Capítulo 47

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"Quando duas pessoas se amam, elas não se dominam, nem se submetem. Apenas se completam."

Kakashi

Ao sair do carro, senti o vento gélido da madrugada bater contra nós, passei meu braço em volta dos ombros da Emi para que a trouxesse mais para perto, protegendo-a do frio. Caminhamos rumo ao galpão onde marcamos nossa reunião. Notei o ar mais aquecido quando adentramos, não a soltei e ela não saiu de perto, mantendo o semblante sério e calculista.

Nos aproximamos do único móvel do lugar, uma mesa enorme de madeira no centro onde Madara e outros de nossa confiança aguardavam para iniciar a reunião. Notando minha esposa ao lado, o líder Uchiha ergueu sua sobrancelha direita em questionamento, mas ignorou e pronunciou as seguintes falas:

—Quero ir direto ao assunto. Temos planejado algumas coisas.

—Rotas, formações, ataques, dentre outros para garantir o sucesso no ataque ao primeiro sinal do inimigo. — Izumi continuou. Colocou um papel grande sobre a mesa onde tinham alguns planos desenhados, acompanhados de algumas escritas. —Vamos separar cada grupo por habilidade, como em uma guerra. Os melhores atiradores, lutadores, os que usam armas brancas...

Permanecemos em silêncio, prestando atenção em cada palavra dita pela Uchiha que impressionou muitos com seus planos. Itachi, Naruto, Madara e eu introduzimos mais ideias também. Emi pareceu entender bem, ficou analisando tudo.

—Mas e ela, Kakashi? — Madara falou, referindo-se a minha esposa. —Por que a trouxe?

—Emi vai participar do ataque. — Respondi. Notei a surpresa no olhar de Izumi que não parecia muita, provavelmente imaginava que a amiga faria tal coisa. —Ela tem as habilidades necessárias para o ataque.

—Sabe que não ligo para essa de mulher lutar. Todos são úteis em luta para mim. — Ele analisou Emi ao continuar. —Mas acha mesmo que a senhora Hatake está psicologicamente bem para isso?

—Estou ótima. — Emi respondeu por si mesma, mantendo-se séria. —Melhor que nunca.

—Concorda com ela? — Madara olhou para mim e assenti. —Que assim seja então.

A reunião acabou horas depois, quando o sol estava para nascer. Fomos para casa e como Emi, não consegui dormir, ficamos deitados em silêncio; cada um com seus pensamentos. Decidi falar ao me sentar, atraindo o olhar dela quando chamei por seu nome.

—Emi... Podemos conversar? — Pedi. Ela assentiu e sentou-se ao meu lado, tinha o semblante calmo, poucas olheiras abaixo dos olhos que indicavam seu cansaço. —Quero pedir perdão.

—Pelo que? — Indagou.

—A morte deles foi minha culpa. — Confessei o que tinha preso no peito. —Eu sei que deveria ter lhe contado sobre os inimigos antes, mas achei que pudesse dar um jeito em tudo sem te deixar preocupada. — Suspirei, levando minha mão a testa onde afastei de meus olhos os fios prateados. —Só queria que tivesse um tempo como uma vida mais normal.

Emi ficou calada por um instante, deixando um silêncio estranho no ar que me fez temer sua reação. Mal conseguia olhá-la. Fiquei extasiado quando se aproximou, achei que fosse ganhar um tapa ou um soco, mas ela apenas se sentou em meu colo e me abraçou, deitando a cabeça em meu peito. Olhou para mim e disse:

—A culpa não foi sua. — Seu tom era suave. —Em parte, estou chateada por não ter me contado, queria saber para ficar mais atenta quando saísse. De qualquer forma, eu sabendo ou não, não teríamos como prever o ataque deles na festa, ninguém tinha como saber.

Meu Mafioso - Kakashi Hatake _ContinuandoWo Geschichten leben. Entdecke jetzt