Last summer, when I bloomed • Jaywon

11. Tu beso es sinónimo de éxtasis

Seu beijo é sinônimo de êxtase.

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ㅡ Já saímos da Itália, mas a Itália não sai de você. Por que continua vendo filmes que se passam lá?

Sentado ao meu lado no ônibus de viagem, Park Jongseong indaga, olhando com interesse para a tela de meu celular, onde há segundos atrás nós havíamos assistido ao final de "Cartas para Julieta", dividindo meu par de fones de ouvido brancos.

ㅡ Eu gosto ㅡ dou de ombros ㅡ Quer assistir outra coisa? Você pode escolher... ㅡ eu lhe entrego o celular.

Ele passa a língua nos lábios, julgando as opções com paciência. Enquanto isso eu apenas avalio seu perfil, que exibe uma expressão focada. Ele está com olheiras leves abaixo dos olhos e sua pele parece ressecada; é como se ele não dormisse bem há dias...

ㅡ Que tal esse aqui? Também se passa na Itália... ㅡ ele enfatiza. Na tela, a capa de "Me chame pelo seu nome" brilha em azul vibrante, com letras amarelas e singulares que chamam bastante minha atenção.

ㅡ Parece bom.

Comecei à ver o filme sem muitas expectativas; apesar dele ter uma estética muito bonita, a trama demorou a mostrar sua forma. Ao meu lado, Jay parecia atento, como se quisesse captar todos os detalhes do longa, que conta a história um garoto que se apaixona por um um homem mais velho que veio passar a temporada mais quente do ano na casa de sua família.

Em dado momento, uma das músicas de fundo me parece familiar; demoro para perceber que se trata da mesma que Jay tocou para mim quando eu lhe pedi há algum tempo ㅡ a música de acordes doces e celestiais que me distrairam de minha dor e que ele dedilhou até que eu pegasse no sono. Faria questão de procurá-la mais tarde para ouvir novamente, apesar da melodia parecer mais bonita quando tocada pelos dedos do mestiço.

Olhei de relance para a palma rosada de Jongseong, pousada sobre sua própria coxa, que já estava encostada na minha há um bom tempo. Mordi e comprimi os lábios diversas vezes, ansioso com aquele toque singelo.

Apesar de estar nervoso, eu queria mais; queria me encostar nele, sentir o calor de seu corpo e aconchegar a cabeça em seu ombro largo, mas meus músculos tremulam e as borboletas agitadas em meu estômago parecem brigar umas com as outras por mais espaço. Pensado bem, só entrelaçar meus dedos nos dele já seria bom o suficiente, mas nem isso eu tenho coragem para fazer.

Seu covarde...

Como se soubesse o que eu estou à pensar, Jay desliza os dedos macios sobre os meus, acarinhando a minha pele de forma discreta enquanto o filme continuava à exibir suas cores quentes na tela do aparelho que seguro com a mão direita, apoiada no colo. Pela visão periférica, notei que o moreno agora já não assistia mais ao longa... ele estava olhando fixamente para mim. Gelei, e não tive coragem para encará-lo de volta, apesar de querer muito fazê-lo. Tive que usar toda a minha coragem para virar a palma para cima, permitindo que nossos dedos se entrelaçassem por completo.

Ao meu lado, o mais velho suspira alto, movendo alguns dos meus fios de cabelo mais longos para frente de meus olhos. Os arrumei apressadamente no lugar, encarando a tela com o máximo de concentração que posso.

Ele está suspirando porque está frustrado? Ele quer que eu o olhe também, é isso?!

Viro o pescoço milimetricamente, encontrando com seu olhar firme assim que o faço. Engasgo, e então o moreno me oferece sua garrafa de água meio cheia, com a mão livre. Agradeço baixinho, voltando à evitar contato visual ㅡ apesar de não ser do meu feitio. Um pouco decepcionado, ele endireita a cabeça, voltando à prestar atenção aos personagens do longa.