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Raoul estava hospedado em um hotel em Londres, tinha recebido informações sobre todos que estavam atrás dele. Achava aquilo patético, sempre ele era absorvido de qualquer acusação.
Ele tinha seus meios, tinha informações únicas e não pensava muito em soltá-las.

" Eles acham que ameaçando meia dúzia de pessoas, poderão me derrubar. Que patético."

O visconde observou pela janela a movimentação da rua, ele nunca gostou de Londres, certamente aquele lugar era um dos piores de se viver.
Recordava sua infância em Paris, tinha tudo que pedia de seu pai, nunca pode passar muito tempo com sua mãe, já que foi muito jovem mandado para um colégio interno.

Suas férias eram para ficar com seu pai que visitava seus negócios e sempre tinha problemas a serem resolvidos. Desde jovem soube que os Chagney eram respeitados e temidos por todos, pode sentir aquele poder nas diversas vezes que via diversas pessoas desesperadas pedindo por misericórdia, e sempre eram destruídas por seu pai.

Aquilo o animava, era fascinante ver como seu nome era conhecido e podia fazer o que bem queria durante sua estadia no colégio, pode iniciar sua caminhada no mundo sombrio e violento num fatídico dia em que seu colega de quarto o insultou, ridículo garoto, só porque ele não quis entregar as respostas para o teste, ficou o xingando e ousou desafiar Raoul.

Era inquestionável que aquele garoto iria acordar no outro dia sem poder respirar, Raoul tinha o amarrado e dado alguns relaxantes musculares ao menino e ao vê-lo despertar, colocou uma sacola em sua cabeça e o sufocou até a morte.

Raoul pode sair dessa com a ajuda de seu pai, aquela foi sua primeira tentativa de se opor, e tinha dado certo, ninguém o julgava, porém tinham medo do menino que passou o restante de seu ano letivo sendo servido pelos garotos, poderia ver o medo em seus olhos e aquilo o animava.

Frequentemente Raoul observava Cecile nas reuniões de negócios que eram feitas em Londres, aquela garota era estranha, toda vez que ele estava em Londres Cecile acompanhava o pai nas reuniões.

Raoul ficou curioso em conhecer a jovem, mas nunca a chamou para sair, apenas quando estavam em baile em Paris que o garoto decidiu que iria brincar com a menina.

" Vai ser fácil, todas as meninas da escola sempre se oferecem de companhia a mim. Ela não será diferente"

O homem estava relembrando quando pode sentir a respiração ofegante de Cecile próximo a ele. Não era assim que ele planejava que seria, todas as meninas caiam em sua lábia, todas gostavam de como ele as tratavam. Mas Cecile era diferente, aquela peste tinha o mordido e depois corrido dele.

Tudo aquilo o fez ficar mais obsessivo, queria Cecile e a teria. Pode se unir a seu pai naquela madrugada, iriam provocar um acidente e ambas iriam desaparecer, seria tranquilo, mas ninguém contava com a chuva que piorou as estradas e o carro capotou.

Raoul se frustrou, queria Cecile, mas agora via apenas o carro em chamas, seu pai tinha uma expressão indiferente, aquilo era um mero capricho, se não tinha dado certo, certamente não iria sofrer.

Raoul olhou pela última vez o carro em chamas e foi embora com seu pai. Logo depois, conhecerá Christine. A jovem soprano que encantava com seu canto angelical, sentiu novamente aquilo que sentia ao ver Cecile, queria tê-la, mantê-la para ele.

Durante todos aqueles anos, Raoul nunca entendeu o motivo de Christine o trocar por alguém tão insignificante. Tentava controlar sua raiva, mesmo assim, aquilo o perseguia.
Só assim, pode entender que para se livrar daquele seu tormento, deveria matar Christine, como Cecile que para ele estava morta, tudo iria retornar ao normal quando Christine morresse.

Mesmo tentando se aproximar de Christine o visconde não pode ter aquele amor da mulher mais linda que ele virá para ele, sabia que tinha dado todas as oportunidades para a jovem que o negou em todos os encontros que o homem ainda forçava, sem sucesso Raoul planejou aquele ataque, iria acabar com Christine e com aquele monstro que vivia entre o esgoto do Opera.

Era raro deixar alguém vivo no que ele se esforçava em fazer, mas, para Raoul, Erik era apenas um animal, e queria vê-lo sofrer trancada em uma jaula. Procurou por seu fiel amigo Persa e Meg, mas aqueles dois tinham sumido, era tolerável saber que pelo menos Erik estava preso e nunca iria retornar.

O que foi terrível saber que seu pior inimigo, estava solto e com a jovem que ele era obcecado, Cecile era uma jovem misteriosa e cheia de surpresas, aquilo retornou à ele, aquele obsessão e a cada dia que passava, Raoul queria acabar de vez com Erik e ter Cecile consigo.

"Ela acha que é minha irmã, isso pode ser usado quando eu a tiver ... pobrezinha, sua mãe era uma vadia, tinha engravidado de outro homem depois de ter fugido de meu pai, que a tratava com tanto carinho".

Raoul sorria ao saber que poderia amansar Cecile, iria usar o seu testamento contra ela mesma, se ela queria tanto ser dona de tudo, era uma estupidez deixar Erik como o único herdeiro da família.

"Uma simples denuncia, pode levar Erik à cadeia ... e logo ela vai ter uma surpresa, será uma troca, a liberdade de seu amado marido em troca, ela seria minha, uma separação e depois ... irei matar aquele bastardo!"

O tempo passou, dentro do quarto Raoul tramava seus próximos passos, queria resolver aquilo antes de ver Cecile com uma barriga de gravida, aquele filho nunca iria nascer, Erik iria morrer e ele finalmente teria o que ele tanto desejou por anos. 

Me liberteWhere stories live. Discover now