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   Uma risada escapou por entre seus lábios ao escutar o que o homem de cabelos ruivos havia dito, arregalou os olhos tentando recuperar o ar que havia sumido de seus pulmões, ele tinha um sorriso divertido em lábios enquanto levava a taça de vinho tinto até sua boca bebericando devagar, deu de ombros, você respirou fundo antes de arquear uma das sobrancelhas, apoiou os cotovelos sobre a mesa descansando o queixo na palma da mão, sorriu surpresa encarando o homem a sua frente.

   — Como assim você está sendo processado por quebrar o nariz de um modelo?

   Indagou completamente incrédula, levou uma das mãos até a taça transparente bebericando o líquido quase que vermelho com cuidado, a volteou a superfície de madeira, cerrou os olhos quase como se quisesse adivinhar o que havia acontecido para que chegasse á aquele ponto, Shoyo não parecia o tipo de pessoa que partia direto para a violência, ele suspirou pesadamente antes de passar a destra sobre a nuca, respirou fundo.

   — Eu estava em uma boate com uma amiga, saí de perto por uma fração de segundos para buscar bebidas e quando eu voltei ele estava praticamente a empurrando contra a parede e agarrando a bunda dela, no impulso acabei socando o rosto dele — o ruivo murmurou com a voz baixa quase como se sentisse completamente arrependido, suspirou, você o encarou com atenção —, depois que eu vi quem era meu sangue gelou, já havíamos jogados juntos uma vez quando eu era mais novo, me lembrei para onde ele havia começado a trabalhar.

   Você encolheu os ombros levando a taça até os lábios mais uma vez.

   — Para qual empresa ele trabalha?

   Indagou de modo despreocupado, não poderia ser tão ruim assim, se a empresa fosse pequena o processo não passaria dos sete mil reais, Shoyo respirou fundo.

   — Brioni.

   Você se engasgou com o vinho ao escutar suas palavras, tossiu de modo desesperado pousando a taça contra a mesa, levou os olhos assustados em direção ao ruivo, entreabriu os lábios manchados de vinho sem saber muito bem o que dizer.

   — A Brioni?!

   Exclamou sentindo que seus olhos cairiam da cavidade de seu rosto, Shoyo prensou os lábios antes de concordar com a cabeça, pousou as mãos sobre os fios ruivos os bagunçado de modo nervoso quase como se estivesse a um passo de surtar ali mesmo.

   — A empresa disse que eu tenho que responder por danos morais e pagar uma indenização já que ele usa o rosto dele para trabalhar, e as despesas médicas com produtos e tudo mais, mas bem, eu vi em minhas economias e eu tenho o dinheiro guardado mas eu não quero gastar com isso, está errado, ele assediou a minha amiga, eu só defendi ela.

   Ele murmurou de modo decidido, respirou fundo, ele não tinha a mínima chance de ganhar aquele caso a não ser que entrasse com uma denúncia de assédio, você passou os dedos pelos cabelos os colocando para trás.

   — Quanto eles querem que você pague?

   — Quarenta e sete mil euros, na moeda japonesa sairia por Seis milhões e alguma coisa ienes.

   Você arregalou os olhos, era muito pior do que julgava ser possível, respirou fundo, se aquele era o valor da indenização se ganhasse o caso significava que seu pagamento também seria alto, sem contar na repercussão que aquilo traria para o seu nome e carreira, seria requisitada, prensou os lábios de modo pensativo antes de concordar com a cabeça, já havia terminado todos os seus casos no Brasil como advogada particular, fixou os olhos no rosto do ruivo.

   — Eu vou representar você, mas eu não posso simplesmente viajar para o Japão e deixar a minha filha sozinha aqui, minhas amigas trabalham e o Oikawa mora na Argentina.

   Disse séria, Hinata sorriu aliviado, concordou com a cabeça por fim antes de encolher os ombros.

   — Ela pode ir junto com a gente, não se preocupe, se dermos sorte o caso não vai demorar muito tempo.

   Ele murmurou de modo gentil, você engoliu em seco antes de assentir por fim, pousou as mãos sobre a mesa.

   — Mas eu tenho algumas exigências.

   Shoyo concordou com a cabeça devagar enquanto segurava a taça por entre seus dedos a balançando suavemente girando o líquido em seu interior, levou os olhos castanhos em sua direção, sorriu fraco antes de correr o olhar por seu rosto em direção aos seus ombros desnudos, você engoliu em seco remexendo o corpo de maneira inquieta sobre o banco de veludo; o homem bebericou o vinho sem tirar os olhos de você, afastou a taça antes de umedecer os lábios com a língua, sentiu seu corpo esquentar levemente, desviou o olhar.

   — Pode dizer.

   Ele murmurou por fim, a voz rouca se fazendo presente, você suspirou antes de voltear os olhos até o homem, sentia suas bochechas quentes, entreabriu os lábios.

   — Você vai providenciar um lugar para nós duas e alguém para cuidar dela quando estivermos em uma audiência.

   — Por mim tudo bem, mais alguma coisa?

   Shoyo indagou com a voz baixa, curvou o corpo suavemente sobre a mesa lhe encarando ali, ele correu os olhos em direção aos seus lábios antes de os voltear para o seu rosto, você suspirou trêmula sentindo sua garganta seca, apertou as unhas contra as palmas das mãos, desviou o olhar.

   — Não quero me envolver nem sexualmente ou emocionalmente com você, quero que nossa relação seja unicamente profissional, se tem algum pensamento do tipo o esqueça.

   Disse por fim, ele sorriu, cutucou a bochecha com a ponta da língua antes de assentir por fim, levou a mão em sua direção a estendendo ali quase como se pedisse para que a apertasse como uma espécie de combinado, você suspirou pesadamente levando a mão em direção a dele a tocando com cuidado, o homem apertou sua mão quase que de imediato a puxando para frente, você arfou baixinho sentindo seu corpo ter um impulso para a frente, arregalou os olhos encarando o homem do outro lado da mesa, respirou de modo pesada o sentindo acariciar as costas de sua mão com o polegar.

   — Temos um trato, mocinha.



𝐓𝐄 𝐕𝐈 𝐍𝐀 𝐑𝐔𝐀 𝐎𝐍𝐓𝐄𝐌 ; hinata shoyoWhere stories live. Discover now