I hear a symphony

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Katsuki encarava a face delicada do homem a sua frente, o rosto bonito e sardento tinha feições cansadas, e aparentemente, estava fazendo um grande esforço para se mantar acordado. Bakugou não pode deixar de sorrir, afinal, aquele homem bonito era seu, e em seus braços calorosos, ressoando tranquilamente, estava a sua cria.

— Ele é tão lindo, Kacchan... – a voz serena sussurrou, os olhos verdes brilhavam ao que olhavam cada vez mais cada detalhe do pequeno pacotinho em seu colo.

— Ele me lembra você – disse de volta, se aproximando um pouco mais dos dois.

Um sorriso banguelo se iluminou na face bochechuda do bebê assim que viu a figura do pai. Os olhos tão vermelhos e tão intensos quanto os do alfa brilharam, e os papais de primeira viagem não puderam deixar de sorrir, apreciando a coisa pequena, gorducha e linda que fizeram.

— Descanse um pouco, amor. Daqui a pouco Zion vai acordar, e eu tenho certeza que ele vai querer mamar, ele é um monstrinho! – comentou rindo, fazendo Midoriya dar um sorriso exausto – ainda que fosse largo.

—Zion Bakugou-Midoriya – Izuku disse. – eu gosto como soa – sorriu.

— Eu também.

O bebê enrolado em manta branca foi entregue ao alfa, que o ninhou perfeitamente, acomodando-o com seu cheiro.

— Deixe seu papa descansar, sim? não seja tão carente – a voz que antes gritava com todos e praguejava até a última geração alheia, estava calma, soando quase como um mantra.

A risada fraca de Midoriya foi ouvida.

— Você não pode falar assim do nosso filhote, Kacchan... – bocejou – você é igualzinho... a ele – os olhos verdes de fecharam lentamente, e tão logo, Izuku já estava dormindo tranquilo, pois sabia que sua cria estava segura.

Bakugou sorriu carinhoso, ajeitando melhor o pequeno em um de seus braços. Ele se aproximou do corpo adormecido de seu companheiro e, com um pouquinho de esforço, o cobriu com a mão livre. Após se certificar que seu ômega estava confortável e quentinho, Katsuki se sentou novamente na poltrona de acompanhante ao lado da maca.

— Quer saber como eu conheci o seu papa, pirralho? – ele perguntou, segurando a risada ao ver o sorriso nos lábios banguelos. – você é fofo demais, meu deus. Se seu papai apertar você, não chora pelo amor de Deus! – riu consigo mesmo, ele parecia um idiota. – agora se prepara, eu vou contar uma história que não se parece nada com conto de fadas.

Mesmo que soubesse que o pequeno em seus braços não entendesse nada, Bakugou continuou falando.

— Tudo começou em um dia muito ruim para o seu papai. Tudo tava dando errado, até hoje eu penso que era destino eu conhecer ele, se não, eu tinha morrido de estresse aquele dia mesmo – o filhote não parecia compreender nada, mas mesmo assim, ele continuava sorrindo. – eu tava puto, e atrasado, então eu conheci ele...

3 anos antes

Bakugou andava a passos apressados pelos corredores da universidade. Era o seu primeiro ano, e ele já estava odiando, além de que, a faculdade era um pouco longe da sua casa e isso só piorava tudo. E esse era exatamente o motivo da carranca em sua face.

O alfa de 19 anos nunca teve um dia tão filho da puta quanto hoje. Seu despertador tocou 40 minutos mais tarde que o previsto, faltou energia – o que o fez ir de cabelo molhado para a universidade, coisa que ele odiava. E, para piorar ainda mais, o ônibus que havia pegado quebrou no caminho.

— Dia de merda do caralho – praguejou, passando apressadamente pelo corredor que dava acesso a sua aula.

Mas ele parou. Na verdade, todos os seus sentidos pararam na hora que uma melodia bonita passou a ressoar por seus ouvidos.

uma melodia para dois - bakudekuWhere stories live. Discover now