Capítulo 21. A angustia sintomática.

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O Range Rover estacionou de frente à uma casa de dois andares. Algumas decorações iluminam, ornamentam e dão claridade ao pequeno jardim de frente à residência da mãe de Evelyn, ao norte de Inverness.

Evelyn torceu o corpo para sua esquerda virando-se para Harry ao seu lado e quando olhou atentamente nos olhos de seu filho, foi ferida pelo semblante dramaticamente devastado que o rapaz expõe.

Seu lado materno lhe veio à tona despertando um sofrimento agonizante em vê-lo naquele estado.

Conteve-se em não deixar a tristeza lhe escapar pelos olhos.

Evelyn sempre tivera notório protagonismo em muitos dos assuntos familiares, no entanto, nada se compara a tudo que "suas costas" estão e terão que suportar pelos últimos eventos críticos que impactou fortemente sua nova realidade.

Levou seu olhar para fora do veículo; precisou de uns poucos segundos para se fortalecer internamente antes de entrar na casa de seus pais.
O fato dela estar ali para deixar seu filho não é o que lhe martiriza e sim que o feito será indefinido.
Avistou à janela no segundo andar da casa, a mesma que areja o quarto de seus pais. Tornou a olhar seu filho e a marca em seu pescoço voltou a lhe a chamar atenção.

- Se seus avós perguntarem sobre o motivo da briga - disse ela corroborando com a ideia dada por ele mesmo à pouco -, diga que você foi defender uma moça que o namorado estava agredindo num bar por aí.

- Mãe, fique aqui também. - indagou numa feição preocupada.

- Não vamos discutir sobre isso de novo.

Harry virou sua cabeça para o lado oposto, escondendo seu rosto melancólico.

- Harry, meu filho amado - ele voltou a olhá-la expressando tristeza -, eu entendo sua preocupação e eu torno a lhe dizer que eu conheço seu pai e sei lidar com ele.

Evelyn inclinou seu corpo para a frente e o abraçou.

- Vamos entrar, seus irmão devem estar eufóricos à espera da gente... Ah - enfatizou - não conte nada a eles sobre seu pai, quando for a hora para isso eu mesma o farei.

Harry consentiu com a cabeça.

Saíram do veículo e caminharam em direção à porta de entrada, no meio do jardim, o detector de movimentos acendeu a luz da varanda, logo, a porta se abriu antes mesmo de tocarem a campainha e a mãe de Evelyn, uma senhora de sessenta e oito anos, apareceu como se esperando estivera.

- Até que enfim! - exclamou a senhora em tom de alegria com um sorriso expressivo em seu rosto.

O casal irmão de Harry surgiram por detrás da avó e agarram a mãe contentes e eufóricos. Deixaram claro que o fim de semana sem eles fora de muita saudade.

Em meio aos afagos de seus filhos mais jovens, Evelyn lançou a clássica pergunta de toda mãe quando deixa os filhos nos avós:

- Se comportaram bem por aqui, mãe?

- Ah sim! Sabe que eles são meus anjinhos.

Entraram.

- Vamos embora agora mamãe? - perguntou Maya.

Evelyn olhou para sua mãe exibindo o olhar no qual a pergunta está explícita "vamos jantar aqui"?

- Onde está Jonathan? - perguntou a senhora.

- Ficou em casa - respondeu desviando o olhar para um lugar não específico -, não está se sentindo bem.

O feito introvertido de Evelyn fez sua mãe perceber que algo de errado está camuflado dentre os dois recém-chegados.

Ciclo do Lobisomem. 《Concluído》Onde histórias criam vida. Descubra agora