Capítulo 13

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NARRADORA

Carla se encontrava totalmente surpresa. Sua mente lhe mandava se afastar, mas naquele momento seguir sua razão parecia impossível, pois por mais que estivesse com raiva, queria aquele beijo.

Queria muito!

Finalmente a loira para de tentar resistir e cede aos lábios de Arthur. Suas línguas se entrelaçam em um beijo desesperado e as mãos do jogador agarravam com força a cintura fina da esposa enquanto sentia as mãos macias passearem por seu cabelo. Ambos pareciam totalmente alheios a tudo ao redor, e somente quando o ar se fez necessário conseguiram separar seus lábios. Carla permanecia ofegante e surpresa, um milhão de coisas passava por sua mente, à deixando ainda mais confusa do que antes.

P-Por que fez isso?

- Paparazzis!

Sutilmente o loiro aponta para dois homens segurando suas câmeras, fazendo Carla sentir um balde de água fria ser jogado em si.

 O que estava pensando?

Eles não eram um casal de verdade, tudo o que os unia era um contrato e teriam que ser fiéis a ele. Tudo não passava de uma encenação, mas de alguma forma Carla sentia a raiva e decepção apertarem seu coração.

 Por que se sentia assim?

Estava ciente de tudo aquilo quando assinou o contrato, a jovem sempre havia sido responsável e precavida, mas naquele momento sentia todo o controle ser tirado de suas mãos. Um sentimento até então desconhecido se infiltrava em seu coração, e naquele exato momento temia que fosse tarde demais para tirá-lo de dentro de seu peito. As horas começam a se passar como num piscar de olhos, e antes que percebesse Carla já se encontrava afundada em sua cama. A loira suspira frustada e volta seu olhar para o relógio que marcava 03:00 da madrugada. Desde que haviam chegado do jogo nenhuma palavra havia isso trocada entre o casal, mas a jovem ainda podia sentir o gosto dos beijos que haviam sido depositados em lábios e as lembranças de tudo o que havia acontecido naquela noite.

O ciúme, o desejo, o beijo...

"Droga, como as coisas foram chegar à esse ponto?"

A cabeça de Carla parecia dar voltas, mas antes que pudesse tentar dormir mais uma vez, um grito grave e desesperado chama sua atenção à fazendo levantar da cama rapidamente.

- N-Não, solta ela! S-Solta ela!                       
Picoli gritava e se debatia na cama enquanto uma camada fina de suor brilhava em sua pele.  A cada vez os pesadelos se tornavam piores e mais reais, fazendo Arthur sentir suas energias serem roubadas e uma dor enorme se alastrar por seu peito. Devido ao desespero o jogador sentia sua respiração falhar, queria acordar, mas parecia estar preso dentro de si mesmo. Arthur parecia desistir de tentar lutar, quando uma luz parece surgir no fim do túnel e uma mão macia toca seu rosto o fazendo finalmente despertar.

- Calma-Calma, já passou! Eu estou aqui, lindo!

O loiro se encontrava ofegante e atordoado, o ar parecia se negar a voltar para seus pulmões, e depois de muito tempo uma crise de pânico toma conta de si, deixando Carla completamente desesperada. A loira tentava de todo jeito acalma-lo, e sem saber mais o que fazer Carla senta no colo do marido e segura em seu rosto.

- Olha pra mim! Arthur, olha pra mim e respira fundo! Eu estou com você, estou aqui, respira...isso...já passou!

A jovem acaricia o rosto do marido e suspira aliviada ao ver que o mesmo aos poucos passava a se acalmar, recobrando novamente os sentidos e não demorando a desabar no abraço da esposa. Naquele momento ambos não precisavam dizer absolutamente nada. Carla havia ficado desesperada ao ver Arthur daquela forma, mas agora tudo o que ambos queriam era permanecer nos braços um do outro até que aquela crise não passasse de um susto distante.

[...]

