O Contrato - Carthur

Capítulo 14

ALGUNS DIAS DEPOIS

ARTHUR

Chuto a bola em direção à rede e sorrio satisfeito ao marcar mais um gol. Alguns dias já haviam se passado e de alguma forma eu me sentia totalmente inspirado. Minha relação com Carla havia melhorado de forma considerável, e lembrar de como ela cuidou de mim quando estive doente, aquecia meu coração de forma surpreendente. Sem conseguir controlar, meus pensamentos me levam até seu sorriso, seus olhos, seu corpo, sua risada, suas mãos macias, e a forma como me irritava e me acalmava no mesmo instante. Carla era sem sombra de dúvidas uma pessoa especial, não havia ninguém como ela, e começar a pensar assim passava a me assustar ainda mais.

Afinal, que droga estava acontecendo com meu coração, e por que ele bate tão rápido quando ela está por perto?

NARRADORA

Ouvindo o apito sinalizar o final do treino Arthur se despede de seu time e toma um banho rápido, se apressando para chegar em casa o quanto antes. Antigamente o jogador costumava passar grande parte do seu tempo na rua, mas saber que Carla estaria lá quando ele chegasse, o fazia estranhamente querer voltar o mais rápido possível para casa.
O tempo continua a se passar rapidamente e em um piscar de olhos Picoli abre a porta do apartamento, não contendo seu sorriso ao ouvir o som da gargalhada de Carla vir da cozinha. Rapidamente o loiro caminha até o cômodo, não demorando a sentir uma raiva descomunal se apossar de si ao ver que a esposa não estava sozinha. Havia farinha de trigo por todos os lados enquanto o cheiro de bolo no forno exalava pelo lugar e Carla gargalhava na medida em que sentia as mãos de Ronan lhe atacarem com milhares de cócegas. Ambos estavam totalmente sujos, e sem perceber a presença de Arthur, continuam entretidos em seu próprio mundo. O agente e melhor amigo de picolé havia chegado à procura do jogador, e ao encontrar só Carla em casa decidiu ficar para esperar Arthur, o que rendeu altas conversas e risos. Mesmo quando eram chefe e funcionária sempre tiverem uma boa relação, mas ali, enquanto se conheciam mais, sentiam que poderiam ser realmente grandes amigos. A jovem havia tido a ideia de preparar um bolo para quando Picoli chegasse, mas com a ajuda de Ronan a cozinha havia se tornado uma zona de guerra. Sentiam um forte laço crescer entre ambos, eram amigos, mas por azar do destino nem todos acreditariam nisso.

- Estou atrapalhando alguma coisa?

Arthur questiona com a voz grave e os braços cruzados, chamando finalmente a atenção de Carla e de Ronan que não demoram a observa-lo com surpresa.

- Claro que não, estávamos fazend...

Picoli interrompe.

- O que está fazendo aqui, Ronan?

- Esperando você, ué! Como você ainda não tinha chegado eu e a Carla...

Arthur interrompe novamente.

- Decidiram ficar flertando na minha própria casa.

- O QUÊ?

- Ei ei, você tá pensando tudo errado!

- Ah, estou pensando errado? Acho que vi muito bem você com as mãos na minha mulher!

Arthur declara totalmente irritado e não demora a ver Ronan lhe encarar antes de cair na risada.

- E-Espera aí, você está com ciúmes?? 

"SIM!"

O jogador estava morrendo de ciúmes, mas nunca confessaria aquilo.

- Eu? Não tenho motivos para ter ciúmes, isso é apenas um contrato...n-não me importo! Só não esperava que você fosse tão baixa a ponto de ficar logo com o meu melhor amigo.