𝐇𝐎𝐌𝐄𝐌 𝐓𝐎𝐑𝐓𝐎, scooby-doo [EM BREVE]

𔘓 ࣪˖ 𖥻 𝐏𝐑𝐎́𝐋𝐎𝐆𝐎 𓂃 ࣪˖ 𖦹 ‹

ooo. ♯ 𝐇𝐎𝐌𝐄𝐌 𝐓𝐎𝐑𝐓𝐎 . ﾟ✮. ₊˚. (☠️)
━━━ ❪ prólogo ❫ ·˚ ༘ ░ ̥◌୭

❝ adeus, pequeno
stewart! ❞

O PEQUENO RELÓGIO NA PAREDE INDICAVA QUE JÁ PASSAVA DAS DUAS DA MANHÃ. Stewart, que acordara pela segunda vez aquela noite, não conseguia de forma alguma voltar à pegar no sono. No quarto ao lado, seus pais dormiam pesadamente, haviam tido um dia exaustivo no trabalho e precisavam recuperar suas energias. Portanto, ele achou que não haveria problema se descesse da cama e brincasse por alguns minutinhos, apenas o suficiente para se cansar e conseguir voltar a cochilar.

Sentado no confortável tapete que havia no centro do quarto, segurando seu inseparável boneco do Homem de Ferro, ele encenava uma batalha contra um boneco do Venom, que havia ganhado do pai em seu oitavo aniversário, há somente dois meses atrás. Distraído com os brinquedos, ele nem sequer percebeu a janela se abrindo lentamente, fazendo com que uma brisa gélida invadisse o quarto e fizesse todo seu corpo arrepiar.

O garotinho olhou para a janela se questionando sobre ela ter sido deixado aberta, tinha quase certeza que a mãe havia fechado antes de lhe dar um beijo de boa noite, como sempre fazia. Deixando de lado isso e querendo voltar a brincar o mais depressa possível, ele apenas correu para fechá-la. Assim que parou em frente à ela, sentiu seu corpo todo paralisar, mesmo com a escuridão, era possível enxergar uma enorme silhueta que aparentemente estava olhando em sua direção, parada do lado de fora de sua casa, próximo ao balanço. Ele sabia quem era, já havia o visto algumas vezes antes, sempre em seus pesadelos, mas agora parecia mais real que nunca.

Stewart trancou a janela rapidamente e correu de volta para a cama, se escondendo debaixo do edredom. Será que estava sonhando? Poderia ser mais um de seus pesadelos, não? Na esperança de que fosse isso, beliscou seu braço e ao sentir à dor, o pânico começou a dominá-lo. Pensou em correr para o quarto dos pais, mas sabia que eles iriam dizer que era apenas algo de sua imaginação e fazê-lo voltar para o quarto, sem nem ao menos ouvir o que ele tinha para dizer. Teria que enfrentar aquilo sozinho.

Ele permaneceu escondido embaixo do coberto por um certo tempinho, até decidir que aquilo havia sido algo de sua cabeça, como os monstros que viviam debaixo de sua cama que imaginava quando mais novo. Reuniu toda sua pouca coragem e estava prestes à descer da cama para buscar seu boneco, quando as luzes do quarto começaram a piscar lentamente, permaneciam escuras por uns três segundos e voltavam a se acender.

No corredor em frente ao quarto, era possível ver algo se aproximando. A brisa gélida fez seu corpo novamente arrepiar por completo, fazendo-o perceber que a janela havia sido aberta mais uma vez. Stewart encontrava-se agora aterrorizado, não sabia o que fazer, a não ser ficar parado ali, gritando para os pais, que por algum motivo pareciam não ouví-lo

Seus gritos implorando por ajuda cessaram quando aquela música começou a tocar, era como se tivesse ficado mudo, sua voz havia desaparecido. Por algum motivo sabia que não havia nada que pudesse fazer, o homem mau estava ali e iria levá-lo, como sempre tentava fazer em todos os pesadelos que vinha tendo com ele nas últimas duas semanas. O pequeno tentara contar isso para os pais mais de uma vez, mas como sempre, eles acreditaram ser apenas fruto da imaginação do filho. Esse é o maior defeito dos adultos, a maioria deles raramente leva o que uma criança diz a sério.

Assim que a música terminou, tudo voltou ao normal. Aos poucos, ele foi sentindo os movimentos voltarem e tudo o que conseguiu fazer foi voltar para debaixo do edredom, dessa vez virando-se para o lado contrário à porta, não queria se entregar a curiosidade e correr o risco de olhar naquela direção, tinha medo do que poderia encontrar ali.

Outra vez o silêncio reinou por alguns segundos, até ser quebrado pelo barulho de pequenos passos, como os de um camundongo e um perturbador rangir de dentes que fez o garotinho estremecer, parecia estar vindo dos pés de sua cama. Levou algum tempo até que finalmente se rendesse a curiosidade e se ajeitasse ali, se inclinando lentamente para espiar o que ou quem era o responsável pelo barulho. Agachado aos pés de sua cama, com apenas as costas à mostra, encontrava-se a silhueta, a mesma que vira do lado de fora de sua janela minutos atrás.

Em um rápido movimento, a silhueta começou a se mexer, fazendo Stewart se assustar e pular rapidamente para trás, deixando escapar um gritinho de surpresa. Em sua frente, a silhueta foi lentamente tomando forma e se transformando em uma enorme e horrenda criatura. Seu tronco e membros eram bastante longos e finos, como grandes gravetos, ela usava algo semelhante a uma enorme cartola que cobria seus olhos e nariz, era impossível enxergá-los. Seus dentes eram longos e afiados, como os de um animal selvagem, assim como suas unhas, sua pele parecia levemente putrificada e mesmo ainda não tendo o tocado, o garotinho tinha certeza que era gelada e pegajosa.

── Olá pequeno Stewart, é hora de nanar! ── É impossível descrever o quão aterrorizante sua voz e o sorriso em seu rosto, que deixava ã mostra todos seus dentes, eram, certamente seriam capaz de fazer até mesmo o homem mais corajoso do mundo se borrar nas calças.

Não se sabe ao certo o que aconteceu à seguir. Durante o relatório para a polícia os pais do menino alegaram ter ouvido o grito do filho e assim que chegaram no quarto ele não estava mais lá, tudo o que encontraram foi o boneco preferido de Stewart sem uma das pernas e uma pequena foto polaroid completamente escura. A polícia considerava a foto como uma marca registrada do sequestrador, já que também fora encontrada no local dos três outros desaparecimentos.

Como nas outras vezes, dois dias após o desaparecimento, uma parte de um corpo humano foi encontrado às margens do lago. Dessa vez uma perna esquerda, que por coincidência, ou não, era a mesma perna que faltava no boneco.

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