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A cerimônia religiosa foi concluída, com o espanto do sacerdote que foi facilmente enganado pela atuação de Erik e Cecile.

Já o advogado da família, Toby Jones, não estava nada satisfeito com aquela situação.

- Senhorita Cecile, eu como advogado da família, vejo essa situação muito estranha. Quem é esse senhor? E... Por que uma cerimônia tão rápida?

- Não me faça perguntas, estamos casados diante Deus e agora só preciso assinar esse papel e aquela cláusula infeliz, será extinta.

- Sim, mas... eu entendo que o testamento teve alguns pontos ruins..., mas a senhorita está realmente certa, que você quer isso? Se você assinar, passará tudo que possuí para esse senhor. Toby olhou rápido para Erik, que fingiu não perceber.

- Sim ... eu compreendo. Não precisa se preocupar, prontinho. Hum... Cecile Belfond Destler... não ficou ruim, até que combinou. A jovem olhou para o documento, já estava feito.

Erik assinou o documento também, aquilo daria a ele total poder de tudo que a família Belfond possuía, e não era pouco. Fábricas, títulos e propriedades, tudo aquilo era dele.

" Eu... Nem preciso de dinheiro, eu tenho em Paris, ou melhor acho que ainda possuo"

Cecile tentou acalmar o advogado, e o dispensou, relutante a isso o senhor apenas foi embora.

- Senhorita!! O bolo!! Uma das empregadas surgiu radiante, com o bolo decorado.

A jovem apenas sorriu ao ver que o bolo tinha sido decorado com diversas flores, e até que estava bonito mesmo sendo feito às pressas.

- Ah... Sim. O bolo. Está muito bonito, agradeço a todos que ajudaram a preparar isso... eu sei, que não foi algo muito comum. Mas... vocês são queridos por mim... mesmo, eu sendo uma chata as vezes. Cecile olhou para cada empregado e sorriu.

Erik ficou próximo a jovem, percebeu que ela era boa, mesmo com um comportamento um pouco rude as vezes.

- Certo. Erik, você me ajuda aqui? A jovem pegou a faca para cortar o bolo.

Ambos cortaram o bolo, para a alegria de todos ali presentes, se não fosse pela mentira que era aquele casal, passaria muito bem por uma verdadeira união.

- Senhorita, posso lhe dizer algo? A empregada mais jovem, uma garota de cabelos ruivos cheia de sardas estava admirada por ver aqueles dois juntos.

- Sim, vá em frente.

- A senhorita E o senhor, fazem um casal muito bonito. Vocês têm uma química, que nossa... dá para ver nos seus olhos. A garota de olhos brilhantes e sonhadores cumprimentou os dois e se retirou.

Cecile ficou perplexa, seria tão perfeito a atuação de ambos, que passava por um casal de verdade? Com o comentário da garota, fez com que seu rosto ardesse, ficando com calor.

- Que garota mais gentil, vejo que fizemos um ótimo trabalho. Erik percebeu a mudança de humor de Cecile e seu rosto vermelho e se aproximou.

- Por que você está vermelha? Nem calor está.

- Eu?! Que? Não me encha. Toma. Coma! Cecile ficou sem graça e empurrou para as mãos do homem um prato com bolo.

- Nossa, estamos tendo nossa primeira briga de casal? Isso foi rápido... Erik provocou a jovem, que saiu da sala.

Cecile respirou fundo, tudo aquilo era uma loucura. Mas, era o certo.

" Eu precisava me casar, e.... Bem, me casei. Muito melhor do que ter que aguentar aqueles esnobes que viviam me enchendo, além disso evitei..." A jovem se perdeu no pensamento com a entrada de sua empregada pessoal no quarto.

- Senhorita. Que bom que te encontrei. Fico tão feliz por você ter se casado. E bem, agora que estamos sozinhas, eu acho que seria propício falar para você, sobre... A noite de núpcias. A senhora se sentou perto da jovem.

- Que? Ah... na verdade, não há necessidade... eu...eu.... Você sabe, Leslie se casou antes de mim, e ela me contou sobre... essas coisas.

Cecile estava mentindo, sua amiga nunca contou nada sobre aquilo, além dos livros eróticos que a amiga emprestava, Cecile nunca gostou de saber sobre a vida intima do casal de amigos pois era muito discreta e não tinha curiosidade sobre aquele assunto.

- Oh, sim. Leslie, que bom que a senhorita está já ciente do que irá acontecer. Sinto muito que sua mãe não pode fazer parte desse momento, eu sinto muito a falta dela.

- Eu...eu também. Mas não se preocupe. Eu ficarei bem.

A senhora se despediu da jovem, e se retirou. Cecile por outro lado, ficou pensando sobre a sua primeira noite de casados.

" É uma atuação, não iremos chegar a fazer nada além de atuar. Não... Ele não faria nada a ela, não é?"

Erik olhou para o relógio, já era tarde e viu os empregados saírem um por um. Cecile deveria ter dispensados todos por hoje.

Subindo as escadas, parou em frente ao quarto da jovem. Que estava sentada ainda com o vestido de noiva, olhando para o horizonte.

- Ah... Boa noite, Cecile.

O homem ia virar de costas para ir para seu quarto, quando a jovem falou nervosa.

- Você... ah, você vai dormir aqui de agora em diante.

- Ah... eu acho que nossa atuação é apenas quando há pessoas presentes, não é necessário...

- Cala a boca, você acha que os empregados iriam ficar quietos ao ver que dormimos em quartos separados?

- Isso... não é necessário, mesmo... sua reputação, senhorita.

- Que? Você está citando minha reputação? Erik, por Deus estamos casados, é normal dormirmos juntos, um casal transa. Sabia? O que iria acontecer com minha reputação??

Erik se assustou, ela estava querendo... transar com ele?

- E ... você só irá dormir na mesma cama que eu. Não ligue sobre o que disse, eu me referia que casais verdadeiros, fazem essas coisas.

- Uma senhorita não é comum ter esse tipo de vocabulário. E mesmo assim... Eu acho isso muito...

- Você tem nojo de mim? Por causa de minha perna? Se você quiser eu durmo com ela. Não precisa você prestar atenção.

- Que? Nojo? Claro que não. Cecile, você pode fazer o que bem entende. Não vou lhe trair a confiança.

Erik se aproximou de Cecile, que estava cabisbaixa. Até um homem como ele, tinha nojo dela, o que seria se todos soubessem de seu problema.

- Hey, não se preocupe. Eu vou dormir com você. Mas não fique assim por conta disso.

O homem se sentou próximo da jovem. Cecile estava prestes a chorar, e assim o fez, repousando sua cabeça no peito do homem de repente.

- Eu... nada disso iria acontecer se meu pai estivesse comigo, eu sinto tanta saudade dele. Erik, eu... não entendo por que todos me deixam...

Cecile não era uma jovem que se expressava para outras pessoas, mas aquele momento fez com que ela caísse em lagrimas no peito de um completo estranho.

- Pronto, pronto... já passou. Sinto muito por suas perdas. Erik relutou, mas confortou a jovem.

Cecile se afastou, e foi para o banheiro. Estava cansada, queria apenas descansar.

Me liberteWhere stories live. Discover now