A loira sente uma luz tocar seu rosto e abre os olhos se deparando com a imagem tranquila de Arthur à sua frente. Lentamente Carla se ajeita na cadeira ao lado da cama e sente algumas pontadas de dor atingirem sua coluna. Havia resistido ao sono até vê-lo dormir, e sem que percebesse havia se rendido ao cansaço antes de voltar para seu quarto. A jovem se levanta da cadeira e se aproxima do corpo másculo e forte do marido, se atendo aos traços de seu rosto. Sem conseguir resistir Carla se aproxima ainda mais e guia suas mãos até a face de Picoli, não escondendo sua surpresa ao sentir a pele do jogador queimar sob a sua.

- Arthur, vamos...acorda!

Rapidamente a jovem passa as mãos pelo cabelo do marido e começa a tentar desperta-lo, o vendo abrir os olhos logo em seguida.

O que aconteceu? Minha cabeça está doendo...

Picoli sussurra sentindo sua cabeça latejar e não demora a sentir o toque de Carla mais uma vez em sua testa.

Você está ardendo em febre. Vem, você precisa de um banho urgente!

Sentindo seu corpo totalmente dolorido o loiro levanta com a ajuda de Carla e logo ambos caminham em direção ao banheiro. Devido as dores que Picoli sentia, a jovem começa a despir o corpo do jogador até que lhe restasse apenas a cueca. Estava preocupada, mas isso não a fazia deseja-lo menos. Há cada toque Arthur sentia sua pele se arrepiar, e assim que a jovem se virar para deixá-lo tomar banho o loiro segura sua mão, a fazendo se virar novamente para ele.

Por que está cuidando de mim?

Arthur questiona com uma sombrancelha arqueada e continua a encarar a mulher à sua frente. Nunca havia sido cuidado daquela forma, e ao sentir toda a preocupação de Carla sobre si, algo novo se fortalecia em seu coração.

"Afinal, ela se importava tanto assim?" 

Carla o encara por mais alguns segundos e responde antes de sair, deixando um Arthur totalmente surpreso para trás.

- Porque sou sua esposa!

Ainda sentindo seu coração bater estranhamente acelerado Arthur toma um banho rápido, e após muito esforço consegue vestir uma calça moletom. Todo seu corpo doía, e assim que abre a porta do banheiro o loiro vê Carla caminhar em sua direção, lhe ajudando a deitar na cama. Os lençóis haviam sido trocados e o cheiro delicioso de sopa invade suas narinas, o fazendo notar finalmente o prato ao seu lado.

- Fiz uma sopa, vai fazer você se sentir melhor!

 A loira declara levando uma colher do alimento até a boca de Arthur. Durante toda a refeição seus olhares permanecem grudados, fazendo ambos sentirem um calor intenso se apossar de seus corações. Após terminar a sopa a jovem segura em mãos um comprimido e entrega à Arthur, o ajudando a voltar a deitar na cama antes de sentir o toque do jogador em suas mãos.

 - Obrigado...por tudo!

Carla sorri levemente e acaricia a barba do marido.

- Descansa, tá?! Qualquer coisa me chama!

A jovem sussurra e sai do quarto sentindo o olhar de Arthur sobre si antes do jogador ceder ao cansaço e voltar a dormir. As horas se passavam rapidamente e antes que Carla percebesse já começava a anoitecer. Havia passado o dia todo cuidando do marido e por mais que fosse estranho, se sentia totalmente à vontade com aquilo. Sempre havia cuidado de Pocah com todas as suas forças, afinal ela era sua única família. Mas naquele momento sentia a mesma necessidade de cuidar do homem à sua frente. A relação de ambos havia começado da pior forma possível...

Mas será que as coisas estavam 
começando a mudar?

Será que Pocah estava certa?

Será que todas as brigas, ciúmes, carinhos e cuidados haviam a levado para um lugar de onde não poderia mais fugir?

Pela primeira vez, estava realmente 
se apaixonando?

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Quem mais está curiosa para saber qual é o passado do Arthur?
Quando será que esses dois vão perceber que já estão apaixonados? 🤔
Comentemmmmm!!!

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