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   Faziam horas que Shoyo não saía do quarto, estava trancafiado desde que voltaram para casa, você sentia que a qualquer momento seu coração sairia pela boca, estava simplesmente ansiosa demais, nervosa demais, inquieta demais e... culpada demais. Os olhos castanhos de Orie corriam de um lado para o outro lhe observando andara até os cantos dos quartos sem parar, seus pés cobertos pelas meias felpudas simplesmente não paravam sobre o chão amadeirado, mordia a unha de seu dedão de maneira nervosa, respirou fundo, seus olhos caíram sobre a garota de cachos ruivos, ela andou em passos curtos em sua direção.

   — Mamãe tá bem? 

   A garota perguntou com a voz levemente preocupada, você respirou fundo antes de concordar com a cabeça, se agachou contra o chão até ficar da mesma altura que Aurora, suspirou pesadamente antes de forçar um sorriso em lábios.

   — A mamãe está bem, meu amor, não precisa ficar preocupada, vai lá brincar, está bem? — murmurou com a voz baixa, a garota sorriu antes de concordar com a cabeça prestes a sair, você respirou fundo antes de agarrar o braço da ruivinha com cuidado lhe segurando ali, ela levou os olhos castanhos em sua direção — Na verdade, eu posso conversar com você? Eu preciso conversar com alguém.

   Disse com a voz embargada, nem ao menos soube como ou quando aconteceu mas simplesmente começou a chorar, sentiu lágrimas quentes correndo por suas bochechas, estava cansada demais, confusa demais e esgotada demais, não sabia como lidar com aquilo, pensava que estaria protegendo Aurora se privasse ela do pai mas no fim apenas estava querendo proteger a si mesma, e no fim... havia apenas machucado Shoyo.

   — Não chora, mamãe, pode falar comigo — ela murmurou com a voz baixa antes de levar a mão pequena em direção ao seu rosto limpando suas lágrimas de modo atrapalhado, se sentou sobre suas pernas passando os braços pequenos ao redor de seu pescoço lhe abraçando com força —, a mamãe tá triste?

   — Eu... fiz uma coisa ruim, Orie, eu deixei alguém triste.

   Você disse por fim com a voz quebradiça abraçando de maneira firme o corpo pequeno da menina por entre seus braços, ela suspirou levando uma das mãos em direção ao seu cabelo fazendo um carinho suave.

   — Então é só pedir desculpas.

   A menina balbuciou como se fosse simples, você riu baixinho antes de concordar com a cabeça afastando o corpo de Orie do seu, levou a mão em direção aos próprios olhos os secando, respirou fundo antes de voltear a atenção para a garota de cabelos ruivos, conversou com ela da maneira mais clara o possível sobre Shoyo e sobre o fato dela ter um pai, talvez por ser pequena demais mas ela apenas aceitou de modo tão fácil que lhe deixou surpresa, você riu baixinho deixando um beijo suave contra a testa da garota pedindo para que ela esperasse ali, se levantou deixando o quarto andando até a porta do ruivo, bateu na porta diversas vezes.

   — Shoyo, você pode abrir a porta? Está aí dentro à horas, você precisa comer alguma coisa... por favor? 

   Pediu elevando a voz para que pudesse se fazer presente contra a porta amadeirada, engoliu em seco esperando uma resposta qualquer.

   — Eu não estou com fome, me deixe sozinho, por favor.

   Ele disse, a voz abafada pela porta, você respirou fundo sem saber muito bem o que dizer, encolheu os ombros, seus lábios tremeram de leve, recostou a testa contra a porta.

   — Sho, vamos conversar, por favor, você sabe que nós precisamos conversar, a Orie quer conversar também — murmurou de maneira trêmula, ele continuou em silêncio, você bufou antes de bater na porta mais forte —, Hinata Shoyo, abra esta porta imediatamente e vá conversar com a sua filha, não precisa nem olhar na minha cara se quiser, mas não ignore ela!

𝐓𝐄 𝐕𝐈 𝐍𝐀 𝐑𝐔𝐀 𝐎𝐍𝐓𝐄𝐌 ; hinata shoyoWhere stories live. Discover now