velho. Trocaram os números antes que Jaemin e Yukhei fossem embora, Jaemin havia perdido novamente, mas ao menos, conheceu alguém novo.

– O que achou do Sr.Ok? Ah, ele é tão bonito, não é? - Na dizia sorrindo todo bobo e saltitante. Já Lucas, revirava os olhos a cada vez que o mais velho falava sobre aquele homem.

– Ele é normal, Jaemin hyung. Agora chega de falar dele, sim? Ele não me cheira nada bem. - O mais novo o olhou com cara feia, se perguntava como podia ter o achado estranho, ele foi um amor com os dois.

Yongmasan, 1O:OO

O homem ainda se encontrava na mesma posição e na mesma pedra, ficou ali a noite inteira pensando. Queria gritar e sair correndo dali, queria entender o que estava acontecendo ali. Se ajeitou para levantar, podia-se ouvir todos os estralos dos seus ossos voltando ao seus devidos lugares. Voltou a andar lentamente por ali, andou por horas e horas até encontrar uma pousada abandonada por ali. Não se importou e entrou pela janela, queria logo um lugar que podia se sentir mais seguro.

Ao andar pela casa, passou em frente a um espelho, podendo ver sua aparência. Obviamente ficou assustado, sua pele estava em um tom claro arroxeado, e suas veias escuras estavam a mostra por quase todo pescoço e mãos. Seus lábios tinha um tom roxo opaco, quase um preto, e seus olhos estavam mais escuros do que nunca. Agora sim tinha quase certeza do que era, era obviamente um zumbi! Deu passos para atrás até bater conta a parede que estava atrás dele e começou a gritar, aquilo era demais para ele. Até mesmo tentava falar, mas só sabia urrar, como uma fera.

"Isso só pode ser um mero sonho, não é?" Pensava o zumbi claramente apavorado, queria acordar logo daquele bentido sonho, ou melhor, pesadelo. Se sentou lentamente ali no chão, nada mais fazia sentido para ele. Não podia correr e não podia falar, por mais que quisesse. Não se lembrava de nada do que havia acontecido, talvez por ter morrido?

E ali ficou por horas e horas pensando, o que poderia fazer?

Meu Detetive Zumbi - NCT Where stories live. Discover now