〄 CAPÍTULO DEZ 〄

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[...] — Você lembra de como era na sua infância? — O detetive questionou, olhando para Romeo à sua frente. O garoto estava com 18 anos e seu olhar já portava um grande grau de intimidação, na mesma medida de tempo que transpassava extrema tranquilidade.

Talvez sim... Talvez não... — Ponderou, em um tom de provocação que o investigador pôde muito bem captar. As provocações de Romeo deixava qualquer investigador de cabelo em pé, mas precisavam manter a postura e fingir entrar no jogo de Romeo. Era um jogo psicológico e que se saísse o melhor.

— Você disse que sua mãe era boa para você, antes da separação, correto? Como era a relação entre vocês? — Romeo respirou fundo, desviando o olhar por um momento, recobrando as lembranças frias de seu passado. Por alguns segundos, Romeo perdeu seu foco, fitando o nada e seu sorriso diminuindo gradativamente.

— Ela... não gostava que eu saísse... — Romeo murmurou, como se descrevesse uma imagem em sua cabeça. Uma lembrança antiga.

— Por que não? — Romeo engoliu em seco, suspirando.

— Ela não queria que eu fosse embora... — Balbuciou, chamando a atenção do investigador, que o escutava e anotava suas declarações em um bloco de notas, mesmo que ainda estivesse usando o gravador de voz para um estudo comportamental aprofundado. E Romeo era o foco principal dos psicólogos criminais no momento.

— Você planejava ir embora? Tinha algum plano em mente?

— Eu queria... viajar o mundo. Ter muitos amigos... — Balbuciou, franzindo as sobrancelhas e abaixando o olhar. — Mas ela não queria que eu me afastasse dela...

— Ela era do tipo muito protetora? Você tinha amigos de escola ou algo do tipo?

— Não. Eles não podiam ser meus amigos. Ela dizia para eles que... eu iria estrupá-los se ficassem perto de mim. — Declarou, chamando a atenção do investigador. As coisas estavam começando a fazer sentido, e o passado de Romeo era a peça principal para montar o quebra-cabeça do monstro que ele havia se tornado... [...]

No alto daquele edifício, Romeo passava seu tempo "brincando de tiro ao alvo". Portava uma South Fork Rifle, Como armamento de longa distância. Seus alvos preferidos eram jovens rapazes que caminhavam pelas ruas aleatoriamente, nem se dando conta do serial killer que estava ali, fazendo uma sessão de assassinato como nunca antes.

Ele não conseguia parar...

Ele precisava matar a qualquer custo...

A polícia chegou em poucos minutos no local, e até mesmo a SWAT estava envolvida ao mandar vários de seus homens para caçar o atirador. E ao invés de se preocupar, Romeo estava calmo, sorrindo e se divertindo com a situação. E após seu último disparo atingir a cabeça de um dos policiais, Romeo finalizou a chacina, recolhendo seu rifle e respirando fundo, sentindo-se mais calmo. Desceu do edifício, saindo pelas portas dos fundos, que dava para um beco escuro. Sumir naquela noite foi a missão mais fácil do seu dia.

E isso alimentava seue ego.

Ah, e como alimentava!

Romeo se sentia poderoso a cada vez que enganava a polícia, ou quando a fazia de idiota. E enquanto os policiais passariam a noite em uma caça incessante atrás do atirador, Romeo já estava na mansão, descansando em seu quarto e muito mais relaxado após o ataque de pânico e terror que causou na cidade vizinha.

Batidas na porta de seu quarto foram ouvidas. Batidas fracas e que chamou a atenção de Romeo, que não se preocupou em sequer se mexer para fora da cama.

— Entre. — Permitiu, e então Gael adentrou o quarto, sorrindo tímido.

— Oi... eu... eu não te vi na mesa de jantar hoje, e... me disseram que estava trabalhando. Bom, eu separei seu jantar. — Falou timidamente, exibindo o prato bem feito em suas mãos. Romeo sorriu, se sentando e dando batidinhas no espaço vago de sua cama. Gael compreendeu e prontamente caminhou até ele, se sentando ao seu lado e lhe servindo o jantar.

— Obrigado pela consideração, paixão. — Agradeceu, segurando seu queixo delicadamente e o beijando de forma doce, fazendo o menor sorri, corado.

— Por nada... — Romeo jantou devidamente. Estava realmente com fome, pois não se recordou de comer em nenhum momento. Sua mente estava dominada por sangue e pela sede de matar. No entanto, agora se encontrava calmo e com uma fome de leão. E ele reconhecia que Gael tinha mãos de fada para a cozinha. Sua comida era sempre idolatrada pelos soldados.

Após finalizar, Romeo deixou o prato de lado, olhando para Gael.

— Vai passar a noite comigo? — Questionou, quase como um pedido. Gael se surpreendeu com a pergunta repentina e mesmo corado de vergonha, tentou disfarçar.

— Hm... se... se você quiser... — Murmurou e foi o suficiente para Romeo sorri, retirando a camisa e se deitando na cama, puxando Gael para junto de si.

Mas eu não disse que iríamos dormir, baixinho...

Why Me?Onde histórias criam vida. Descubra agora