Ausência

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Errante fui quando percebi que te foste
A minha alma vestiu a dor do abandono
E a solidão nas costas do meu corpo
carregada da ausência do teu sorriso
torna meus dias mais nublados

Procuro defeitos que não tenho
para somente justificar a tua partida
ando sempre pela mesma esquina
na esperança de ver-te outra vez
Na esperança de sentir o meu toque
no teu toque, o meu gesto no teu gesto
e a minha voz na tua voz

Ainda que quisesse me desfazer da saudade
na madrugada, meu ser canta teu nome
e quanto mais canta, mais eu escrevo
mais me encontro na sentença
de ter-te como musa
pois quando te escrevi pela primeira vez
senti um pedaço do céu no meu peito

Estou aqui como um vaso quebrado
que ainda aloja as flores que deixaste
que ainda cuida de cada uma
elas são o brilho da lua
são aquelas estrelas solitárias
elas são memórias
e não existe remédio para memórias

Alma De PapelWhere stories live. Discover now